domingo, 30 de setembro de 2012

ENTREVISTA COM LINDINALVA BEZERRA SOBRE SUA TRAJETÓRIA NA ESCOLA JOSÉ GUEDES CAVALCANTI:


CAPÍTULO – VI

 


Lindinalva Bezerra da Silva

Na entrevista feita com a professora Lindinalva Bezerra da Silva para comemorar os 50 Anos da Escola Estadual José Guedes Cavalcanti, tive a grande satisfação de ouvir histórias maravilhosas e outra um tanto trágica sobre a vida dessa grande educadora cabedelense, onde toda nossa conversa foi acompanhada pelo seu esposo e companheiro de grupo, Luiz Ernesto Batista, carinhosamente por mim chamado de Mestre Duquinha, um grande violonista que tenho a honra de tê-lo como músico na orquestra da Nau Catarineta, conhecida como a Barca, a mais tradicional manifestação popular de Cabedelo.


Descrever sobre a professora Lindinalva Bezerra da Silva, é incluí-la também no contexto histórico das comemorações do Jubileu, ou seja, 50 Anos da Escola Estadual José Guedes Cavalcanti. Aqui não se trata de recordísmo como alguns leitores costumam citar nessa matéria, mas é registrar a história daqueles que vivem entre nós, os quais fizeram a diferença em nossa educação contribuindo assim para o engrandecimento da nossa Escola.

 
O objetivo da presente matéria é a valorização de todos aqueles profissionais da educação que dedicaram um bom tempo de sua vida pela defesa da qualidade da educação de Cabedelo. Com erros ou acertos administrativos podemos testemunhar que a Escola Estadual José Guedes Cavalcanti, nunca encerrou as suas atividades por mau gerenciamento público de nenhum diretor; nunca deixou de ter um bom número de alunos frequentando a escola por falta de credibilidade junto à comunidade. E não tenha dúvida, aqueles que se esforçaram, souberam aproveitar os ensinamentos dos seus mestres, os conteúdos das disciplinas chegaram aos seus objetivos, a exemplo: as universidades públicas e privadas, os bons empregos conseguidos no mercado de trabalho, as carteiras marítimas tiradas para embarcar. Tudo isso graças às possibilidades que a escola pode proporcionar. Nesse sentido podemos afirmar que a gestão da professora Lindinalva Bezerra da Silva é vitoriosa e também deixou a sua marca em nossa história na escola.


Formada em Letras (Vernáculos); Pedagogia e Administração Escolar, Lindinalva Bezerra da Silva foi professora de português, funcionária, vice-diretora e diretora, prestou serviço na instituição de 06 de Maio de 1982 a 21 de Agosto de 1987, ou seja, por um período de 5 (cinco) anos e 3 (três) meses.
 

Questionada sobre as dificuldades existentes naquela época para desenvolver um trabalho na educação estadual, em especial no município de Cabedelo, relatou que, “na época as dificuldades encontradas foram inúmeras, porém procuramos solucionar os problemas mais imediato e existente como, a documentação da escola, a exemplo: arquivo incompleto e desatualizado; ausência de um supervisor educacional para acompanhar o processo ensino-aprendizagem; falta de merendeiras, onde a nossa gestão conseguiu duas merendeiras junto a Prefeitura Municipal de Cabedelo, lembra que foi uma parceria que deu certo. Também a Prefeitura Municipal de João Pessoa, cedeu uma funcionária de nome Sebastiana, que residia em Camboinha e prestou grandes serviços a Escola José Guedes Cavalcanti por um período de 2 (dois) anos; Ainda lembrou-se de um grande problema enfrentado em sua gestão que foi a greve do magistério, o que alterou o calendário escolar e por esta razão a escola perdeu vários dos seus melhores alunos, porque na época os pais achavam que aquela paralisação na educação poderia trazer vários prejuízos a educação dos seus filhos caso ficasse matriculado em colégio estadual; Outro fator seríssimo que caiu, justamente, em sua gestão, foi à exclusão da grade curricular nas disciplinas de Artes Industriais e Técnica Comercial, uma grande perda para a educação da escola pública. Assim sendo, os docentes foram inclusos em outras atividades e continuaram prestando serviço à escola, lecionando outras disciplinas”.

