sábado, 30 de junho de 2012

IV Capitulo: COMO LUIZ GONZAGA CONHECEU ZÉ DANTAS

Compositor Zé Dantas e Luiz Gonzaga

Em 1949, Luiz Gonzaga conhece no Recife, o médico José Dantas de Sousa Filho que passa a ser o novo parceiro. Em 27 de outubro de 1949, Luiz Gonzaga grava as primeiras parcerias dele e Zé Dantas, o baião: “VEM MORENA e o FORRÓ DE MANÉ VITO”. E assim o Brasil se deliciava com a música do filho de Januário que havia saído lá das bandas do Exu para conquistar o coração dos brasileiros.
O Médico Zé Dantas e Luiz Gonzaga
No dia 01 de novembro de 1949, Seu Januário, Dona Santana, Geni, Muniz, Chiquinha, Socorro e Aloísio, viajaram no caminhão comprado por Luiz Gonzaga com destino ao Rio de Janeiro.
Em 1950, o Lua recebe dos paulistas o título de “REI DO BAIÃO” que o consagra até nossos dias. Neste mesmo ano “Lua” grava também a toada ASSUM PRETO e os baiões QUI NEM JILÓ e PARAÍBA, Gonzaga neste período está no auge de sua carreira. A música PARAÍBA foi gravada por uma cantora japonesa Keiko Ikuta, e também pela Emilinha Borba.



No áudio abaixo apresenta a belíssima voz de Emilinha Borba intérpretando um dos clássicos de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira - 1950. Vale a pena conferir!


Em 1951, Luiz Gonzaga coroou a cantora Carmélia Alves como a “RAINHA DO BAIÃO” na Rádio Nacional, no programa “NO MUNDO DO BAIÃO” apresentado por Humberto Teixeira e Zé Dantas.   
No ano de 1952, Luiz Gonzaga tentou projetar para todo o Brasil, o grupo Os Sete Gonzagas, formado por membros de sua família: Seu Januário, Luiz Gonzaga, Severino Januário, José Januário (Zé Gonzaga), Chiquinha Gonzaga, Socorro e Aloísio para inclinação dos festejos juninos em todo país através das rádios Tupi e Tamoio. 
Grupo os Sete Gonzagas:
Aloísio, Socorro, Zé Gonzaga, Januário, Luiz Gonzaga, Severino Gonzaga e Chiquinha Gonzaga.


Em 1953, inspirado pelo sanfoneiro catarinense Pedro Raimundo, que se apresentava nos programas de rádio da época com a vestimenta típica de gaúcho, Luiz Gonzaga, se perguntou? Por que não me caracterizar com roupa típica de cangaceiro que simboliza o Nordeste brasileiro? Assim o fez, mudou o visual que se apresentava anteriormente e começou a se apresentar com traje típico de cangaceiro. A nova indumentária tinha principalmente o chapéu de couro paramentado no estilo usado por Lampião seu ídolo desde a infância. Também incluia nas vestimentas, cartucheiras, bainhas, lenços no pescoço, etc... Houve muitas críticas ao artista, mas também tiveram aqueles que elogiaram a atitude de representar a cultura de um povo. No final da década de 50, Luiz Gonzaga também passou a se apresentar de vaqueiro nordestino uma justa homenagem ao seu primo, o vaqueiro Raimundo Jacó, morto covardemente nas caatingas do Sertão. Daí em diante estas características ficaram fixadas como a imagem emblemática do artista, acompanhada de sua inseparável sanfona branca, zabumba,  triângulo e com seu chapéu e gibão de couro.
Em 1953 grava ABC DO SERTÃO, VOZES DA SECA e VIDA DE VIAJANTE. Neste mesmo ano, Luiz Gonzaga assume plenamente sua identidade nordestina, começando a usar o gibão de couro.
Primeiro Trajo típico de Luiz Gonzaga.
No dia 09 de julho de 1954, é assassinado em Serrita, Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga, que foi assassinado covardemente nas caatingas do sertão do Araripe. Até hoje nenhum inquérito policial foi aberto. Isto mostra a certeza da impunidade brasileira e a força dos coronéis. Deus salve esta missa criada por Luiz Gonzaga e família que é realizada até hoje, desde 1954.
Missa do Vaqueiro, sendo a primeira missa em 1954.
Missa do Vaqueiro na cidade de Serrita - PE.
O maior encontro de vaqueiros do Brasil.
Em 1959, morre no Rio de Janeiro sua sogra, Dona Marieta, mãe de Dona Helena. O Rei do Baião não estava por perto para confortar a esposa, pois andava por todo o país fazendo show, cantando e decantando o Nordeste.
O vídeo abaixo é uma gravação no disco de 78 rotação. Está cantado em japonês na voz da intérprete Keiko Ikuta datado de 1951. Descubra qual é a música?
O vídeo abaixo feito para o programa Fantástico da Rede Globo de Televisão, datado de 1977 e apresentado por Fábio Júnior que apresenta o Rei e a Rainha do Baião. Descubra que são eles:
O vídeo abaixo apresenta a neta do compositor Zé Dantas, parceiro de Luiz Gonzaga cantando grandes sucessos do mestre lua na beleíssima voz de Marina Elaini.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

III CAPÍTULO: COMO LUIZ GONZAGA CONHECEU HUMBERTO TEIXEIRA.


