H I S T Ó R I C O
JOÃO ROBERTO BORGES DE SOUZA, nascido em 14 de Outubro de 1946,
em João Pessoa (PB), filho de Eulina Borges de Souza e Francisco Xavier Borges,
Ex-Prefeito Municipal de Cabedelo, presidiu o Diretório Acadêmico da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa, e foi
Vice Presidente da União
Estadual dos Estudantes da Paraíba. Sua primeira prisão ocorreu em outubro de
1968, quando participava do 30º
Congresso da UNE, em Ibiúna – São Paulo.
Nessa época era membro da AP. Teve seus direitos de estudante cassados por dois
anos pelo decreto 477.
Já integrante dos quadros do PCB (Partido Comunista
Brasileiro), esteve novamente detido no 1º
Grupamento de Engenharia da Construção, em João Pessoa e, pela terceira
vez, no IV Quartel do Exército
Brasileiro em Recife (PE), permanecendo no DOPS, por três meses no primeiro
semestre de 1969. Durante esse tempo João Roberto Borges de Souza sofreu
torturas e, ao ser liberado, foi informado que estava marcado para morrer e que
isto só não ocorreria se passasse a auxiliar os órgãos de repressão política.
João Roberto não aceitou a proposta e voltou para a Paraíba onde em Cabedelo,
no dia 07/10/1969. Segundo o relator, foi preso ao sair de casa por integrantes
do CCC e do CENIMAR. A prisão foi testemunhada por familiares e vizinhos. A
família imediatamente procurou as autoridades para saber de seu paradeiro, mas
não obteve nenhuma informação.
Três dias depois, em 10 de outubro, foi noticiada a
sua morte, segundo a versão oficial, “em conseqüência de afogamento no açude
Olho D’Agua”, no município de Catolé do Rocha, sertão da Paraíba. Após a
divulgação dessa notícia, sua família empreendeu verdadeira luta com os agentes
policiais para poder enterrá-lo. As autoridades chegaram a informar que ele já
havia sido enterrado. A família conseguiu, por fim, ter acesso ao corpo e
constatou que ele estava desfigurado por inúmeros ferimentos, hematomas,
queimaduras por cigarros e unhas perfuradas. Além, disso, João Roberto, filho
de família de Cabedelo, cidade portuária, foi criado na beira da praia e sabia
nadar muito bem.
No primeiro processo junto à CEMDP, a mãe de João
Roberto requereu os benefícios da Lei nº 9.140/95 após o término do prazo legal
estabelecido, o que levou a um indeferimento inicial, por intempestividade.
Após a promulgação da Lei 10.536, ampliando o escopo da anterior, a família deu
entrada com um novo requerimento na Comissão.
Segundo o relator, a documentação anexada aos autos
permitiu concluir que havia relação de causa e efeito entre a morte de João
Roberto, cujo nome consta no Dossiê
dos Mortos e Desaparecidos Políticos, e sua militância política. O
relator reconheceu a procedência do pedido e considerou que a morte de João
Roberto estava amparada pelos benefícios da nova lei.
Em setembro de 1992 , a Prefeitura
Municipal de Cabedelo, na administração do Ex-Prfefeito Sebastião Plácido de
Almeida, inaugurou a Escola Municipal
João Roberto Borges de Souza, situada a Rua José Antonio de França, bairro
de Camalaú – Cabedelo, para homenagear o estudante de Medicina, João Roberto
Borges de Souza, assassinado durante o regime militar, em 10 de Outubro de
1969. No entanto, a escola somente foi legalizada através de Lei Municipal Nº
996 no dia 22 de Novembro de 2000, na administração do Ex-Prefeito Edézio
Rezende Pereira Filho.
Observação: Esta rua fica em Camboinha 2 próximo onde hoje funcionar a Secretaria de Segurança Pública, |
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