ANTONIO BARROS SILVA, nome artístico, "Antônio
Barros”, que nasceu na cidade de Queimadas na Paraíba, no dia 11 de Março de
1930. Seus pais chamam-se, Severino Barros da Silva e Luíza Rodrigues da Silva.
Estudou no Grupo Escolar José Tavares e a maior parte de sua infância foi
vivenciada na zona rural. Quando sobrava tempo para brincar, costumava pegar
uma lata vazia de 20 litros, colocava a cabeça dentro, batia do lado de fora
com as duas mãos, fazendo ritmo, enquanto cantava para ouvir sua própria voz
com efeito reverberado.
Aos dezenove anos de idade começou sua vida profissional tocando
pandeiro na rádio Caturité em Campina Grande-PB. Aos vinte anos foi para
Recife-PE e na rádio Tamandaré deu continuidade ao seu trabalho como músico
pandeirista. Foi nessa mesma época que escreveu sua primeira composição e
conheceu Jackson do Pandeiro, o qual se tornou um grande amigo do artista,
apoiando-o na vida profissional.
A partir daí começou a gravar suas primeiras canções profissionalmente
com Jackson do Pandeiro, Genival Lacerda e Zito Borborema. Naquela época era um
sonho de todo artista do Nordeste partir rumo ao Rio de Janeiro, foi o que fez,
comprou uma passagem de navio e embarcou ruma a cidade maravilhosa. Lá procurou
a rádio nacional que estava situada na Praça Mauá, e para sua surpresa quem
estava se apresentando no auditório naquela ocasião era o músico paraibano,
Jackson do Pandeiro que acolheu o conterrâneo e o levou para morar em seu
apartamento. Naqueles dias reencontrou o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que logo
lhe comprou uma de suas composições para gravar. Foi nessa época que começou a
trabalhar com Luiz Gonzaga com quem gravou algumas de suas composições, tendo o
compositor à oportunidade de desenvolveu ainda mais o seu repertório musical
que passou serem gravadas por vários artistas que faziam sucessos no Nordeste,
a exemplo, Trio Nordestino, Os três do Nordeste, Marinês, o próprio Luiz
Gonzaga e tantos outros artistas.
Foi em 1971 que, Antônio Barros conheceu uma morena, Mary Maciel
Ribeiro, carinhosamente de nome artístico Cecéu, desde então formaram uma
parceria no trabalho musical e no amor.
Mary Maciel Ribeiro, a Cecéu, nasceu em 02 de Abril de 1950
na cidade de Campina Grande, na Paraíba. Filha de Severino Lourenço Ribeiro e
Maria Maciel Ribeiro. Estudou no colégio São Vicente de Paulo, bem próximo de
sua casa no bairro do Catolé. Costumava ir à escola cantarolando várias músicas
que gostava de ouvir no rádio às tardes enquanto trabalhava na mercearia de
secos e molhados de seu pai.
Uma das músicas que Cecéu gostava de cantar era: “Marieta tá,
Marieta tá, Marieta tá, entalada com cajá...”, pois nem sabia que era uma
composição de Antônio Barros que mais tarde viria a ser seu companheiro na vida
e na profissão. Disse que nunca imaginou que um dia viria seguir a carreira
musical.
Na sua infância e adolescência sempre apreciou a arte
musical, acompanhava as notícias e as canções de seus artistas favoritos como,
Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Demônios da Garoa, entre outros. Assim,
influenciada pelo romantismo dominante dessa época, até passou a escrever
algumas músicas, e só mais tarde quando se tornou companheira de Antônio Barros,
se tornou Cecéu, foi quando deu início a sua carreira profissional ao lado do
companheiro e marido Antônio Barros.
Com a parceria formada, passaram a compor juntos e se
tornaram um casal de sucesso. Levantando a bandeira de uma forte expressão
artística no companheirismo do dia-a-dia, essa dupla se transformou num
paradigma da cultura popular brasileira, pois nesse decorrer são mais de
setecentas obras gravadas pela maioria dos intérpretes brasileiros, alcançando
popularidade até no exterior onde também suas músicas foram gravadas na Itália,
Espanha, Portugal e Israel.