 
Para a professora Lindinalva Bezerra, foi muito positiva a educação desenvolvida na escola durante a sua gestão, visto que existia uma equipe de docentes bem qualificados e preocupados com o ensino-aprendizagem. Os funcionários eram fiéis colaboradores, valendo salientar o grande esforço da administradora adjunta, Lúcia Maria do Nascimento Araújo, residente nas proximidades da escola que dedicava todo seu tempo para colaborar com a escola. Foi à adjunta Lúcia Araújo que coordenou todo o trabalho de atualização do arquivo escolar. Contamos ainda com a experiência profissional dos adjuntos, Pedro Américo de Oliveira e da professora Aleginalda Maciel.

 
Outra funcionária que não poderia deixar de citar pela sua dedicação e apoio a educação escolar, foi à professora Maria Iná Guerra, Inspetora Técnica da SEC/PB, que inspecionava e, ao mesmo tempo nos orientava, tanto nas atividades administrativas, como nas atividades pedagógicas.

 
Questionada sobre as principais atividades educacionais, culturais e esportivas realizadas durante a sua gestão, a professora Lindinalva Bezerra, lembrou que, o calendário escolar sempre permitia programar atividade extraclasse e destacou a realização das seguintes atividades:


1.    Palestras sobre saúde, promovidas pelos professores, principalmente os da área de ciências e biologia;

2.    Realização de atividades das Datas Comemorativas e Cívicas;

3.    Páscoa dos alunos e alunas, professores e funcionários;

4.    Atividades artísticas e culturais, destacando-se o Dia Internacional do Folclore, sob a coordenação das professoras Evilásia de Sousa Lourenço e Lourdes Paiva;

5.    A preparação religiosa dos estudantes da escola que contou com a colaboração da Irmã Stella da Sagrada Família. Na época foi preparada uma turma de alunos e alunas para receber a 1ª Eucaristia, através das professoras e catequistas, Maria Regina (Regininha), Maria José (Zeza) e Maria das Neves (Neves).

6.    A colação de grau da turma de concluintes do 2º Grau (atual Ensino Médio), intitulada Turma Augusto dos Anjos, que foi realizada na Matriz do Sagrado Coração de Jesus, cuja à missa foi celebrada pelo pároco Ernando Luiz Teixeira de Carvalho e logo após a Santa Missa, todos os concluintes receberam os seus certificados, uma iniciativa da professora Ana Luíza Feitosa (Português), que teve a participação do coral, sob a regência da professora de arte Marieta Resende.

7.      As atividades esportivas, a exemplo os campeonatos Futebol de Campo, Futsal, outras modalidades e as corridas (maratonas) programadas pelos professores de educação física, (Luizinho, Marcos, Zeilda) sob a coordenação do professor Clemildo Ferreira Gomes. Naquela época, os alunos participavam com grande entusiasmo e conseguiram êxito em várias modalidades esportivas trazendo para escola, dezenas de troféus que ainda hoje podem ser conferidos nas exposições existentes na diretoria da escola.

8.    A semana da Pátria, a escola celebrava com a realização do desfile cívico, onde os alunos e alunas ficavam entusiasmados com a chegada da Banda da Escola Técnica Federal da Paraíba convidada para acompanhava à escola no desfile cívico pelas principais avenidas de Cabedelo. No ano seguinte, surgiu à ideia da revitalização da Banda Marcial do Guedes, e para isto, foi organizada uma festa com a participação da famosa banda de baile da capital “Os Tuaregs”, e toda a comunidade se envolveram nesse evento. Foi escolhida uma comissão organizadora e realizamos uma animada festa, cuja renda deu para comprar 13 (treze) instrumentos musicais na loja Tamborim de Ouro, em João Pessoa e assim iniciou-se a revitalização da Banda Marcial do Guedes, que depois completou com outros instrumentos musicais conseguidos através de doações de grandes colaboradores da escola. Nos anos seguintes a escola passou a desfilar com sua própria banda.

