sexta-feira, 15 de maio de 2015

ESTUDO DA HISTÓRIA DE VIDA E OBRA ARTÍSTICA DO PINTOR PEDRO AMÉRICO



Pedro Américo de Figueiredo e Melo, nasceu na cidade de Areia, brejo da Paraíba, no dia 29 de abril de 1843. Filho do violonista Eduardo de Figueiredo e de Feliciana Cirne. Foi um pintor de uma família muito humilde, juntamente com seu irmão Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo seguiu pelo caminho da arte desde cedo. A família, como um todo, tinha vínculos com a arte, e o talento de Pedro Américo logo se destacou, repercutiu pela cidade natal sua capacidade em desenhar.

O menino prodígio aos 9 (nove) anos impressionou o viajante francês Louis Jacques Brunet de passagem pela Paraíba, que logo pediu autorização aos pais para levar o talentoso menino em uma expedição. Foram vinte meses viajando pelo Nordeste do Brasil.

Em 1854, aos 11 anos, Pedro Américo foi para o Rio de Janeiro estudar no Colégio Dom Pedro II, onde mais uma vez se destacou. Em 1956, com 13 anos, ingressou na Academia Imperial de Belas Artes onde conquistou sucesso. Recebeu de D. Pedro II, um curso na Escola de Belas Artes em Paris, para onde foi em 1859. O próprio imperador o concedeu uma pensão para que estudasse na Europa.

Entre os anos de 1859 e 1864, ou seja, de 16 a 21 anos, Pedro Américo estudou na Escola de Belas Artes de Bruxelas, em Paris. Foi discípulo de Ingres, um dos mais importantes pintores do neoclassicismo francês.  Viajou por diversas capitais europeias para ampliar o conhecimento. Aos 22 anos, voltou ao Brasil e foi aprovado em concurso para ser Professor da Academia Imperial de Belas Artes. Aos 24 anos, retornou à Europa para receber o título de Doutor em Ciências Naturais ao defender sua tese em Bruxelas.

Morando na Europa, produzir várias telas, dedicou-se à poesia, ao romance, e a filosofia. Em 1869 esteve em Portugal, onde se casou com Carlota de Araújo Porto Alegre, filha do cônsul brasileiro em Lisboa. O casal teve três filhos. Nesse período, entre outros trabalhos, pintou os retratos de D. Pedro I, D. Pedro II e Duque de Caxias.

Foi uma fase em que produziu diversas obras importantes, incluindo retratos de celebridades e fatos políticos importantes. A consagração veio com o quadro Batalha do Avaí, uma das obras mais importantes do nacionalismo romântico no Brasil.

Pedro Américo foi um pintor muito marcante do período imperial brasileiro, mas manteve seu prestígio com a Proclamação da República. Enquanto outros pintores de sua geração foram levados ao ostracismo, como Victor Meirelles, enquanto o talentoso pintor da Paraíba continuou produzindo importantes obras. Chegou até a ocupar o cargo de deputado no Congresso Constituinte, por Pernambuco, em 1890. Foi autor de importantes obras de arte da República também, como o quadro Tiradentes Supliciado, que se encontra no Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora, Minas Gerais.

Pedro Américo foi também historiador, filósofo, escritor, romancista e poeta. Mas, sem dúvida, seu grande talento foi à pintura. Sua obra esteve inserida na arte neoclássica, privilegiando temas históricos e personificações. Suas pinturas são fundamentais para se compreender o patriotismo criado entre os brasileiros. Pedro Américo é considerado um inovador na pintura brasileira e, pelo seu talento, recebeu variados prêmios nacionais e internacionais. Muitas de suas obras entraram para o imaginário coletivo, sendo reproduzidas em diversas ocasiões.

Foi o desenhista e pintor brasileiro mais importante do século XIX. Sendo ainda hoje um dos desenhistas e pintores mais importantes da nossa história. É Patrono da cadeira nº 24 da Academia Paraibana de Letras. É o autor de dezenas de telas, a exemplo: "O Grito do Ipiranga", uma encomenda da família real, para fazer parte do acervo do Museu do Ipiranga. Também são de sua autoria as telas: "Batalha do Havaí", "Paz e Concórdia", "Batalha do Campo Grande", entre outras.

Em 1888, estando em Florença, Itália, Pedro Américo pintou a sua obra de maior importância em sua carreira, "Independência ou Morte" mais conhecida como "O Grito do Ipiranga", retratando um fato ocorrido em 1822, antes de seu nascimento, que foi encomendada por D. Pedro II, para fazer parte do acervo do Museu Imperial, hoje Museu Paulista.

Na infância, sofreu com beribéri e praticamente ficou cego, além de empobrecido com a crise nacional no começo da República. Faleceu em Florença, Itália, no dia 7 de outubro de 1905 e foi provisoriamente sepultado no Rio de Janeiro. Somente mais tarde seu corpo foi transferido para sua cidade natal, Areia.