Humberto Teixeira, Poeta, Músico, Compositor e Deputador.


Em 1945, Luiz Gonzaga assistiu no Rio de Janeiro um grupo musical tocando músicas do compositor Lauro Maia. Logo ele quis conhecer Lauro Maia para colocar letra em suas marchinhas e canções. E nessa conversa o escritor e folclorista Lauro Maia, logo sugeriu a Luiz Gonzaga que apresentaria o seu cunhado Humberto, que mais tarde ficou conhecido na parceria como Humberto Teixeira, nascido no estado do Ceará, na cidade de Iguatu, no dia 05 de janeiro de 1915, mas radicou-se no Rio de Janeiro. Era advogado, político, instrumentista, poeta e compositor. Foi uma perfeita dupla e criadores do Baião. 



GONZAQUINHA, FILHO DE LUIZ GONZAGA OU ADOTIVO?
No dia 22 de setembro de 1945 nasceu Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o Gonzaguinha, fruto do amor de Luiz Gonzaga com Odaléia Guedes dos Santos, cantora e bailarina profissional do coro de Ataulfo Alves. Gonzaga conviveu com Odaléia, cerca de 5 anos. Odaléia faleceu de tuberculose em 1952, quando Gonzaguinha tinha 7 anos (vale ressaltar que o menino Luizinho, nesta época já morava com os padrinhos Xavier e Dina no Morro de São Carlos).

Luiz Gonzaga participa de show de Gonzaguinha no Rio de Janeiro.




Gonzaguinha e Luiz Gonzaga cantando maior sucesso da dupla
da autoria de Luiz Gonzaga e Hervé Cordovil.

PRIMEIRAS COMPOSIÇÕES E GRAVAÇÕES:


Em 1946, Humberto Cavalcanti Teixeira e Luiz Gonzaga compõe uma série de 18 parcerias. E grava o primeiro baião composto pela dupla: “No meu pé de serra”, cuja música era a primeira gravação que Luiz Gonzaga colocava voz e sanfona para homenagem sua terra amada.
E acontece que o baião “no meu pé de serra” foi um grande sucesso. Finalmente uma música do Norte era tocada para todo o país. O sucesso de Luiz Gonzaga com esta música começa era enorme e ao mesmo tempo seu nome começa a correr pelo mundo: Europa, EUA, Japão, etc. O disco começa a vender bem e é campeão de venda nacional.
Neste mesmo ano, Luiz Gonzaga resolveu então rever a família, afastado de casa há 16 anos. Pegou o avião e voa até Petrolina, lá alugou um caminhão porque carro de passeio não rodava por aquelas estradas e decidiu chegar em casa de madrugada. Assista agora ao vídeo cantarolando esta maravilhosa história. (Vídeo Luiz Gonzaga – Volta Pra Exu)
A ideia de compor o baião – Respeita Januário, conta Gonzaga, que surgiu porque ele queria desafiar Januário no seu fole de oito baixos, e ele na sua sanfona branca bonita novinha. Foi quando um ajudante da família que só vivia tomando cachaça gritou lá do meio do povo espalhado pela sala, gente como peste: “Luiz respeita Januário”.
De volta ao Rio de Janeiro, chegou com a ideia de compor um baião com o tema: Luiz respeita Januário. Por isso chamou o parceiro Humberto Teixeira e desse encontro saiu à composição da música RESPEITA JANUÁRIO, em homenagem àquele homem consertador de fole do Araripe que foi o responsável pela inclinação de Luiz Gonzaga na música. E passam a comemorar aquele novo sucesso.
Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga comemorando os 10 anos da parceria.

Em março de 1947, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira levam a música Asa Branca para gravar. Receberam muitas críticas dos produtores da gravadora, porque Gonzaga queria gravar a música cantando algumas palavras pronunciadas do jeito que povo se expressava no sertão. E eles diziam que Gonzaga estava louco que iria voltar a tocar na porta de igreja. As críticas eram tão pejorativas que Humberto Teixeira se irritou e disse: “Essa música vai ser um clássico vocês vão ver”. Então, resolveram gravar. O disco quando saiu foi um grande sucesso e a música Asa Branca começou a ser gravada em vários países com diferentes interpretações.
"Uma das primeiras fotos de Luiz Gonzaga para capa de disco - LP"
A palavra AzA BRANCA tem uma história porque está escrito Asa com "Z".
SAIBA COMO LUIZ GONZAGA CONHECEU SUA ESPOSA:

Em julho de 1947, na Rádio Nacional, Luiz Gonzaga conhece Helena das Neves Cavalcanti, sua futura esposa. No dia 16 de junho de 1948, Luiz Gonzaga casa-se com a contadora pernambucana, Helena das Neves Cavalcanti, natural de Gravatá – PE.
A Noiva, Helena Cavancanti e o Noivo Luiz Gonzaga
Rio de Janeiero -  1949
O CASO DA ESTERILIDADE DE LUIZ GONZAGA:
Segundo o escrito Assis Ângelo, Luiz Gonzaga quando se casou com Helena das Neves Cavalcanti, já era estéril. Mas sobre sua esterilidade fica muito oculto falar já que Gonzaga não gostava de tocar no assunto. E se respeitava essa sua particularidade. Alguns historiadores relatam que ele havia tido uma doença venéreo quando tocava no baixo meretrício. Talvez justifique o fato de não ter tido mais filhos. Já outros historiadores afirmam que Dona Helena, sua esposa é que era estéril.
Luiz Gonzaga aos 30 anos de idade.