           
Perguntada sobre os professores que fizeram parte do quadro escolar durante a sua gestão, a ex-diretora Lindinalva Bezerra, afirmou que poderia se lembrar do nome de alguns, mais os sobrenomes de todas as pessoas era impossível recordar, tendo em vista que fazem 25 anos do seu afastamento da instituição. Mas arriscou lembrar os seguintes:


Português
Irene, Clesilda, Angelita Teixeira, Loide, Ivone Matos, Ana Luíza Feitosa, Wilma Cunha e Lídia;
Inglês
Telma Jorge (in-memória), Camilo (Léo), João Miguel, e Maria José;
Educação Artística
Evilásia Lourenço, Lourdes Paiva, Marieta Resende e Sérgio Brito;
História
Genésia, Maurilena Cavalcante, Luzia, Agostinho, José Marques de Brito, Maria José (Zeza) e Maria das Neves;
Geografia
Batista, Luzia, Regina Celi e Maria Regina;
Sociologia
Valdete Cardoso (in-memoria);
Ciências
Inês, José Roque, Dulce, Roseleide Farias e Alberto Magno;
Matemática
José Cordeiro (Zenito); Cornélio, Edmundo, Bomfilho, Renato, Adalberto Oliveira, Fernando e Antonio Pedro;
Biologia
José Francisco Régis, José Roque e Alberto Magno;
Física
Lucas, José Carlos, Jaelson, e Adalberto;
Química
Pedro Falcão e Magali Venâncio;
Educação Física
Galdino, Clemildo Gomes, Haildelene, Zeilda, Maria Eugênia e Maria Dinalva;
Arte Industrial
Ronaldo Pedro, Jaelson Lima, Antonio Pedro, Walmarques, Marcelo Monteiro e Carlos;
Técnica Comercial
Zilda, Socorro e Francisco de Oliveira;
Biblioteca
Pastor Francisco;
Secretaria
Fernanda Gomes, Eloísa, Miriam Tereza, Carmonisa, Helena, Vicentina, Esdras, Almerita, Sandra, Severino, Tércio Dornelas, Edilson, Luiz Carlos Régis, Eutímio Pinto Ramalho, Gisélia e Otávio Cornélio;
Auxiliar de Serviço
Severo, Pedro Alcântara, Avani, Nazaré, D. Engrácia, Antônio, Arnaldo, Mário, Sr. Lopes e Elinor;
Merendeiras
Elisa, Maria das Dores e Sebastiana, este funcionários cedidos gentilmente pela Prefeitura Municipal de Cabedelo.

 
Questionada sobre as razões da sua saída da direção da Escola Estadual José Guedes Cavalcanti, a ex-diretora foi enfática ao afirmar, “eu não pertencia a um grupo político de Cabedelo na época; Ser politicamente correto muitas vezes encerra um alto preço pessoal”.

 
Questionada sobre a importância que a Escola Estadual José Guedes Cavalcanti tem para a educação em Cabedelo, a ex-diretora reafirma o que outros entrevistados têm dito nessa questão, que a escola é um Centro Educacional que tem prestado grandes serviços à comunidade cabedelense, descobrindo novos talentos na educação e inclusão digital, merece, portanto, receber as atenções da Secretaria da Educação do Estado, objetivando ampliações das ações educativas e o maior apoio para nossa educação e cultura em Cabedelo.


Para finalizar a nossa conversa com a ex-diretora Lindinalva Bezerra, ela quis deixar a sua mensagem positiva para as comemorações dos 50 Anos da Escola Estadual José Guedes Cavalcanti, principalmente para os jovens estudantes que ora se preparam para vida nesse educandário; alguns deles ingressaram na marinha mercante ou na marinha de guerra, outros se aperfeiçoaram na Escola Técnica Federal, hoje IFPB – Instituto Federal da Paraíba, inclusive com uma unidade em Cabedelo e na Universidade Federal da Paraíba (UFPB); outros certamente procuraram se destacar na política local. Assim a comunidade de Cabedelo vai se expressando através dessa instituição, quando é sabido que pela escola tem passado um celeiro de talentos que, atualmente muitos outros estão fora de Cabedelo, trabalhando e honrando nossa escola, o município e a Paraíba.

 
Portanto, almejo que a Escola Estadual José Guedes Cavalcanti, continue progredindo, através desse trabalho nobre e profícuo que é a educação. Por fim, parabenizo e me congratulo com todos àqueles que contribuíram e ainda contribuem para o desenvolvimento da educação em Cabedelo. E não poderia deixar de parabenizar, a todo o corpo docente, discente e administrativo, que se irmanam em busca de novos investimentos para a nossa educação e cultura. Que Deus abençoe a todos e a todas.

 
Entrevista com Lindinalva Bezerra da Silva

Reportagem e Edição: Tadeu Patrício – Educador.