SUAS PRINCIPAIS OBRAS SÃO:

Batalha do Campo Grande, 1871 (Museu Imperial do Rio).
A Fala do Trono, 1873 (Museu Imperial do Rio).
Batalha do Havaí, 1877 (Museu Nacional de Bela Arte).
Davi e Abisag, 1879 (Museu Nacional de Belas Artes).
Moisés e Jacabed, 1884 (Museu Nacional de Belas Artes).
O Grito do Ipiranga, 1888 (Museu Paulista).
Libertação dos Escravos, 1889 (Palácio dos Bandeirantes).
Tiradentes Esquartejado, 1893 (Museu Mariano Procópio - Minas).
Paz e Concórdia, 1902 (Palácio do Itamarati).

CONHEÇA AS MAIS IMPORTANTES OBRAS NEOCLÁSSICA DO PINTOR PEDRO AMÉRICO:


1ª Missa do Brasil
Independência do Brasil (Grito do Ipiranga)
Dom Pedro I
Perfil de Dom Pedro I
Dom Pedro II - Fala no Trono - 1872
Duque de Caxias - Patrono do Exército Brasileiro

Batalha do Campo Grande - 1871

(O quadro mostra o último encontro de importância da Guerra do Paraguai, 
ocorrida em 16 de agosto de 1869, cuja batalha se deu entre os exércitos 
da Tríplice Aliança: Brasil ´Argentina e Uruguai e os grupos remanescentes 
das forças do Marechal Solano López)
Batalha do Avaí - 1872 a 1877

Auto Retrato de Pedro Américo como Soldado 33 na Batalha do Avaí
Auto Retrato de Pedro Américo na Batalha do Avaí
Casamento da Princesa Isabel - 1864
Paz e Concórdia - 1885

Detalhes do quadro: A Batalha do Avaí - 1872 a 1879
Detalhe do quadro: "O Brado do Ipiranga"
A Comissão do príncipe Regente D. Pedro I - 1899
Cavalo Morto -1875
Sócrates Afastando Alcebíades do Vício - 1861

Infante Dom João IV Duque de Bragança - 1879
Davi em seus últimos dias é aquecido pela jovem Abisag - 1879
Judite Rende Graças a Jeová - 1880
Voto de Heloísa - 1880
Descanso da Modelo 0 1882
Jacabed levando Moisés até o rio Nilo - 1884 
Casamento em Crise
O Último Tamoio
Visão de Hamlet - 1893
Detalhe da Visão de Hamlet - 1893


A Noite e os Gênios do Estudo do Amor - 184


Rabequista Árabe - 18884
Auto Retrato do Escultor Cândido Almeida Reis - 1888

Violonista Montenegrina - 1899

A Pianista
A Carioca
Casal de Fidalgo -Fausto e Margarida
A Dama - Andréa Martins Silva
Travessia de Aqueronte para a Caverna próximo ao Vesúvio
Paisagem do Chaco

Cristo Morto - 1901
Joana Darc
Leão
Lenhador
Perfil Feminino
Libertação dos Escravos
Tiradentes Esquartejado - 1893
Duas Crianças Dormindo (Os Filhos de Eduardo IV da Inglaterra - 1893)

Paraíso














ESTUDO DA HISTÓRIA DE VIDA E OBRA DO POETA DO ROMANTISMO BRASILEIRO - CASTRO ALVES





Prezados alunos, no texto a seguir vamos conhecer a história de vida do patrono da poesia brasileira, Antônio Frederico de Castro Alves, ficou mais conhecido como: Castro Alves. Entrou para a história nacional, como o poeta dos escravos, por defender os ideais dos abolicionistas.

Nasceu no ano de 1847, na Fazenda Cabaceiras, município de Muritiba, que pertencia a Província da Bahia, hoje a cidade se chama Castro Alves, uma justa homenagem ao grande poeta e romancista brasileiro.

Começou a fazer poesia praticamente desde que aprendeu a escrever, logo revelou grande facilidade nas rimas, métricas e uma bela inspiração. Aliás, antes mesmo de concluir seus estudos no Ginásio Baiano, ele já se familiarizava com todos os grandes poetas da época, tanto brasileiros como franceses e ingleses.






            Enviado pelo pai que para estudar no Recife, a fim de cursar a Faculdade de Direito na capital pernambucana, Castro Alves logo demonstrou que não sentia a menor vocação para a carreira de advogado tão almejada pelo Pai.

Preferia dedicar-se à poesia, declamando suas composições em festas e bailes. Dentro de pouco tempo, seu nome se tornara conhecido em toda a Capital Pernambucana. Mas, até então, seus versos ainda não havia adquiridos a profundidade que realmente define os grandes poetas.

            A inspiração definitiva que iria fazer dele um nome imortal na literatura brasileira, veio quando tinha os seus dezessete anos. Mas foi cometido por uma terrível doença muito comum nos séculos passados – A Tuberculose.

