HISTÓRIA
DOS POVOS ÍNDIGENAS NO BRASIL:
A presença dos índios no território
brasileiro é muito anterior ao processo de ocupação estabelecido pelos
exploradores europeus que aportaram em nossas terras. Segundo os dados
presentes em algumas estimativas, a população indígena brasileira variava entre
três e cinco milhões de habitantes. Entre essa vasta população, observamos o
desenvolvimento de civilizações heterogêneas entre as quais podemos citar os
xavantes, caraíbas, tupis, jês e guaranis.
Geralmente, o acesso às informações sobre essas populações são bastante
restritas. A falta de fontes escritas e o próprio processo de dizimação dessas
culturas acabaram limitando as possibilidades de estudo das mesmas. Em geral, o
maior contato desenvolvido entre índios e europeus aconteceu nas faixas
litorâneas do nosso território, onde predominam os povos indígenas pertencentes
ao grupo tupi-guarani. Apesar das várias generalizações, relatos do século XVI
esclarecem alguns hábitos desse povo.
De acordo com esses registros, os povos tupi-guarani organizavam aldeias que
variavam entre os seus 500 e 750 habitantes. A presença da aldeia era
temporária e todo o seu contingente era dividido entre seis a dez casas, sendo
que cada uma delas poderia variar de tamanho e comprimento de acordo com as
necessidades materiais e culturais de cada aldeia. Para buscarem sustento, os
tupis desenvolveram a exploração da coleta, da caça, da pesca e, em alguns
casos, das atividades agrícolas.
Sob o ponto de vista político, essas comunidades não contavam com nenhum tipo
de organização estatal ou hierarquia política que pudesse distinguir seus
integrantes. Apesar disso, não podemos ignorar que alguns guerreiros e chefes
espirituais eram valorizados pelas habilidades que detinham. Muitas vezes,
diferentes tribos mantinham contato entre si em busca da manutenção de alguns
laços culturais ou em razão da proximidade da língua falada.
A realização das tarefas cotidianas poderia variar segundo o gênero e a idade
de cada um dos integrantes da aldeia. Em suma, as mulheres tinham a obrigação
de desenvolver as atividades agrícolas, fabricar peças artesanais, processar os
alimentos e cuidar dos menores. Já os homens deveriam realizar o preparo das
terras e as atividades de caça e pesca. Tendo outro modelo de organização
familiar, os índios organizavam casamentos e, em algumas situações, a poligamia
era aceita.
No campo religioso, alguns desses povos acreditavam na existência dos
espíritos, na reencarnação dos seus antepassados e na compreensão dos fenômenos
naturais como divindades. Em diversas situações, esse corolário de crenças era
fonte de explicação para a origem do mundo ou a ocorrência de algum evento
significativo. Em alguns casos, os índios praticavam a antropofagia como um
importante ritual em que os guerreiros da tribo absorviam a força e as
habilidades dos inimigos capturados.
Historicamente, a situação dos índios variou entre quadros de completo
abandono, perseguição e miséria. Até meados da segunda metade do século XX,
alguns especialistas no assunto acreditavam que a presença dos índios chegaria
a um fim. Contudo, estipulados em uma população de aproximadamente um milhão de
indivíduos, os indígenas hoje buscam o reconhecimento de seus diretos pelo
Estado e ainda sofrem grandes obstáculos no exercício de sua autonomia.
Por
Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
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