 

 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

DEPUTADO LUIZ COUTO PEDE SIGILO BANCÁRIO DOS VEREADORES DE CABEDELO. VEJA O PRONUNCIMANETO:


Cabedelenses,



 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Deputado Federal Luis Couto (PT-PB) ocupou a tribuna da Câmara Federal em Brasília e fez um pronunciamento nessa última terça-feira, dia 25 de Setembro, sobre o episódio da votação que aconteceu na Câmara Municipal de Cabedelo (PB), que numa sessão infeliz reprovou e na outra pressionada pela população voltou pela aprovação da construção de um Shopping Center a margem na BR-230, próximo ao bairro de Intermares, área nobre do litoral paraibano e aproximadamente 9 Km do centro no município de Cabedelo e da capital João Pessoa/PB. Portanto, no pronunciamento da Câmara Federal, o deputado pede a quebra de sigilo bancário dos Vereadores e também do Prefeito de Cabedelo perante o lamentável episódio das Sessões Públicas

Segundo o parlamentar, há comentário na cidade de que alguns vereadores que votaram contra a edificação do Shopping porque teriam recebido R$ 200 mil. “Isto é absurdamente grave e merece ser minuciosamente investigado”, defendeu.

Luiz Couto propôs aos envolvidos no episódio que abram espontaneamente os sigilos bancários, como forma de mostrar que as acusações não passam de boatos.

O deputado pediu ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) que solicite as imagens internas e externas das câmeras do Manaíra Shopping na semana da votação, bem como a quebra dos sigilos bancário e telefônico dos vereadores e do atual prefeito.

Após o comentário do professor Ernesto Batista, os cabedelenses preocupados com a exercício da cidadania e um município mais digno, humano e fraterno, poderão conferir logo abaixo, o discusso do deputado federal Luiz Couto na íntegra:
 
 


Professor Ernesto Batista
 
Prezados Cabedelenses, remeto-lhes minha opinião sobre esse assunto. Cujo o assunto também estou encaminhando a mensagem abaixo para à Promotoria do Patrimônio Público de Cabedelo, no ensejo de que, enquanto guardiã patrimônio e interesse público, esse órgão seja motivado a exigir sumariamente a quebra dos sigilos bancários dos Vereadores e do Prefeito de nossa Cidade para que se ponha fim às dúvidas que infelizmente permeiam essa questão: E como diz o ditado popular: "Ora quem não deve não tem!"
 
"Concordamos plenamente com solicitação de quebra de sigilo bancário dos vereadores e do Prefeito de Cabedelo pelo Deputado Luiz Couto. Os comentários de que os vereadores haviam recebido dinheiro para votar contra a construção de um shopping na cidade é grave. As circunstâncias desse episódio precisam ser muito bem esclarecidas para a opinião pública, não somente de Cabedelo, mas da Paraíba. A população de Cabedelo assistiu a uma trapalhada quando uma Câmara desaprova e aprova uma decisão sem fundamentação plausível do ponto de vista técnico ou jurídico. A população não pode conviver com representantes cujas atitudes despertam dúvidas de decoro parlamentar. O interesse público e o respeito à população foi ferido de morte neste episódio. Ao Prefeito e Vereadores de Cabedelo inclusive os omissos àquela sessão como Wellington Brito de Fábio Oliveira, cabe à obrigação ética de provarem concretamente para a opinião pública que não foram beneficiados com dinheiro ou favores de qualquer natureza perante esse episódio que ficará marcado indelevelmente na história política da Cabedelo."
 
Ernesto Luiz Batista Filho.
Professor

 
CONFIRA NA ÍNTEGRA O PRONUNCIAMENTO DO DEPUTADO FEDERAL LUIZ COUTO (PT-PB) NO CONGRESSO NACIONAL.
 
 
 
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ
Sessão: 259.2.54. O
Hora: 14:42
Fase: PE
Orador: LUIZ COUTO
Data: 25/09/2012

Senhor Presidente, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados. Há duas semanas, a população de Cabedelo ficou bastante entristecida ao saber que oito, dos dez vereadores da cidade, haviam aprovado uma lei impedindo a construção do Shopping Intermares, do Grupo Marquise, empreendimento este que geraria 4.500 empregos diretos e geraria uma receita de impostos para o município de R$ 77 milhões. Aqueles que deveriam lutar pela melhoria da cidade, misteriosamente, agiram contra ao aprovar uma lei que, não só vetaria a construção do empreendimento citado, mas de qualquer outro empreendimento comercial de grande porte. Entretanto, Senhor Presidente, o povo de Cabedelo foi às ruas protestar e conseguiu que estes vereadores recuassem parcialmente em sua decisão.
 