A música, “Procurando
Tu” foi o primeiro sucesso de Antônio Barros que aconteceu entre 1971 e
1972, gravada pelo Trio Nordestino. Ela percorreu inicialmente sua trajetória
tocando nas discotecas de São Paulo, passou por uma roupagem Rock'n Roll
através da interpretação de Ângelo Antônio, transformou-se sutil na interpretação
da grave voz de Ivon Cury e ritmada e brincalhona nas vozes de Genival Lacerda
e também na de Jackson do Pandeiro. A música, Procurando Tu, se manteve em
primeiro lugar nas paradas de sucesso durante três meses em 1972, e de acordo
com um levantamento feito pela ADDAF (Associação Defensora dos Direitos
Autorais e Fonomecânicos), até 1995, a música já tinha mais de 130 regravações.
Em 1973, Antônio Barros continuou no cenário do sucesso e
despontou dessa vez com “Vamos Lá Pra Ver; Todo mundo no casamento da
Maria..."; marcando presença na Jovem Guarda através da dupla Tony e
Frank. Ela foi se apresentar num programa da TV Globo do Rio de Janeiro chamado
Aroldo de Andrade, mas foi interrompida pela Censura, era época do regime
ditatorial e a censura estava proibindo muita coisa. A música causou polêmica e
a censura pretendia tirar o programa do ar. Solicitaram que Antônio Barros
levasse urgente a letra da sua composição a fim de provar que era
"no" casamento e não "nú".
Ainda em 1973, fez sucesso com a música, “Já Faz Tempo Não
Lhe Vejo”, "... estou feliz porque você está boa, você está boa, você está
boa...", se consagrou nacionalmente. Enquanto isso, as festas juninas,
Santo Antônio, São João, São Pedro e Festa de Santana espalhada por todo Nordeste
brasileiro pegava fogo, contagiando o povo com grandes clássicos de sua
autoria, a exemplo, “Brincadeira na Fogueia; Naquele São João; Forró Em São
Miguel; É Proibido Cochilar; Forró Desarmado; Forró De Tamanco; O Neném; Menino de Colo”, entre centenas de outros sucessos gravados pelas maiores expressões
da música regional e nacional.
Outro grande sucesso de Antônio Barros foi à música, “Sou o Estopim”, que também estourou nacionalmente,
primeiro foi gravada pela inconfundível e linda voz de Marinês "Rainha do
Xaxado", depois a música foi gravada pela a atriz Sônia Braga e se tornou
trilha sonora da novela global Saramandaia em 1976.
Mas, foi em 1981 que Antônio Barros recebeu o Troféu Imprensa
do SBT na categoria de melhor música do ano - Homem Com H - gravada por Ney Matogrosso. Foi impactante toda a
linguagem corporal desse artista cantando "... eu sou homem com H e com H
sou muito homem...". Isso tudo rendeu várias execuções apresentadas no
programa Globo de Ouro da Rede Globo que era o termômetro dos sucessos nos anos
1980.
Em 1982, o cantor Ney Matogrosso gravou a música "Por Debaixo dos Panos" que
se tornou um enorme sucesso. No mesmo ano a cantora Elba Ramalho gravou a
música, “Bate Coração”, que obteve
sucesso espetacular em todo país, destacando que este xote foi gravado primeiro
ao vivo no Festival de Montreux na Suíça.
Em 1985, teve outra música de sua autoria gravada por Luiz
Gonzaga, "Forró nº 1", que está no LP
"Sanfoneiro Macho". No mesmo ano Jorge de Altinho gravou "Nem que Pare o Coração", que
deu nome ao disco e "Beijo na boca".
Em 1986, a cantora Marinês, em seu LP "Tô
Chegando", gravou a música "Vida
Acomodada", enquanto que Jorge
de Altinho gravava a música, "Na
Cama, no Chão" e "Não lhe Solto Mais" e
Dominguinhos, no LP "Gostoso Demais", gravou a música, "Chameguinho".
