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Banda do Exército de Juiz de Fora (MG) que Luiz Gonzaga fez parte com o nome SOLDADO NASCIMENTO - 1939. |
Ano de 1939, Luiz Gonzaga dar baixa no exército brasileiro e retorna ao Rio de Janeiro, onde faz novas amizades e inicia a sua carreira artística, divertindo marinheiros e desocupados em geral no Mangue, lugar também muito frequentado por malandros, prostitutas e marinheiros estrangeiros. Nessa época explode a segunda grande Guerra Mundial, o Brasil é literalmente invadido pela música estrangeira, principalmente a norte-americana.
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Luiz Gonzaga na época que tocava no Mangue - Rio de Janeiro - 1940. |
Em 1940, Luiz Gonzaga conhece o guitarrista (bandolinista) português, Xavier Pinheiros e com ele forma uma dupla e passam a tocar no Mangue (baixo meretriz) e nas casas noturnas do Rio de Janeiro. O repertório da dupla era formado de músicas no gênero “Blues a Fox trotes” e de artistas como, Augusto Calheiros, Manezinho Araújo, Antenógenes Silva, basicamente de tangos, boleros, valsas, samba e nenhuma música do Norte.
Nessa mesma época Gonzaga participou como calouros do programa de Ary Barroso da Rádio Nacional no Rio de Janeiro, onde conseguia notas muito baixas.
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Compositor Ary Barroso - 1941. |
Em 1941, Luiz Gonzaga conhece Januário França que traz um convite do cantor Genésio Arruda para acompanhá-lo numa gravação na RCA Victor em um disco que o artista estava preparando. A participação de Gonzaga foi tão boa que chegou a gravar dois LPs. E nos cinco anos seguintes, gravou cerca de 30 discos com outros artistas. Destacando-se assim como grande sanfoneiro por ser agiu nos dedos.
Ainda em 1941, Luiz Gonzaga recebeu o título dos paulistas como o Maior Sanfoneiro Nordestino, apesar deste reconhecimento, sofreu muito preconceito com sua arte no Rio de Janeiro para se firmar na carreira artística.
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Luiz Gonzaga e sua Sanfona Branca - 1942. |
Provocado por uma turma de estudantes cearense que frequentava o Mangue, quando em certa noite lhe questionou: “por que não tocava música do Norte? Só quer tocar esses clássicos internacionais? Luiz Gonzaga derrapou na resposta, dizendo que a sanfona era muito sofisticada, tinha que ser um fole de oito baixos para tocar alguma música do Norte. A verdade é que, na ocasião Luiz Gonzaga não tinha nenhuma música do Norte preparado. Mas na noite seguinte trouxe Vire-Mexe que havia preparado, e quando os estudantes cearenses chegaram ao lugar, foram logo sentando numa mesa distante do sanfoneiro e ficaram ali assistindo. O que chamou a atenção de Gonzaga foi que, a turma dos cearenses sempre sentava numa mesa próxima aos tocadores e naquela noite não fizeram isto. Depois da segunda rodada do pires pelo salão, Luiz Gonzaga mandou ver a música Vire-Mexe, o salão logo ficou cheio de casais dançando e os cearenses gritavam lá do canto naquela vibração: “eu não disse, eu não disse que toca-se uma música lá do Norte que dava certo”. A partir de então, Luiz Gonzaga não teve dúvida, correu e foi se escrever como calouro no programa do Ary Barroso na Rádio Nacional. Quando chegou ao programa do rádio logo ouviu do Ary Barroso: Outra vez? Tá ficando freguês, hein? Qual é a valsa de hoje? Muito assustado e diante da provocação do famoso compositor e apresentador da rádio nacional, Luiz Gonzaga tremeu um pouco, mas a coragem falou mais forte e soltou a resposta: “Não é valsa não, seu Ary”. Perguntou Ary Barroso? Vai tocar um tango? Isso é instrumento de tango mesmo? “Também não, vou tocar um negócio lá do Norte”! Como é mesmo o nome desse negócio? “Vire e Mexe”, disse Gonzaga. Ary Barroso riu e fez um trocadilho, sarcástico: “Pois arrivira e mexe esse danado.... A gente vê cada uma!” Conta Gonzaga que, “enquanto estava cantando via rostos espantados e aplausos da plateia. E diante da euforia do pessoal, Ary explicava que o programa não admitia bis, pois havia muitos convidados e se apresentar. E para pediu calma a plateia. Vocês vão ouvir o rapaz cantar Vire-Mexe no desfile das 21:00 horas. No final, Gonzaga ouviu pela primeira vez a confirmação da nota máxima do programa naquele dia. E assim, com muita persistência foi vencendo as ironias de Ari Barroso.
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Compositor e Apresentador Aryu Barroso - 1942. |
Em 1942, Luiz Gonzaga é contrato pela Rádio Tamoio e começa a fazer sucesso também em outras emissoras, ficando na Rádio Tamoio por dois anos. Em 1944 ele foi despedido da Rádio Tamoio e, logo em seguida foi contratado por Cr$ 1.600.00 pela Rádio Nacional. Lá ele conheceu o violonista Dino que tocava violão 7 cordas, sujeito bem humorado que tinha a mania de colocar apelido nas pessoas que conhecia e o ator Paulo Gracindo, os quais colocaram o carinhoso apelido de “Lua” por ter o rosto arredondado.
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Luiz Gonzaga Lua Nascimento e Humberto Teixceira - 1942. |
Muito bom, amigo Tadeu!!!Amei os vídeos e registros do grande Luís Gonzaga (LUA)!!!
ResponderExcluirParabéns!!!Grande abraço!!!