O shopping de Intermares será construído, graças à pressão popular. Curiosamente, o veto a outros estabelecimentos comerciais permanece. Pergunto: por que um vereador votaria contra o desenvolvimento de sua cidade? Por que ser contra a construção de um empreendimento que geraria mais de 4.500 empregos se este sequer representou ameaça de dano ao meio ambiente presente na cidade de Cabedelo? Ao contrário de outros estabelecimentos situados no Estado? Segundo matéria veiculada pelo portal Tambaú 247, em 13 de Setembro de 2012, a matéria que impediu a construção do shopping entrou em votação sem constar na pauta e o mais grave, há suspeita de que oito dos 10 vereadores da Câmara tenham sido manipulados para votar contra o empreendimento. Sobre as suspeitas de manipulação, o Jornalista Walter Santos, do portal WSCOM, em matéria veiculada em seu portal ainda foi mais além, vejamos o que diz a matéria:

POR QUE CABEDELO PRECISA CRESCER?

A decisão da maioria dos vereadores da cidade de Cabedelo, em sessão noturna desta terça-feira passada, derrubando veto do prefeito José Régis para impedir a construção do Shopping Intermares pelo Grupo Marquise com atratividade R$ 220 milhões mais a oportunidade de 4.500 empregos, além de receitas de impostos na casa dos R$ 77 milhões, precisa de ação popular urgente, bem como de medidas legais pertinentes para revogação da medida porque o município não pode perder estes investimentos.

Mas, pior que a decisão nefasta em si dos vereadores, está o que se fala nos bastidores e se comprova com a presença do vereador Leto e mais três outros parlamentares de Cabedelo no Manaíra Shopping antes da votação da matéria que entrou em pauta de última hora. Este fato escancara a armação entre os parlamentares e o empresário Roberto Santiago gerando Negociata espúria destruindo a possibilidade de a cidade crescer e gerar emprego e renda.

 
Esta não é a primeira vez que isto acontece. Há anos que o empresário, homem inteligente e de empreendedorismo incomum e até merecedor de aplausos, age desta forma comprando a consciência dos vereadores em troca do compromisso de impedir o avanço econômico de Cabedelo, isto ao não permitir que nenhum outro shopping se estabeleça na cidade, como de sorte em João Pessoa também.

A prova da Negociata está na gravação e nos filmes do Manaíra Shopping, da terça-feira - que pode confirmar as presenças dos vereadores no estabelecimento antes da votação.

Mas, será que os cidadãos de Cabedelo não têm mais estima, desprezam seu orgulho e aceitam a tudo covardemente, sem nenhuma reação em busca da retomada do desenvolvimento da cidade? Em plena fase eleitoral, será que os vereadores envolvidos nessa Negociata vão ter o apoio dos habitantes da cidade nas urnas?

E o futuro prefeito, os candidatos a prefeito, não vão se pronunciar?

Antes de concluir, devo externar publicamente minha admiração, a condição de fã Número 1 da ousadia de Roberto Santiago, mas desta feita ele manteve o predomínio sobre a Câmara de Cabedelo prestando um mal enorme à cidade e seus habitantes, por isso algo haverá de ser feito para que a concorrência exista em favor de todos, até porque a Grande João Pessoa já comporta mais de um shopping.

A denúncia é demasiadamente séria, pois revela indícios de que um membro da iniciativa privada teria influenciado um grupo de vereadores a votar, exclusivamente, em favor de seus interesses. Contudo, Senhor Presidente, a coisa parece ser ainda mais grave, pois o comentário na cidade de Cabedelo é de que alguns vereadores que votaram contra a construção do Shopping teriam recebido duzentos mil reais por isso. Isto é absurdamente grave e merece ser minuciosamente investigado. Não estou aqui acusando X ou Y, entretanto somente por meio de uma investigação séria é que saberemos se estes vereadores estão sendo vítimas de uma trama política ou se a população de Cabedelo está sendo enganada e representada por pessoas de má índole. A minha sugestão é de que os vereadores da cidade de Cabedelo, envolvidos no episódio, abram espontaneamente os seus sigilos bancários, no sentido de mostrar que essas acusações não passam de meros boatos. Além disso, solicito ao Ministério Público do Estado da Paraíba, especialmente na pessoa do Dr. Osvaldo Trigueiro, que tome as providências cabíveis ao caso, solicitando judicialmente as imagens internas e externas das câmeras do Manaíra Shopping na semana da votação, bem como a quebra do sigilo telefônico e bancário dos vereadores do município de Cabedelo e também do atual prefeito, caso isso não aconteça de forma espontânea.