Ainda em 1986, outras de suas composições eram gravadas, a
exemplo, "Engabelando", em
parceria com Bella Maria foi gravada por Luiz Gonzaga, que em 1987, seria
gravada por "Zé Budega" e em 1988, "Moela e Coração", de
sua parceria com Zé Mocó e "Cajueiro velho".
Em 1987, a mesma Marinês gravou a música, "Forró Pé de Chinelo",
"Chamego na Farinha" e "Balaio
de Paixão", que deu nome ao disco e Jorge de Altinho gravou "Calor de Verão", que também
deu nome ao seu disco daquele ano e "Xodó beleza".
Em 1989, em seu último disco, Luiz Gonzaga, o Rei do Baião
gravou de sua autoria, as composições "Coração
Molim", "Na Lagoa do Amor"
e "Baião Agrário", esta em parceria com Maranguape. O trio de forró, Os
Três do Nordeste fez sucesso com suas composições "Pra Virar Lobisomem", "Por Debaixo dos
Panos", "Da Boca Pra
Fora", "Forró
Casamenteiro" e "Amor Sobrando".
Em 1990, o sanfoneiro Sivuca gravou em seu LP "Um Pé no Asfalto, outro na Buraqueira",
sua composição "Forró da Gente".
Ainda no início dos anos 1990, o grupo feminino Banana Split
e É O Tchan chegaram regravar algumas de suas obras. Entre tantos que a
interpretaram, ela ultrapassou as fronteiras tupiniquins através de Roberto
Leal que a vestiu no ritmo Vira e a levou para as terras lusitanas.
Em 1994 teve a composição "Esse Brasil é Meu", parceria com Antônio Barros, gravada
por Dominguinhos. Em 1998, a cantora Elba Ramalho gravou o forró "Chameguinho". No mesmo ano,
Marinês e Elymar Santos gravaram ao vivo a composição "Bate Coração".
Em 1999, Flávio José gravou "Bebê Chorão" e a Banda Mastruz com Leite gravou seu "Forró nº 1", pela BMG. No
mesmo ano, teve a música "Menino de Colo" gravada pelo cantor brega
Falcão no CD "500 anos de Chifre -
O Brega do Brega".
Em 2000, lançou pelo selo CPC-Umes/Eldorado, o CD "Forró
nº 1", junto com o marido e compositor Antônio Barros. Um de seus grandes
sucesso foi o baião "Paraí-ba",
gravado por Messias Holanda e regravado em 2000 por Zé Ramalho no CD duplo,
"Nação Nordestina".
Em 2004, teve a composição "O Neném", gravada pelo grupo Trio Nordestino, no CD
"O Baú do Trio Nordestino - II", que contou com a participação
especial de Alcione.
Em 2009, teve a sua música "Chameguinho" gravadas por Liv Moraes, filha de
Dominguinhos, no CD "É você", lançado pela Atração Fonográfica.
Músicas como: Casamento da Maria; Amor Com Café; Forró do
Poeirão; Forró do Xenhenhém; Óia Eu Aqui De Novo; são algumas das composições que
fazem parte da história da música brasileira, em especial a música nordestina, e
que fazem parte do acervo das músicas autorais da dupla, Antônio Barros e Cecéu,
as quais já foram gravadas por expressivos nomes da MPB, como Ney Matogrosso,
Elba Ramalho, Dominguinhos, Gilberto Gil, Alcione, Ivete Sangalo, Fagner, Gal
Costa, MPB-4 e os saudosos Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Marinês.
Esses artistas consagrados que fazem parte da realidade e da
história da música conseguiram romper a regionalidade sem perder o sotaque. Na
capital paulista, onde a dupla reside desde 1995, o casal apresenta seus shows
com classe e charme através de seus inúmeros sucessos. A música criada por Antônio
Barros e Cecéu, está firme e forte no imaginário popular, exemplo disso é
encontrar regravações e releituras de suas músicas feitas por uma nova geração
de artistas, não somente de artistas regionais, mas muitas vezes de artistas
pops e DJs de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais que constantemente estão
cultivando a sua obra.