 Em 05 de abril de 1949, Luiz Gonzaga resolve então fazer um passeio para o Exu e apresentar a esposa ao “Pai Januário”, que não pôde ir junto com outros da família ao Rio de Janeiro para a festa do seu casamento. Mas quando viajou para o Recife, chegando lá soube que no dia anterior tinha começado em Exu um conflito político entre as famílias Alencar, Sampaio e Saraiva.



Obs: Os que desejarem podem comentar tal pesquisa. Próxima semana IV Capítulo.


sexta-feira, 15 de junho de 2012

II CAPÍTULO: Em busca do sucesso no Rio de Janeiro


Banda do Exército de Juiz de Fora (MG) que Luiz Gonzaga fez parte
com o nome SOLDADO  NASCIMENTO - 1939.
                                      
Ano de 1939, Luiz Gonzaga dar baixa no exército brasileiro e retorna ao Rio de Janeiro, onde faz novas amizades e inicia a sua carreira artística, divertindo marinheiros e desocupados em geral no Mangue, lugar também muito frequentado por malandros, prostitutas e marinheiros estrangeiros. Nessa época explode a segunda grande Guerra Mundial, o Brasil é literalmente invadido pela música estrangeira, principalmente a norte-americana.

Luiz Gonzaga na época que tocava no Mangue - Rio de Janeiro - 1940.
Em 1940, Luiz Gonzaga conhece o guitarrista (bandolinista) português, Xavier Pinheiros e com ele forma uma dupla e passam a tocar no Mangue (baixo meretriz) e nas casas noturnas do Rio de Janeiro. O repertório da dupla era formado de músicas no gênero “Blues a Fox trotes” e de artistas como, Augusto Calheiros, Manezinho Araújo, Antenógenes Silva, basicamente de tangos, boleros, valsas, samba e nenhuma música do Norte.
Nessa mesma época Gonzaga participou como calouros do programa de Ary Barroso da Rádio Nacional no Rio de Janeiro, onde conseguia notas muito baixas.
Compositor Ary Barroso - 1941.

Em 1941, Luiz Gonzaga conhece Januário França que traz um convite do cantor Genésio Arruda para acompanhá-lo numa gravação na RCA Victor em um disco que o artista estava preparando. A participação de Gonzaga foi tão boa que chegou a gravar dois LPs. E nos cinco anos seguintes, gravou cerca de 30 discos com outros artistas. Destacando-se assim como grande sanfoneiro por ser agiu nos dedos.
Ainda em 1941, Luiz Gonzaga recebeu o título dos paulistas como o Maior Sanfoneiro Nordestino, apesar deste reconhecimento, sofreu muito preconceito com sua arte no Rio de Janeiro para se firmar na carreira artística.
Luiz Gonzaga e sua Sanfona Branca - 1942.
Provocado por uma turma de estudantes cearense que frequentava o Mangue, quando em certa noite lhe questionou: “por que não tocava música do Norte? Só quer tocar esses clássicos internacionais? Luiz Gonzaga derrapou na resposta, dizendo que a sanfona era muito sofisticada, tinha que ser um fole de oito baixos para tocar alguma música do Norte. A verdade é que, na ocasião Luiz Gonzaga não tinha nenhuma música do Norte preparado. Mas na noite seguinte trouxe Vire-Mexe que havia preparado, e quando os estudantes cearenses chegaram ao lugar, foram logo sentando numa mesa distante do sanfoneiro e ficaram ali assistindo. O que chamou a atenção de Gonzaga foi que, a turma dos cearenses sempre sentava numa mesa próxima aos tocadores e naquela noite não fizeram isto. Depois da segunda rodada do pires pelo salão, Luiz Gonzaga mandou ver a música Vire-Mexe, o salão logo ficou cheio de casais dançando e os cearenses gritavam lá do canto naquela vibração: “eu não disse, eu não disse que toca-se uma música lá do Norte que dava certo”. A partir de então, Luiz Gonzaga não teve dúvida, correu e foi se escrever como calouro no programa do Ary Barroso na Rádio Nacional. Quando chegou ao programa do rádio logo ouviu do Ary Barroso: Outra vez? Tá ficando freguês, hein? Qual é a valsa de hoje? Muito assustado e diante da provocação do famoso compositor e apresentador da rádio nacional, Luiz Gonzaga tremeu um pouco, mas a coragem falou mais forte e soltou a resposta: “Não é valsa não, seu Ary”. Perguntou Ary Barroso? Vai tocar um tango? Isso é instrumento de tango mesmo? “Também não, vou tocar um negócio lá do Norte”! Como é mesmo o nome desse negócio? “Vire e Mexe”, disse Gonzaga. Ary Barroso riu e fez um trocadilho, sarcástico: “Pois arrivira e mexe esse danado.... A gente vê cada uma!” Conta Gonzaga que, “enquanto estava cantando via rostos espantados e aplausos da plateia. E diante da euforia do pessoal, Ary explicava que o programa não admitia bis, pois havia muitos convidados e se apresentar. E para pediu calma a plateia. Vocês vão ouvir o rapaz cantar Vire-Mexe no desfile das 21:00 horas. No final, Gonzaga ouviu pela primeira vez a confirmação da nota máxima do programa naquele dia. E assim, com muita persistência foi vencendo as ironias de Ari Barroso.
Compositor e Apresentador Aryu Barroso - 1942.