Saliento que minha intenção não é acusar qualquer membro do legislativo de Cabedelo ou defender qualquer grupo comercial, mas sim, exclusivamente, obter a verdade para o povo de Cabedelo e repelir qualquer injustiça que, porventura, tenha sido cometida. Digo ao povo de Cabedelo que a luta ainda não acabou, pois há boatos de que futuros embargos, decorrentes de supostos problemas ambientais, ainda podem representar um grande obstáculo à construção do Shopping de Intermares, entretanto, espero que isso não passe apenas de boatos.

Gostaria, sinceramente, que as questões ambientais sejam levadas a sério, não sendo fruto de negociatas, como já houve anteriormente no Estado da Paraíba onde mangues foram aterrados para a construção de grandes estabelecimentos comerciais, ou de picuinhas políticas direcionadas a levar o atraso à cidade de Cabedelo.

Por fim, quero ressaltar que não estou atuando na defesa de qualquer grupo comercial em específico, pelo contrário, sou a favor de que inúmeros empreendimentos sejam construídos, independente de quem quer que seja desde que tragam empregos, sejam lícitos e não representem danos ao meio ambiente.

Chega de gula! Cabedelo precisa do Shopping Intermares!

ÚLTIMA:

Dinheiro na mão é vendaval/ É vendaval, / Na vida de um sonhador, de um sonhador...Era o que tinha a dizer.
 
Edição:
 
Parlamento-PB
 
 



 
 



domingo, 23 de setembro de 2012

ENTREVISTA COM REJANE VIANA SOBRE SUA TRAJETÓRIA NA ESCOLA JOSÉ GUEDES CAVALCANTI:

Professora Rejane Viana.


Conversar com a professora Rejane Viana do Nascimento sobre a educação em Cabedelo, é conhecer a história do Colégio Estadual José Guedes Cavalcanti que se confundi com a história do Colégio Imaculada Conceição. Os relatos a seguir fazem parte das comemorações do Jubileu - 50 Anos da Escola Estadual José Guedes Cavalcanti, que nas próximas edições este Blog - A Voz da Cultura Tadeu Patrício, terá o privilégio de postar histórias incríveis de grandes gestores e educadores cabedelenses, os quais vivenciaram boa parte de suas vidas com exclusividade à educação de Cabedelo. Por isso, vale a pena aguardar as próximas postagens e prestigiar este rico material.

Entrevistar a professora Rejane Viana é sempre um aprendizado muito gratificante, são histórias vividas e revelações incríveis da educação em Cabedelo. Pois a considero uma lenda viva da nossa educação. Para àqueles que não conhecem Rejane Viana, talvez por serem moradores recentes no município, a educadora é filha de um trabalhador portuário, honesto, digno, religioso e vascaíno conhecido como, senhor Reginaldo Gomes Viana e D. Santinha Gomes Viana, de uma importante e tradicional família cabedelense. Rejane Viana foi ex-aluna, ex-professora e ex-vice-diretora dessa conceituada escola pública estadual de Cabedelo. Hoje considerada uma referência em nossa educação.




 Formada em Licenciatura em Letras: Português e Inglês pela UFPB (1972) e com Especialização em Educação pela UEPB (1993), Rejane Viana começou a trabalhar logo cedo. Seu primeiro emprego foi no Porto de Cabedelo, mas suas primeiras experiências com a educação foi atuar como professora da Escola Robson Espínola que era administrada pelo Porto de Cabedelo. Antes de ser nomeada para trabalhar nas Escolas José Guedes Cavalcanti e Imaculada Conceição, já trazia na bagagem uma experiência de sala de aula, pois havia sido professora de inglês na rede privada da capital João Pessoa, onde lecionou por alguns anos nos Colégios Pio XII, Pio X, IPEP e Lourdinas.

