sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

BREVE HISTÓRICO DO FANDANGO DA CIDADE DE CANGUARETAMA - RN






É um auto popular de origem ibérica que inspira-se nas grandes aventuras marítimas dos portugueses, disseminado em todo o Brasil. Sua denominação varia de uma região para outra, pois no Nordeste e Norte é conhecida como Nau Catarineta,  a Barca, Fandango. Já no Sul e Leste é denominado Marujada. Fandango no Sul também é dança de pares, sem representação dramática. Em Portugal não há apresentação semelhante, ainda que uma boa parte das cenas seja de origem portuguesa, das narrativas marítimas. No Brasil surgiu no século XVIII, e no Rio Grande do Norte no início do século XIX.

O grupo é formado por uma tripulação de aproximadamente quarenta marujos, entre oficiais e marinheiros. O enredo principal desenvolve-se em torno da velha “Nau Catarineta”, que é atacada por uma tempestade e vaga durante sete anos e um dia.

Perdido e sem comida, a tripulação passa a comer sola de sapatos e, através de um sorteio, o comandante do navio é escolhido para ser transformado em alimento para os famintos. Durante o momento da aflição acontece um milagre e a tripulação avista terra.

Segundo informações de José Colaço a Antônio Lima, o Fandango de Canguaretama apareceu por volta de 1885, trazido do Pará, por “Seu Tota”, morador da “Gameleira”. Por volta de 1910, foram introduzidas outras “partes” (músicas) trazidas da Paraíba. Anteriormente existia um Fandango em Vila Flor, mas esse acabou, surgindo o de Canguaretama.

O grupo de Canguaretama é formado por uma tripulação de aproximadamente quarenta marujos, entre oficiais e marinheiros. Os personagens se distribuem em duas filas e são os seguintes: Capitão de Fragata, Mestre, Gajeiro, Ração e os Marujos na fila da direita; Piloto, Contramestre, Calafate e Vassoura e os marujos na fila da esquerda. Apenas o Capitão de Mar e Guerra fica no centro e por traz de todos. A apresentação se faz com uma barca, a Nau Catarineta. O enredo principal desenvolve-se em torno da “Nau”, que é atacada por uma tempestade e vaga durante sete anos e um dia. Perdido e sem comida, a tripulação passa a comer sola de sapatos e, através de um sorteio, o comandante do navio é escolhido para ser transformado em alimento para os famintos. Durante o momento da aflição acontece um milagre e a tripulação avista terra.

O Fandango era representado no período do ciclo natalino com seus personagens vestidos de marinheiros, cantando e dançando ao som dos instrumentos de cordas, não fazendo uso de instrumentos de percussão nem de sopro.

No grupo de Canguaretama, a princípio eram usados apenas o violão e o cavaquinho, sendo introduzido o banjo em 1953, tocado por Paichicu. A primeira apresentação se dava sempre na Festa de Nossa Senhora da Conceição que acontece no município de Canguaretama há mais de 120 anos. Este ano a festa da padroeira aconteceu de 30 de novembro a 8 de dezembro com animação da cidade que se estenderá até a Festa de Santos Reis. No passado esta festa era organizada por Manoel Francisco de Andrade que foi o mestre do Fandango até a primeira metade do século XX, passando para seu filho, Antônio Andrade (Lima). Nos últimos anos do século XX a organização ficou a cargo de Zé de Ná mestre e o contramestre Klebinho Pinheiro, responsáveis pela organização do Fandango de Canguaretama que desde 1971, ambos participam com a embarcação da Nau Catarineta conduzindo a imagem de Nossa Senhora da Conceição pelas principais ruas da cidade.


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