Em 1942, Luiz Gonzaga é contrato pela Rádio Tamoio e começa a fazer sucesso também em outras emissoras, ficando na Rádio Tamoio por dois anos. Em 1944 ele foi despedido da Rádio Tamoio e, logo em seguida foi contratado por Cr$ 1.600.00 pela Rádio Nacional. Lá ele conheceu o violonista Dino que tocava violão 7 cordas, sujeito bem humorado que tinha a mania de colocar apelido nas pessoas que conhecia e o ator Paulo Gracindo, os quais colocaram o carinhoso apelido de “Lua” por ter o rosto arredondado.

Luiz Gonzaga Lua Nascimento e Humberto Teixceira - 1942.






quarta-feira, 6 de junho de 2012

I CAPÍTULO - DO NASCIMENTO ATÉ A DÉCADA DE 30.

HOMENAGEM AOS 100 ANOS DO GONZAGÃO

A SAGA DO REI DO BAIÃO: (1912-1989)


Desde criança sempre foi um admirador da obra musical de Luiz Gonzaga. As suas canções tem melodia e letra, e isto me chamava muita atenção. Gostava muito de ouvir as músicas que decantavam os pássaros, como: Fogo Pagou; Sabiá; Assum Preto; Cantiga do Vem, Vem; Asa Branca; A Volta da Asa Branca, além daquelas que são causos cantarolados na sanfona, a exemplo: Kalorina com K; Samarica Parteira; Triste Partida; A Volta ao Exu, etc... Estas belas obras musicais se eternizaram na minha memória.
Ah! Também tive a oportunidade de assistir por duas vezes o show do Rei do Baião. O primeiro em Juazeirinho, 1973, quando tinha 11 anos, em cima de um caminhão que pertencia a um tio (Deusdete), e bem junto a mim, o mestre Luiz Gonzaga tocando sua sanfona branca acompanhado de um trio pé de serra que encantava a multidão na praça pública, quando cantava grandes sucessos da sua carreira artística, tudo isso patrocinado pelo Tabagismo – Produto – FUMO DO BOM. Lembram?
Uma década depois assisti a outro show de Luiz Gonzaga em João Pessoa, desta vez na lagoa, Parque Sólon de Lucena. Não lembro se foi o último show dele na capital paraibana.
Em minha opinião foi o cantador que mais decantou com respeito à natureza, os pássaros e o Nordeste com seus problemas sociais e políticos. Nem um outro foi tão autêntico quanto o mestre Gonzaga.
Quero aproveitar este espaço para compartilhar com vocês internautas um pouco da história de vida do nosso Rei do Baião. Os 7 capítulos dessa pesquisa que serão exibidos, serão divididos por décadas, com apresentação de fotos e vídeos para contribuir com a nossa identidade cultural e a nossa cultura brasileira. Os referidos capítulos serão postados gradativamente. Vale a pena acompanhar!
I Capítulo – 1912 a 1930:
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, povoado do Araripe, distante a 12 quilômetros da cidade de Exu, sertão de Pernambuco. Seu pai Januário José dos Santos era agricultor e consertador de sanfona e foles de oito baixos. Sua mãe, Ana Batista de Jesus, chamada carinhosamente de Santana, doméstica e vendedora de mangaio (cordas) nas feiras livres da região do Exu. Foi batizado na matriz São João do Araripe, município do Exu, no dia 05 de janeiro de 1913, cuja celebração de batismo foi feita pelo Padre José Fernandes de Medeiros. Desde sua infância o pequeno Gonzaga namorava o fole de oito baixos, instrumento este executado pelo “Pai Januário” no qual começou seus primeiros acordes.



Junuário tocando Fole de Oito Baixos.

Dona Santana e Sr. Januário.
Terreno onde foi a casa que Luiz Gonzaga nasceu.
Hoje existe este monumento.
Trubuto a Luiz Gonzaga.

Casa dos pais de Luiz Gonzaga onde levou a surra por causa de sua valentia - 1930.
Igreja São João do Araripe - Sertão Pernambucano.