     De acordo com Rejane Viana sua oportunidade de trabalhar no Estado surgiu através de um amigo da família, Sr. Pedro Américo de Oliveira (In-memoria) que conseguiu um contrato de trabalho para prestar serviço ao Colégio Estadual José Guedes Cavalcanti, onde atuou como vice- diretora no turno da manhã e devido à sua experiência de educadora, Dr. Júlio Aurélio a colocou para lecionar inglês na referida escola no turno da tarde. Durante 8 (oito) anos trabalhou nesta instituição, de 12 de Agosto de 1974 a 26 de Fevereiro de 1982. Disse que foi muito gratificante contribuir com o desenvolvimento educacional de Cabedelo. Lembrou que nessa mesma época, dia 26 de Fevereiro de 1982, fora designada por indicação do Dr. Júlio Aurélio Moreira Coutinho para a direção do Colégio Estadual Imaculada Conceição, pois naquela ocasião Dr. Júlio Aurélio respondia pelos dois educandários estaduais de Cabedelo. A partir da referida data tomou posse no cargo de diretora do Colégio Imaculada Conceição.

Questionada sobre as dificuldades encontradas naquela época para a realização de um trabalho na educação através das escolas públicas estaduais em Cabedelo afirmou que, por incrível que pareça, hoje encontramos mais entraves nas escolas públicas do que naquela época, quando os alunos gostavam de ler e focavam seus estudos na perspectiva de serem profissionais de respeito na sociedade. E de acordo com a professora a grande maioria dos estudantes conseguia o seu objetivo. Não havia livros gratuitos, nem fardamento, mas todos compravam seus materiais e até o fardamento. E quando os alunos eram chamados à atenção por causa do fardamento, eles voltavam para casa sem alarido e não desrespeitavam o pessoal encarregado da portaria, pois sabiam muito bem que cumpriam a ordem da direção da escola. O patrimônio público também era mais respeitado e quando algum aluno danificava uma carteira, por exemplo, o diretor do colégio Dr. Júlio Aurélio mandava o aluno levar para casa para consertar junto com a família e eles levavam o bem material da escola numa boa e trazia no dia seguinte consertado.

Rejane Viana considerou muito positiva a educação de Cabedelo durante o período que foi vice-diretora do Colégio Estadual José Guedes Cavalcanti. Pois o colégio era uma instituição muito bem conceituada, por ser a única escola que oferecia o Ensino Médio (Colegial) na cidade. Relatou que havia uma equipe seleta de professores, tendo à frente um gestor do quilate de Dr. Júlio Aurélio, que também era o Promotor Público de Cabedelo, muito respeitado e admirado por todos. Naquele tempo havia muito respeito entre toda a equipe de profissionais, entre os alunos e seus pais. Hoje é muito diferente a missão de ser educador e diretor de uma escola pública, pois os valores sociais estão invertidos. Acho que algumas coisas na educação brasileira precisam ser revistas pelos órgãos competentes e a sociedade civil organizada precisa interferir nisso, porque se não, não sabemos onde tudo isso vai parar.

Quanto às atividades educacionais e cívicas que aconteceram durante a sua gestão de vice-diretora, o que mais merece destacar, foram as Feiras de Ciências que aconteciam anualmente, que tinha à frente profissionais como: Professor Porfírio (Biologia), Professor Aníbal (Física), Professor José Marques, chamado carinhosamente de Preguinho (Matemática) e Falcão (Química), todos já falecidos. Esse evento era uma festa, que a comunidade frequentava para ver os experimentos dos alunos. O dia 7 de Setembro, também era outra atividade que motivava a escola e nos dava orgulho de participar do desfile cívico com a Banda Musical formada por alunos e alunas do próprio colégio. E lembrou que aos sábados, a professora Telma Jorge (in-memória) criou o Clube de Inglês e voluntariamente, dava aulas de conversação e música, para os alunos aprenderem o Inglês prático.

Perguntada sobre os professores que fizeram parte do quadro de profissionais da educação na época? Rejane Viana lembrou-se de professores como: Professor, Aníbal, Porfírio, José Marques (Preguinho), José Alves, Galdino, Alberto Magno, Professor Léo, José Glaudes, Renan, José Roque, Manoel (Pirão), Geraldo Neves, Ronaldo Pedro, Prof. Luizinho, Antonio, Otávio Júnior, Simeão Cananéa (in memoria). Também tivemos: Valdenice Cardoso, Amália Xavier Pontes, Telma Jorge de Senna, Valdete Cardoso, Shirley, Evilásia Lourenço, Lindinalva Bezerra, Ana Maria, Rosita Viana e dentre outros que lhe fugiram a memória naquele instante. Alguns dos professores citados foram seus professores e outros foram seus colegas de trabalhos, que segundo Rejane Viana era uma equipe muito comprometida com a educação de Cabedelo.

