PAULO SÉRGIO DE MACEDO foi um cantor e compositor brasileiro
que fez muito sucesso no final da década de 60, além dos aos 70 e 80. Ficou
conhecido artisticamente do grande público como, Paulo Sérgio. Nasceu na cidade
de Alegre,
estado do Espírito Santos, no dia 10 de março de 1944 e faleceu em São Paulo, em
29 de julho de1980,
Teve uma morte prematura, aos 36 anos, em decorrência de um derrame cerebral,
Paulo Sérgio é lembrado como o maior nome da música romântica nacional. O
cantor e compositor capixaba iniciou sua carreira em 1968, no Rio de Janeiro,
lançando um compacto com o sucesso Última Canção. O disco obteve
sucesso imediato e vendeu 60 mil cópias em apenas três semanas, transformando
seu intérprete num fenômeno de vendas. A despeito da curta carreira, Paulo
Sérgio lançou treze discos e algumas coletâneas, obtendo uma vendagem superior
a 10 milhões de cópias.
Primeiro filho do alfaiate Carlos Beath de Macedo e de Hilda
Paula de Macedo, Paulo Sérgio, se não tivesse manifestado desde cedo o intento
de tornar-se músico profissional, talvez teria se realizado como alfaiate,
haja vista que aos dez anos freqüentava a alfaiataria do pai, aprendendo os
primeiros segredos da agulha e da tesoura. Porém, a veia artística já se
desenhava cedo. Aos seis anos de idade, quando em sua cidade natal Alegre-ES, apareceram às caravanas de artistas
de emissoras de rádio do Rio de Janeiro, Paulo Sérgio participou, ao fim do
espetáculo, de um mini-concurso de calouros. Foi escolhido o melhor dentre
vários concorrentes, passando a ser requisitado como atração especial em todas
as festinhas da pequena Alegre.
Ao chegar ao Rio de Janeiro, para onde
a família se mudara em meados dos anos 50, a trajetória do menino Paulo ganhou
uma nova conotação. Estudou no Colégio Pedro II e morava em Brás de Pina,
na zona norte carioca, quando terminou o ginásio. Aos 15 anos, foi trabalhar em
uma loja no bairro de Bonsucesso.
Coincidência ou não, era uma loja de discos e eletrodomésticos, chamada “Casas
Rei da Voz”. Como tocava bem violão, logo os amigos o incentivaram e Paulo
Sérgio começou a mostrar suas composições.
Os anos 60 sacudiam a juventude e
Paulo Sérgio fez seu batismo no programa Hoje é Dia de Rock, comandado
por Jair de Taumaturgo, o mais badalado entre os jovens do Rio. Posteriormente,
passaria ainda por muitos outros programas de calouros, como o Clube
do Rock, do saudoso Rossini Pinto,
onde muitos outros ídolos que iriam formar o pessoal da Jovem Guarda se apresentaram. Em 1966, no filme Na Onda do Iê-iê-iê, Paulo Sérgio aparece como calouro do Chacrinha,
cantando a canção Sentimental Demais de Altemar Dutra.
Em 1967, uma nova e grande oportunidade de
Paulo Sérgio surgiu, quando um amigo seu foi convidado para realizar testes na
gravadora Caravelle, do empresário Renato Gaetani. Paulo, então, prontificou-se
a acompanhar o amigo ao violão, que infelizmente não teve sorte. Porém, durante
o teste, Álvaro Menezes, integrante do conjunto Os Selvagens e que era responsável por descobrir novos talentos da
jovem guarda para a gravadora Caravelle, constatou que Paulo Sérgio também
cantava e manifestou interesse em ouvir algumas de suas composições.
Álvaro assegurou a Renato Gaetani, seu
tio, que Paulo Sérgio seria sucesso absoluto e assim, um contrato foi
prontamente assinado. Mas o sucesso veio mesmo antes de gravar! Álvaro o levou
várias vezes ao programa Haroldo de Andrade na TV Excelsior e o auditório vinha abaixo ao ouvi-lo cantar "Benzinho" que ainda nem
havia sido gravada!
Paulo Sérgio tornou-se muito amigo de
Álvaro a quem pedia conselhos sobre os mais diversos assuntos, até mesmo sobre
a compra de seus dois primeiros carrões, um Mustang e um Cadillac Presidencial!
