É um auto popular de origem ibérica que inspira-se nas
grandes aventuras marítimas dos portugueses, disseminado em todo o Brasil. Sua
denominação varia de uma região para outra, pois no Nordeste e Norte é
conhecida como Nau Catarineta, a Barca,
Fandango. Já no Sul e Leste é denominado Marujada. Fandango no Sul também é
dança de pares, sem representação dramática. Em Portugal não há apresentação
semelhante, ainda que uma boa parte das cenas seja de origem portuguesa, das
narrativas marítimas. No Brasil surgiu no século XVIII, e no Rio Grande do
Norte no início do século XIX.
O grupo é form ado por uma tripulação de aproximadamente
quarenta marujos, entre oficiais e marinheiros. O enredo principal
desenvolve-se em torno da velha “Nau Catarineta”, que é atacada por uma
tempestade e vaga durante sete anos e um dia.
Perdido e sem comida, a tripulação passa a comer sola de
sapatos e, através de um sorteio, o comandante do navio é escolhido para ser
transformado em alimento para os famintos. Durante o momento da aflição
acontece um milagre e a tripulação avista terra.
Segundo informações de José Colaço a Antônio Lima, o Fandango
de Canguaretama apareceu por volta de 1885, trazido do Pará, por “Seu Tota”, morador
da “Gameleira”. Por volta de 1910, foram introduzidas outras “partes” (músicas)
trazidas da Paraíba. Anteriormente existia um Fandango em Vila Flor, mas esse
acabou, surgindo o de Canguaretama.
O grupo de Canguaretama é formado por uma tripulação de
aproximadamente quarenta marujos, entre oficiais e marinheiros. Os personagens
se distribuem em duas filas e são os seguintes: Capitão de Fragata, Mestre, Gajeiro,
Ração e os Marujos na fila da direita; Piloto, Contramestre, Calafate e Vassoura
e os marujos na fila da esquerda. Apenas o Capitão de Mar e Guerra fica no
centro e por traz de todos. A apresentação se faz com uma barca, a Nau
Catarineta. O enredo principal desenvolve-se em torno da “Nau”, que é atacada
por uma tempestade e vaga durante sete anos e um dia. Perdido e sem comida, a
tripulação passa a comer sola de sapatos e, através de um sorteio, o comandante
do navio é escolhido para ser transformado em alimento para os famintos. Durante
o momento da aflição acontece um milagre e a tripulação avista terra.
O Fandango era representado no período do ciclo natalino com
seus personagens vestidos de marinheiros, cantando e dançando ao som dos
instrumentos de cordas, não fazendo uso de instrumentos de percussão nem de
sopro.
No grupo de Canguaretama, a princípio eram usados apenas o
violão e o cavaquinho, sendo introduzido o banjo em 1953, tocado por Paichicu.
A primeira apresentação se dava sempre na Festa de Nossa Senhora da Conceição que
acontece no município de Canguaretama há mais de 120 anos. Este ano a festa da
padroeira aconteceu de 30 de novembro a 8 de dezembro com animação da cidade
que se estenderá até a Festa de Santos Reis. No passado esta festa era
organizada por Manoel Francisco de Andrade que foi o mestre do Fandango até a primeira
metade do século XX, passando para seu filho, Antônio Andrade (Lima). Nos
últimos anos do século XX a organização ficou a cargo de Zé de Ná mestre e o
contramestre Klebinho Pinheiro, responsáveis pela organização do Fandango de
Canguaretama que desde 1971, ambos participam com a embarcação da Nau
Catarineta conduzindo a imagem de Nossa Senhora da Conceição pelas principais
ruas da cidade.
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