Vista Panorâmica da cidade de Exu - Sertão de Pernambuco.
Coisas de Gênio:
Luiz de Januário como era conhecido na infância, aos oito anos de idade teve a oportunidade de substitui um sanfoneiro que falhou na palavra/trato com seu pai. Tendo o pai acertado um contratado para tocar na tradicional festa no terreiro de Miguelzinho na Fazenda Caiçara, no povoado do Araripe, Exu. Mas a pedido da vizinhança ao pai naquela noite, o pequeno Lula deleitou-se tocando e cantando a noite inteira, e pensava na possibilidade de Dona Santana deixá-lo tocar mais vezes. Luiz Gonzaga estava feliz porque era a primeira noite que tocava com a permissão de “Mãe Santana” para um bom público. E pela tocada recebeu o seu primeiro cachê de 20$000 rés. Assim, o menino Luiz de Januário crescia com sua simpatia e esperteza conseguindo agradar até ao Sinhô Coronel Manuel Aires de Alencar, e por causo do feito musical, passou a ser um garoto de confiança do Coronel Aires Alencar. Sua primeira sanfona foi comprada na cidade de Ouricuri sertão de Pernambuco, no armazém do Sr. Adolfo, com o cachê recebido da primeira tocada e o restante do dinheiro 120$000 contos de rés que foi financiado pelo Coronel Aires Alencar.
Aos 16 anos, Luiz Gonzaga já era conhecido no Araripe e em toda redondeza. Mas aos 17 anos o filho de Januário apaixona-se por uma estudante, Nazarena, da família Alencar. O padrasto da jovem, o senhor Raimundo Deolindo Alencar sabendo da inclinação do jovem sanfoneiro pela menina moça, resolve impedir o namoro. Luiz Gonzaga muito magoado porque soube que o pai da moça andava falando dele, resolveu então encarar o valentão num sábado pela manhã na feira no Exu.
OBSERVAÇÃO: Você poderá conferir o restante dessa proesa de Luiz Gonzaga assistindo ao vídeo abaixo. É só dá um clik:
Por causa de Nazarena, chamada carinhosamente por Luiz de “Nhazinha”, ele levou uma grande surra de dona Santana e seu Januário, por seu atrevimento com o pai da jovem, Raimundo Deolindo. Envergonhado arrumou uma desculpa para fugir de casa. Foi quando contou com a ajuda de Zé de Elvira, ai bolou a ideia de fugir para tocar uma festa no Crato. Assim fez, pegou a sanfona e uma párea de roupa e seguiu a pé cerca de 65 km, do Exu até o Crato. Chegando ao Crato, Luiz Gonzaga vendeu a sanfona a um lavrador conhecido por senhor Raimundo Lula, pelo valor de 80$000 rés.
Era julho de 1930, quando ele decidiu seguir viagem até Fortaleza/CE para alista-se no 23º Batalhão de Caçadores do Exército, onde serviu a pátria por um período de 9 (nove) anos, servindo nos estados do Ceará, Paraíba, Piauí, Pará, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Era o soldado de n.º 122, onde ganhou fama no Exército e recebeu o carinho apelido de “Bico de Aço”, por ser um excelente corneteiro. Mas antes de dar baixa no exército, quis o soldado Pernambuco, ficar mais um tempo para tocar na sanfona branca que havia chegado da Itália, no novo instrumental que a banda do quartel havia recebido. E ele logo se candidatou....  Acho melhor o internauta saber desta história contada pelo próprio Luiz Gonzaga no vídeo abaixo. É só dá um clik:

Luiz Gonzaga é o 2º Soldado da direita para a esquerda.
O soldado que está com a sanfona chama-se Dominguinhos Ambrósio.


OBSERVAÇÃO: No referido vídeo abaixo, Gonzaga narra episódios de sua passagem pelo exército brasileiro e o que fez para comprar a primeira sanfona branca. Recomendo assistir:


Então deu baixa no Exército no estado de Minas Gerais, no dia 27 de março de 1939 e logo viajou para o Rio de Janeiro, para esperar o navio que o retornaria ao Recife, e seguir para o Exu. Mas enquanto o navio não chegava resolver ganhar uns trocados tocando sanfona nos cabarés do Mangue e nas casas noturnas da Lapa, rodando o pires para a marujada e arrecadando uns bons trocados, pois naquela época, o mundo estava em guerra e havia muitos marinheiros ali no Rio de Janeiro, onde poderia tocar e ganhar uns trocados. Luiz Gonzaga só usa sanfona branca até o final de sua vida.


(Aguarde a publicação do próximo capitulo)

terça-feira, 5 de junho de 2012

FAMÍLIA DE HERMES NASCIMENTO RETOMA O CASO DO HINO OFICIAL DE CABEDELO:


Família de Hermes Nascimento quer resgatar sua memória, seu legado e receber os direitos autorais sobre o Hino Oficial de Cabedelo.

Um documento firmado pelo autor do hino e a Prefeitura de Cabedelo garante a Hermes Nascimento, um repasse financeiro durante 60 anos (1993/2053). A prefeitura é devedora desde então.


A família de Hermes Nascimento, autor do Hino Oficial de Cabedelo, se prepara para ir a justiça cobrar os direitos autorais que, segundo seu filho caçula, mesmo existindo um termo de cessão onde prever uma contrapartida financeira ao autor, a mesma não é repassada desde 1993, quando foi firmado o ato que garante o repasse pelo uso do hino, de 1993 à 2053.



Nascido em 09/07/1927, na cidade de Cabedelo, Hermes Nascimento faleceu com 74 anos, em 13/10/2001, vítima de falência múltipla dos órgãos, provocada por complicações renais que lhe rendeu uma forte anemia. Grande incentivador da cultura popular, Hermes produziu e deixou uma excelente contribuição a cultura da cidade portuária paraibana.
Foi o autor do Hino Oficial de Cabedelo, poeta, cordelista, folclorista, romancista e ator. Publicou vários cordéis, com destaque para: “Cacique Arinê sua vida e sua história”, “Meus Poemas na visita pastoral” e Abraão o vingador".
Tadeu Patrício e Hermes Nascimento em evento que prestou homenagem ao poeta
no Teatro Santa Catarina, dia 05 de Novembro de 1998.