Esta doença era uma infecção contagiosa que ocorria nos homens e alguns animais, com as mais variadas manifestações e localizavam-se nos pulmões, intestinos, rins ou sistema nervoso, matando as pessoas em pouco tempo quando não bem tratada.

Por isso que Castro Alves viu-se obrigado a suspender temporariamente seus estudos na Faculdade de Direito no Recife para fazer um prolongado tratamento da doença, então voltou para sua casa em Salvador para se tratar.

Durante a sua recuperação, o jovem, que até então vivera despreocupadamente, passava a se interessar pelo sofrimento alheio, e, dentro da sociedade brasileira daquele tempo, os que mais sofriam eram os escravos.

Compadecendo-se dos constantes castigos ordenados pelos senhores fazendeiros donos de escravos e dos sofrimentos dos negros, Castro Alves voltou sua inspiração para a nobre causa do abolicionismo, transformando-se desde então em um poeta social.





É verdade que ele também componha poesias de amor; mas suas maiores obras seriam aquelas em que condenava a escravidão. Os poemas abolicionistas de Castro Alves atingiram tal grandeza que o apelidaram de poeta Condoreiro; isto porque o condor é, dentre todas as aves, aquela que voa alto.

            Achando-se recuperado, regressa ao Recife, onde conheceu o poeta Fagundes Varela, da segunda geração dos poetas romancistas e que iria ter grande influência sobre ele, o moço baiano tornou-se um dos maiores defensores da Abolição.

Em companhia de outros Acadêmicos de Direito, um dos quais era Rui Barbosa, fundou uma sociedade antiescravista, através da qual combatia com veemência o odioso sistema servil.

Poeta famoso, dotado de uma bela aparência física e que encantava as mocinhas e sinhás de sua época, sempre era convidado a declamar poemas nos bailes do seu tempo. Castro Alves teve muitos amores, que lhe inspiraram versos de grande sentimento.

Entre suas paixões, a mais longa foi a que dedicou à talentosa atriz portuguesa Eugênia Câmara. Especialmente para ser representado pela amada, o jovem escreveu um drama intitulado: Gonzaga ou a Revolução de Minas. Essa peça de teatro, que na realidade era um brado contra a escravidão, foi encenada com grande sucesso em Salvador e, mais tarde, em São Paulo.





Em 1868, Castro Alves se transferiu para a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, na Capital Paulista. Ali, no meio da generosa juventude acadêmica de São Paulo, encontrou o ambiente ideal para seus princípios abolicionistas.

Com efeito, foi em São Paulo que ele compôs os poemas: Vozes d’África e o Navio Negreiro, momentos culminantes da poesia condoreira.

            Transformado em ídolo da mocidade estudantil, o poeta, com sua figura elegante e romântica, tornou-se tão conhecido dos paulistanos e dos Recifenses. Suas poesias, declamadas nos salões dos bailes da aristocracia e publicadas nos jornais, ganhavam novos partidários para a grande causa da libertação dos escravos.

            Sua popularidade atingira o auge quando lhe sobreveio um grave acidente: ao caçar nos arredores da cidade, sua espingarda disparou acidentalmente, ferindo-o no calcanhar.
O ferimento infeccionou a tal ponto que, depois de permanecer acamado durante vários meses, o poeta foi levado para o Rio de Janeiro, onde lhe amputou o pé. Ao mesmo tempo, sua velha inimiga, a tuberculose, voltava a atacá-lo.

            Como quem adivinhava o fim próximo, Castro Alves, nesse período dramático de sua vida, compunha versos sem parar. Embora ainda cantasse a vida e o amor, sua inspiração suprema continuava a ser a Abolição. Eis porque a história iria lhe dar o apelido glorioso de Poeta dos Escravos.





            Em busca de uma cura que sabia ser impossível, Castro Alves partiu para a Bahia, em fins de 1869. No ano seguinte, publicou em Salvador o poema: Espumas Flutuantes, a única obra de sua autoria que ele chegou a editar.

Mas seu estado de saúde piorava cada vez mais. E em 6 de julho de 1871, com apenas 24 anos de idade, o Poeta dos Escravos faleceu em Salvador.

Castro Alves entrou para a história da literatura brasileira, como o poeta dos escravos, o que lhe valeu o carinhoso apelido de condoreiro, porque tinha um estilo elevado em suas poesias. E como todo grande artista soube está onde o povo estar soube fazer do seu talento uma causa nobre na defesa da razão social e soube como poucos amar o próximo.

Poesias para leitura:

1. Laço de Fita;
2. Os três amores;
3. O fantasma e a canção;
4. O Gondoleiro do Amor;
5. Adormecida;
6. Onde estás?
7. Coração;
8. As duas flores;
9. Canção do boêmio;
10.Quando eu morrer.

            (Organização de Texto - Professor Tadeu Patrício).