Na época, o motorista de Paulo Sérgio era Tony Damito,
o qual tempos depois, também gravou um disco com a ajuda de Paulo Sérgio e Álvaro.
Após alguns dias, Paulo Sérgio gravou
um compacto simples,
que continha as músicas Benzinho e Lagartinha.
Entretanto, a sua afirmação definitiva deu-se com o lançamento, em 1968, do
primeiro disco, denominado Paulo
Sérgio - Volume 01, que, alavancou um grande sucesso com a música: Última
Canção, que vendeu mais de 300.000 cópias. Paralelo ao sucesso
meteórico de Paulo Sérgio surgiu à acusação de que ele era um imitador do cantor Roberto Carlos,
então ídolo inconteste da juventude, dada a semelhança do seu timbre vocal.
Como contrapartida, naquele mesmo ano Roberto Carlos lançaria o álbum O Inimitável.
Do sucesso inicial advieram propostas
para que Paulo Sérgio ingressasse numa grande gravadora. Em 1972, este assinaria um vultoso contrato
com a Copacabana, o qual, em razão das cifras
envolvidas, foi considerado o maior acontecimento artístico daquele ano. Pelo
selo Beverly, Paulo Sérgio
lançaria ao todo oito álbuns.
A esposa Raquel Telles, o filho Rodrigo Jr. e Paulo Sérgio. |
No dia 4 de março de 1972, Paulo Sérgio contraiu
matrimônio com Raquel Teles Eugênio de
Macedo, a qual conhecera casual e sugestivamente num pequeno acidente de
trânsito. O casamento aconteceu secretamente, numa cerimônia simples, em Castilho,
pequena cidade do interior de São Paulo. Em 23 de maio de 1974, nascia Rodrigo, que mais tarde usaria artisticamente o cognome de Paulo Sérgio Jr. Além de Rodrigo, Paulo
Sérgio tivera ainda duas filhas, Paula
Mara e Jaqueline Lira, fruto de relacionamentos anteriores.
ÚLTIMOS
MOMENTOS DE SUA VIDA:
No dia 27 de julho de 1980, um domingo, Paulo Sérgio fez sua
última apresentação na TV. Esta ocorreu no programa do apresentador Édson Cury (o Bolinha), da Rede Bandeirantes de Televisão,
onde cantou duas músicas do seu último trabalho fonográfico: “O Que Mais Você Quer de Mim” e “Coroação”. Logo após apresentar-se no “Programa do Bolinha”, nos arredores do
teatro onde aquele programa era veiculado, na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio (São Paulo-SP),
Paulo Sérgio envolveu-se num incidente que talvez tenha provocado sua morte.
Ele saiu do auditório para pegar seu
carro, estacionado próximo à Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Várias fãs o
cercaram. Queriam beijos, autógrafos, carinhos, fotografias. Uma delas,
agressivamente, começou a comentar fatos relacionados à vida íntima do cantor e
sua mulher, Raquel Telles Eugênio de Macedo.
Para evitar encrencas os amigos
trataram de afastar Paulo dela, enquanto a moça garantia que ainda tinha muito
a dizer. Já nervoso, Paulo Sérgio deu a partida em seu carro, mas, quando
manobrou o veículo, foi atingido por uma pedrada no pára-brisa. Fora de si, ele
desceu do automóvel e partiu em perseguição à moça. Esta se refugiou no interior
de um edifício, para onde o zelador não permitiu que Paulo a seguisse. Furioso,
Paulo avaliou os danos causados a seu veículo e aguardou vários minutos, na
calçada, que a garota voltasse à rua.
Seus acompanhantes procuraram
acalmá-lo. Ele ainda teria de cumprir três apresentações, antes que o domingo
terminasse. Finalmente, o convenceram a esquecer o incidente e sair dali.
Rumaram para uma pizzaria em Moema. Paulo tentou fazer um lanche, mas não
conseguiu comer direito. Tinha muita dor de cabeça e nenhum apetite.
A primeira apresentação foi no Grajaú.