Em 1952, foi o responsável por resgatar a Nau Catarineta que estava parada desde 1941. Mesmo doente, ainda ajudou Tadeu Patrício em um novo resgate da barca no ano de 2000/2001, repassando seus conhecimentos e as melodias aos participantes desta nova formação. “Mesmo com a saúde precária, dificultando até minhas caminhadas, eu não vou medir esforços para levar em frente o trabalho da Nau Catarineta, uma das manifestações mais ricas da nossa cultura popular.” Disse Hermes em entrevista a um jornal local naquele momento.
"O livro acima é um manuscrito da autoria de Hermes Nascimento
que narra episódios da nau catarineta, além de apresentar uma
relação de brincantes que viveram essa experiência de 1910
1952. Vale a pena conferir esta obra".
Observação: "a edição do manuscrito "Nau Catarneta de Cabedelo - 1910 a 1952" é uma proposta cultural do Coletivo de Cultura e Educação Meio do Mundo, formado por professores e alunos da UFPB, tendo como produtora a professora Maria Ignez Novais Ayala. O seu lançamento em Cabedelo aconteceu na Fortaleza de Santa Catarina e contou com o apoio do agente cultural Tadeu Patrício, o presidente da Fundação Fortaleza de Santa Catarina, professor Osvaldo da Costa Cacrvalho e o Presidente da Associação Artístico-Cultural de Cabedelo, Jorge Luiz de Freitas Vilela, além da brilhante apresentação cultural da Nau Catarineta, que na ocasião mais uma vez prestou uma homenagem ao mestre Hermes Nascimento, que infelizmente não pode está fisicamente nesta brilhante evento". (Tadeu Patrício).

Alem da Nau, o folclorista foi responsável pela fundação de grupos de ciranda e coco-de-roda em Cabedelo. Na ciranda pode ser classificado como um inovador. “Pesquisei muito sobre a ciranda e criei uma nova coreografia, sem sair de sua origem”. Dizia ele. Hermes levou o folclore nordestino e a barca cabedelense para o Rio de Janeiro, onde morou durante 12 anos. Trabalhou como palhaço em um circo. Fez algumas participações em novelas e no Sitio do Pica-pau Amarelo na Rede Globo, onde também atuou.

Maestro Maurício Mattos Gurgel, Poeta Hermes Nascimento, Vereador Argemiro Souto Maior,
Dona Eneida Régis e o Prefeito José Francisco Régis.
De próprio punho, deixou registrados dois manuscritos. Um deles, “Nau Catarineta de Cabedelo 1910/1952” que, por iniciativa de Maria Ignez Novais Ayala, foi publicado com recursos do FIC em 2004. O outro é uma autobiografia denominada de “História de Vida” "Memória de um Folclorista e "nau Catarineta, Manuscrito por ele 1954 a 1999 e que a família busca apoios para publicá-la.
 
 
Mesmo com toda sua obra e contribuição as artes e a cultura do município de Cabedelo, Hermes morreu pobre e amargando um enorme ostracismo. Sua obra, sua história, seu legado e sua família, continuam esquecidos até o momento. Por iniciativa do filho caçula, Eros Nascimento, a família se move para resgatar a sua memória, sua historia, sua arte e seus direitos autorais, que mesmo garantidos no termo de cessão, nunca foi repassados a sua viúva e filhos.

A história do Hino Oficial de Cabedelo é a história da persistência do poeta que lotou de 1974 a 1992 pelo reconhecimento de sua mais cara criação: o símbolo sonoro oficial de Cabedelo. O hino foi criado atendendo a um pedido do então prefeito Francisco Xavier Borges de Sousa, que procurou um poeta da cidade para criar o hino oficial. Hermes produziu a letra “Ode à cidade de Cabedelo” que foi musicada pelo então diretor da Central de Música da Paraíba, Maestro Maurício M. Gurgel.

O primeiro projeto de lei criando oficialmente o hino foi encaminhado a câmara pelo prefeito Francisco Xavier, mas, foi bombardeado pela oposição sistemática dos vereadores da época. O chefe do executivo chegou a gravar uma fita cassete onde o hino era cantado pelo coral da Igreja Batista, acompanhado por uma banda na sua primeira exibição pública, cerimônia de posse do prefeito Francisco Figueiredo de Lima. O projeto permaneceu engavetado na câmara de 1974 à 1983.