Aproveitando a citação dos anos 1980 e fazendo um trocadilho;
atualmente aos 80 anos de vida completados no último dia 11 de Março de 2010,
Antônio Barros continua compondo e fazendo seus shows, agora não sozinho, mas
ao lado de sua mulher e parceira Cecéu há 38 anos, e por toda essa trajetória
antes e depois dessa parceria, eles são reconhecidos como a dupla de
compositores e cantores com mais de 700 sucessos da história da música
brasileira gravados pela maioria dos intérpretes.
TÍTULOS DE GRANDES SUCESSOS DE ANTONIO BARROS E CECÉU
01. NENEM
02. MULHER COMPROMETIDA
03. BURRA NAMORADEIRA
04. PROCURANDO TU
05. JÁ FAZ TEMPO QUE NÃO LHE VEJO
06. CASAMENTO DE COMPADRE
07. BATE CORAÇÃO
08. FORRÓ DO
VELHO INÁCIO
09. MUITA
MARIA E POUCO ZÉ
10. O MAIOR
FORRÓ DO MUNDO
11. NÃO DIGA
PRA NINGUÉM
12. É
PROÍBIDO COCHILAR
13. MELÔ DO
PINTO
14. FORRÓ DO
POEIRÃO
15. FORRÓ NA
BRASA
16. NÃO LHE
SOLTO MAIS
17. NINGUÉM
DESATA ESSE NÓ
18. FORRÓ NO
CLARO
19. NO
SOMZIM DO FOLE
20. A
SAUDADE ME DEVORA
21. AÇUCAR
NO CAFÉ
22. AMANDO
GOSTOSO
23. TRÊS
MULHERES PARA UM HOMEM SÓ
24. PELO
CHEIRO DO TEMPERO
25. FORRÓ EM
SÃO MIGUEL
26. REBENTA
O MOCOTÓ
27. SOU O
ESTOMPIM
28. ME DÁ O
LENÇO
29. RAINHA
DO XAXADO
30. EM
LOUVOR A SÃO FRANCISCO
31. PRA LÁ
PRA CÁ
32. NA PALMA
DA MÃO
33. VAMOS LÁ
PRA VER
34. O SABOR
DA PAIXÃO
35. HOMEM
COM H
36. BRINCAR
DE ESCONDER
37. AMOR
BANDIDO
38. DOR DE
CABEÇA
39. BAIÃO
PRA DOIS
40. BULIR
COM TU
41. PRA QUE
FOGUEIRA
42. CANTO DE
OUTRORA
43. POR
DEBAIXO DOS PANOS
44. PODE IR
45. CHEGOU A
HORA
46. COMO EU
SOU
47. QUEM
PRECISA PEDE
48. QUERO TE
AMAR
49. ONDE
ANDA RITA
50. TÔ
FICANDO VELHO
51. TIPO DE
AMOR
52. SÓ DANÇO
QUENTE
53. SEPARAÇÃO
54. SEGURA O
MACHUCADO
55. RECORDANDO
PAU DE ARARA
56. BRINCADEIRA
NA FOGUEIRA
57. RAIO E
TROVÃO
58. DE GENTE
SÓ A BOCA
59. O QUE
SERÁ DE NÓS
60. MORENA,
MORENINHA
61. MODIFICAÇÃO
62. MINHA
RAZÃO
63. MINHA
QUERIDA
64. FIM DO
MUNDO
65. FOGUINHO
ILUMINADOR
66. FORRÓ
DOS HOMENS
67. LEI DO
DIVÓRCIO
68. FURRUBIANDO
69. FAZER
AMOR É COMIGO
70. FACHIANDO
71. DEBAIXO
DO LENÇOL
72. O DOCE
DA MINHA PAIXÃO
73. É
MADRUGADA
74. CAIPORA
DO MATO
75. ESPERE
POR MIM
76. MINHA
MADRINHA
77. EU, VOCÊ
E ELA
78. LÁ NA
LAGOA DOS PATOS
79. NA BOCA
DO LOBO
80. GENTE
SOFRIDA.
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