Quando terminou de cantar, Paulo chamou seu secretário, pedindo a ele que
encontrasse uma farmácia e providenciasse comprimidos para sua dor de cabeça,
que estava cada vez mais violenta. Ingeriu dois de uma só vez e partiu para
Itapecerica da Serra. Mas lá só conseguiu cantar quatro músicas. A sua cabeça
latejava dolorosa e implacavelmente e a sua visão estava começando a ficar
turva. Ele cambaleou até o camarim. Logo depois, os amigos o encontraram alternando-se
entre gemidos e gritos de dor e tendo tremores por todo o corpo. Foi levado até
o carro e transportado para o Hospital Piratininga. De lá, o enviaram para o
Hospital São Paulo. Quando chegou a este último, já estava em coma. O diagnóstico foi rápido e
assustador: Paulo Sérgio tivera um derrame cerebral.
Após as primeiras providências
clínicas, Paulo Sérgio foi internado na Unidade de Terapia Intensiva. Teve
início assim uma desesperada batalha pela sua sobrevivência. Amigos e parentes
foram alertados. Apesar de preocupados, todos, tanto familiares como fãs e
equipe médica, estavam confiantes até aquele momento. Afinal, ele era um homem
forte, sadio… e com apenas 36 anos. Com esse perfil, todos acreditavam que não
havia motivo para que se duvidasse de sua recuperação.
No entanto, mesmo com a equipe médica
fazendo tudo que foi possível, seu esforço de nada adiantou. Na manhã de
segunda-feira, 28 de julho, os corredores do hospital já estavam repletos de pessoas que
queriam ver e saber alguma notícia sobre o estado de Paulo Sérgio. O otimismo
já cedia lugar a um certo desespero. Afora os familiares, ninguém mais naquele
momento tinha autorização para entrar na UTI, onde ele se encontrava.
As reações de Paulo Sérgio continuavam
desfavoráveis. O Dr. Pimenta, chefe da equipe que incansavelmente tentava
reabilitar o cantor, após exames minuciosos, revelou aos familiares de Paulo
que suas possibilidades de sobrevivência já eram mínimas, quase nulas. Mesmo
assim, a luta prosseguia. No hospital, a vigília permanecia continua. Mais uma
noite e o estado de saúde de Paulo Sérgio, ao invés de melhorar, se agravou. Às
14 horas e trinta minutos de terça-feira, 29 de julho, foi declarado que já não
havia mais nenhuma possibilidade de reversão do seu quadro clínico, de modo que
e sua morte clínica definitiva passara a ser apenas uma questão de tempo. Paulo
Sérgio já estava praticamente sem vida e apenas os aparelhos mantinham sua
respiração e seus batimentos cardíacos. Às vinte horas e trinta minutos, foi anunciado
o fim de sua longa e dolorosa agonia. Apesar de todo o esforço feito para
salvá-lo, Paulo Sérgio estava morto.
Durante a madrugada e a manhã seguinte
o corpo do cantor ficou exposto para visitação no velório do Cemitério de Vila
Mariana, em São Paulo. Atendendo ao pedido dos pais de Paulo Sérgio, o seu
corpo foi sepultado no Rio de Janeiro.
Na capital carioca, o velório ocorreu no Cemitério do Caju. Entre os cantores que prestaram suas
últimas homenagens, podemos citar Antônio Marcos, Jerry Adriani, Agnaldo Timóteo e Zé Rodrix.
O cantor Roberto Carlos não pôde comparecer ao enterro, mas prestou sua
homenagem enviando uma enorme coroa de flores com os seguintes dizeres: “Meu coração está em luto, pois morreu meu grande ídolo”. Às 16 horas
do dia 30 de julho (quarta-feira), o seu corpo baixou à
sepultura ao som de seu maior sucesso, “Última
Canção”.
No final dos anos 1980,
uma nova tecnologia permitiu juntar as vozes de Paulo Sérgio e de seu filho,
então com 12 anos. A canção escolhida foi “Quero
Ver Você Feliz”, música que Paulo gravou em 1975 em homenagem ao nascimento do filho.
Na nova versão, lançada em 1987, o filho responde ao pai com novos
versos, incluídos à letra original da canção.
Curiosidades: A última entrevista do
cantor foi concedida a um programa de rádio ao comunicador Altieris Barbiero,
na Rádio Record de São Paulo. Esta ocorrera dia 11 de julho de 1980, sendo
veiculada em 18 de julho de 1980. Curiosamente, o apresentador faz como última
pergunta se Paulo Sérgio teria medo da morte. 18 dias depois de gravada a
entrevista, Paulo Sérgio falece.
Muito triste,cantor faleceu muito jovem, cantava muito, afinal, será que a pedrada teve a ver,ou ele já estava doente?
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