Por iniciativa do Vereador Benedito Ribeiro (Benedito Vaca Brava), o assunto volta a ser discutido no final de 83. Uma nova propositora foi apresentada pelo edil tentando instituir o hino criado por Hermes Nascimento e, mas uma vez, o projeto ficou engavetado. O mesmo aconteceu com a iniciativa da então vereadora Raimunda Landeslau Dornelas que apresentara em 20/04/1985, um requerimento solicitando a instituição do hino oficial da cidade.
Argemiro Souto Maior, presidente da casa, através da portaria 24/85 de 12/11/1985, resolve criar uma comissão espacial, composta pelos vereadores Devid Diniz, Alberto Mágno e Edna Nascimento, para apresentarem parecer sobre a instituição do hino em tramitação naquela casa. O requerimento da vereadora não foi atendido e o assunto permaneceu adormecido até 1990.
Em 16/11/1990, um novo projeto foi lido em plenário. Desta vez, por iniciativa do vereador Manoel Ferreira da Silva que protocolou o PL 024/90, visando instituir o hino. O mesmo foi aprovado em única discussão no dia 28/04/1992. O projeto deu origem a Lei 657/92, sancionada pelo prefeito Sebastião Plácido de Almeida e publicada no Diário Oficial do Estado em 28/05/1992. A letra do hino oficial de Cabedelo, de autoria do saudoso Hermes Nascimento foi registrada no Livro B-223 sob o número 68.589 em 29/03/1993, no Cartório Toscano de Brito.
Um “Termo de Cessão de Direitos Autorais” foi lavrado e assinado pelo então prefeito José Francisco Régis e o autor da obra, Hermes Nascimento, em 23 de abril de 1993. Pelo instrumento de cessão (publicado a baixo) Hermes se compromete em averbar sua obra em cartório e a ceder a prefeitura de Cabedelo, por tempo indeterminado, seus direitos sobre ela, mediante o pagamento de Cr$ 15.000.000,00 (quinze milhões de cruzeiros), em uma única vez, no máximo 10 dias após a assinatura do referido termo, bem como, remuneração por um período de sessenta (60) anos, a contar de 23/04/1993 à 23/04/2053, como indenização pela utilização do hino criado por Hermes.
Segundo Hermes declarou em entrevista antes de falecer, Zé Régis ainda se comprometeu em lhe construir uma casa para abrigar sua família. “Até o momento não recebi nenhum tostão de meus direitos autorais, ficou só na palavra! Terminou o mandato e ele não me deu nem a casa que prometeu para me abrigar com meus familiares”. Cobrou Hermes se lembrando da promessa do prefeito, em entrevista antes de falecer.
O termo existe, a família está de posse do mesmo e vai procurar na justiça que a prefeitura cumpra com o que ficou acordado, inclusive, repassando a viúva e filhos, todo o atrasado. Hermes foi casado com Dona Lindalva do Nascimento com quem teve treze filhos, dez deles ainda estão vivos e morando na cidade. Ela conta que, no governo de Dr. Junior, foi contemplada com uma casinha, onde reside com dois filhos, nora e netos. Um dos filhos que com ela habita, está acometido de uma doença ainda não identificada e que está lhe tirando a visão e audição.
Vivendo de uma aposentadoria de um salário mínimo, dona Lindalva passa por necessidades. A casa que lhe foi doada é fruto de um programa habitacional da PMC e de tão pequena, não acomoda a contento, os parentes que moram com ela. Confidencia que às vezes sente-se envergonhada ao receber visitas ilustres. As fotos publicadas abaixo não deixam dúvidas de suas condições atuais e, não reflete a grandeza do grande criador, incentivador e divulgador da cultura local, que foi seu esposo, Hermes Nascimento.
A cidade portuária e até o Estado da Paraíba, tem o dever de resgatar a história, a memória e a obra de Hermes Nascimento, bem como, a dignidade e a auto-estima de sua família. Eros Nascimento em parceria com outro membro da família Gilson Mattos e, visando promover o resgate do legado deixado por seu pai, criou um site na internet e procurou o Radialista e jornalista Aguinaldo Silva para ajudá-los neste resgate.
Um projeto de lei denominando de Rua Hermes Nascimento, uma artéria da cidade, vai ser encaminhado na Câmara pelo vereador Jonas Pequeno. Uma audiência com o secretário estadual de cultura, Chico Cezar, está sendo agendada por Aguinaldo Silva, visando sensibilizar o gestor cultural do Estado para ajudar no resgate e na publicação da autobiografia escrita por Hermes, de próprio punho e onde conta toda sua trajetória como ativista cultural. E, a justiça será procurada para restabelecer aquilo que ficou acordado no “Termo de Cessão de Direitos Autorais” firmado por Hermes e a Prefeitura de Cabedelo para uso do Hino Oficial, por ele composto.
“Chorei ao receber o e-mail de Elos Nascimento e Gilson Mattos, me pedindo ajuda para o resgate do legado de Hermes. Minha resposta foi imediata. Quero sim contribuir. Eu trabalhei seis anos no mandato popular do então deputado Ricardo Coutinho, onde tive o prazer de conhecer Chico Cezar. Sabedor de sua sensibilidade e de seu compromisso cultural, eu tenho a certeza de que contarei com ele, não só para ajudar a família, quem sabe, com um show beneficente de lançamento de seu novo trabalho na fortaleza, como também, no resgate a memória de Hermes Nascimento e na publicação de sua autobiografia”. Afirma Aguinaldo Silva.
Faço minhas as palavras de João Eduardo Cardoso Lourenço, quando prefaciou a autobiografia que nunca foi publicada, a pedido de Hermes. “Hermes é então um personagem interessantíssimo de sua própria obra, nesse nosso país desmemoriado, de cavalos criados a alfafa e mel, cujos tratadores passam fome, da exploração do trabalho e tantas outras mazelas aparentemente incuráveis, por mais que os anos passem”. Disse João Eduardo em seu prefácio. Sem comentários.
Clique Aqui para acessar o site criado por Eros Nascimento e Gilson Mattos, respectivamente, filho e esposo da neta do poeta, folclorista, cordelista, ator e autor do Hino Oficial de Cabedelo. Voce também pode contribuir! Não fique parado!!!
Texto: Aguinaldo Silva (Renascer em Notícia
Foto e documentação: Acervo familiar.

Veja o e-mail de Eros para Aguinaldo Silva, a reposta do jornalista a Eros e várias fotos e documentos do acervo familiar.