E quanto aos funcionários que fizeram parte do quadro de profissionais da escola naquela época, Rejane Viana lembrou-se de D. Amália Xavier Pontes que era vice-diretora; D. Engrácia Nóbrega, seu Joaquim e Dona Isabel, conhecida por dona Biluca (Auxiliares de Serviços) e Waldemir (in Memória), Dinalva Gomes, D. Avany, Dolores, Helena, Fernanda Gomes, José Marques, que na época era funcionário e depois de cursar a Faculdade, tornou-se professor da disciplina História da escola. Entre tantos outros que na ocasião não deu para lembrar.

Questionada sobre as razões de sua saída da Escola José Guedes Cavancanti, ela relatou dizendo: “Quando Padre Alfredo alugou o Colégio Imaculada Conceição ao Estado, Dr. Júlio Aurélio foi designado para ser responsável pelo mesmo, pois, a princípio, funcionou como uma extensão do Colégio José Guedes Cavalcanti e Dr. Júlio Aurélio ficou dirigindo as duas escolas. Então, ele me designou para dar o expediente no Colégio Imaculada Conceição e posteriormente indicou meu nome para a direção daquela escola, cujo ato foi publicado em 1984. Nessa época, o Colégio Imaculada Conceição havia se tornado independente. O Colégio Imaculada Conceição representa a continuação de minha história como profissional da educação em Cabedelo”.

 Para Rejane Viana, a Escola Estadual José Guedes Cavalcanti tem tido uma importância muito grande na educação de Cabedelo, até por ter sido a primeira escola de Ensino Médio (Colegial) da cidade portuária, daí a sua importância fundamental na formação dos jovens egressos de outras escolas, bem como de pessoas que estavam fora da escola e da faixa etária e voltaram para concluir sua formação, como foi o meu caso e o de tantos profissionais, que depois se tornaram professores do colégio.  

Para a entrevistada, os 50 Anos da Escola Estadual José Guedes Cavalcanti, representa a vitória de todos aqueles pioneiros, muitos já na eternidade, que lutaram por sua criação, inclusive a Câmara de Vereadores, Poder Executivo e autoridades do Estado da época, a comunidade e professores que, envidando esforços, levaram a prática o Projeto do Núcleo Educacional de Cabedelo, elaborado por Dr. Júlio Aurélio Moreira Coutinho, que a principio funcionou à noite no prédio anexo do Grupo Escolar Maria Pessoa, cedido gentilmente pelo prefeito Enivaldo Figueiredo de Miranda e o vice-prefeito Francisco de Figueiredo de Lima, depois passou a ter salas de aulas no prédio da antiga maternidade (onde hoje funciona o IFPB) e no Grupo Escolar Pedro Américo, e nesse último, por ocasião da reforma no prédio, as salas de aulas do Colégio Estadual passaram a funcionar espalhadas por várias instituições da cidade. Lembrou que, quando ingressou como aluna, a sua sala de aula funcionava no Clube Recreativo dos Estivadores e os professores se deslocavam de uma instituição a outra para cumprir suas aulas no turno noturno. Mesmo com essa migração, ninguém reclamava e todos aprendiam. Depois que começou a construção do prédio e foi inaugurada a escola em 1973, Rejane Viana já estudava na Universidade Federal da Paraíba – UFPB e só retornou a escola como profissional da educação na condição de prestadora de serviço, ocupando o cargo de vice-diretora e posteriormente fez concurso público, tendo sido aprovada, então passou a pertencer ao quadro efetivo da instituição, ficando assim efetiva como professora do Estado.

“Por toda essa luta na educação de Cabedelo, agora fico imaginando quantos momentos agradáveis não passamos que com essa gente maravilhosa que já não se encontram mais entre nós. A estas pessoas quero dedicar esta história dos 50 anos da Escola Estadual José Guedes Cavalcanti, cuja instituição no passado representou muito para a educação de Cabedelo, hoje merece uma atenção melhor das autoridades, a fim de que continue a servir à juventude de Cabedelo, como instrumento de consolidação da cidadania.”

Entrevista com Rejane Viana
Reportagem e Edição: Tadeu Patrício – Educador.