INTEGRA DOS E-MAILs:
Caro Agnaldo Silva,
Boa Noite!!
Gostaria de sua ajuda para divulgação do meu blogger http://opoetadecabedelo.blogspot.com.br e de um artigo em seu maravilhoso site, o www.cabedelonarede.com.br divulgando nossa página.
Neste meu blog, tento resgatar a cultura de Cabedelo deixada de lado pela atual Prefeitura e vamos mostrar a história de um grande cabedelense o Sr. Hermes do Nascimento, autor oficial do hino de Cabedelo e restaurador da Nau Catarineta de Cabedelo-PB que a prefeitura deixou de lado.
Tenho em mão toda sua história e feitorias para personalidades, prefeitura e amigos. Tenho também em mão documentos de um acordo de direitos autoriais do hino de Cabedelo com a Prefeitura que não são pagas desde 1993.
Gostaria também se for possível falar sobre o que o Sr Hermes fez para cidade, pois a maior causa é cobrar da Prefeitura o reconhecimento deste patrimônio da cidade, com um nome de rua, nome de uma escola ou um centro cultural com o nome deste grande poeta.
E mencionar o blog http://opoetadecabedelo.blogspot.com.br/ e a colaboração do filho caçula do Sr. Hermes, que se chama Eros do Nascimento, conhecido popularmente como Tita, que está lutando em busca de reconhecimento do seu falecido pai.
Tenho muitas outras situação para discutir com você, se for de seu interesse por favor, entre em contato via e-mail ou telefone.
Link do Blogger: http://opoetadecabedelo.blogspot.com.br/
Tel: 083 88910285.
Obrigado pela atenção,
Gilson de Mattos / Eros do Nascimento.


RESPOSTA DE AGUINALDO SILVA
Caro Gilson e Eros Nascimento,
Primeiramente, parabéns pelo blog e pelo resgate da história deste grande nome da cultura cabedelense que, como voce mesmo identifica, foi esquecido pelo poder publico. Hermes Nascimento merece sim todas as homenagens feitas por esta cidade. Foi um dos primeiros a divulgar, lá fora, o nome de nossa querida Cabedelo. Cheguei aqui em 1988 para trabalhar de cobrador na Roger e me instalei no Renascer, ajudei a fundar o KORPALMART (grupo de teatro que fazia a paixão de cristo naquela comunidade) e fundei o MCR Movimento Cultural Renascer. Gostaria muito de contribuir com suas pretensões e podem contar comigo. Vou publicar na próxima segunda feira uma matéria sobre o Hermes e o que voce está fazendo. Mande-me mais informações, fotos, tudo o que voce poder para que eu possa fazer uma ótima matéria. Quero saber data de sua morte, seus feitos, sei que ele trabalhou na Globo, se tiver foto me mande. e conte comigo no que voce achar que possa eu fazer. Vamos juntos Falar com Chico Cezar para que ele conheça a história de Hermes e possa, junto conosco, promover esse resgate a sua memória e ajudar sua família. Tenho certeza que ele contribuirá.
Meus contatos: Aguinaldo Silva 8640-5013 9992-9653 twitter @naldomcr Face www.facebook/naldomcr
Contem comigo.
Sou ativista cultural, autor de literatura de cordel, ator, compositor e amante da cultura popular. Essa tarefa é para mim, questão de honra. Quero e desde já me comprometo em ser mais um nessa luta. Vamos em frente.
Aguinaldo Silva.
VEJA ABAIXO FOTOS, MATERIAS PUBLICADAS EM JORNAIS E OUTROS DOCUMENTOS DO ACERVO FAMILIAR DE HERMES NASCIMENTO.

Declaração da Câmara da tramitação do Projeto do Hino
Portaria de Argemiro S. Maior criando a Comissão
Projeto de Lei que criou o Hino
Letra do Hino anexada ao projeto
Diário Oficial onde a Lei e o hino foram publicados
Letra oficial registrada em Cartório pelo autor
1ª pagina do termo assinado pelo prefeito e o autor
2ª pagina do termo assinado pelo prefeito e o autor
3ª pagina do termo assinado pelo prefeito e o autor
Artigo 1º do termo onde se ler a contrapartida devida a família
Capa de um dos cordéis de autoria de Hermes
Viuva de Hermes e o Filho deficiente visual
Casa doada a família na gestão de Dr. Júnior
Como vive hoje a família
Recortes de Jornais
Capa de um de seus cordéis


Sala de visitas de Dona Lindalva
Dormitório da viuva de Hermes hoje
A cozinha de Dona Lindalva
Eros Nascimento - Filho caçula de Hermes
Com muita dificuldades a família tenta ampliar a casinha
Dona Lindalva se emociona em entrevista a Aguinaldo Silva
Tivemos que parar a entrevista para conter sua emoção
Prefacio de João Eduardo Cardoso
Contra capa de seu livro publicado pelo FIC em 2004
Hermes Nascimento
Músico Tadeu Patrício e o Poeta Hermes Nascimento no evento
Dia Nacional da Cultura, onde prestamos uma homenagem no Teatro Santa Catarina
ao autor da letra do Hino Oficial de Cabedelo - 1988.
De costa: Ex-vereador Néo Ferreira, Poeta Hermes Nascimento
Prefeito Francisco Régis e o Procurador da Prefeitura de Cabedelo
Dr. João Eduardo Cardoso - 1993.

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