quinta-feira, 20 de novembro de 2014

POR QUE CECÍLIA É PADROEIRA DOS MÚSICOS:


SANTA CECÍLIA


Desde 1989, ou seja, há 26 anos estamos narrando esta belíssima história da reconhecida padroeira dos músicos – A História de Santa Cecília.


 A jovem pertencia a uma nobre família romana dos Metelos, filha de um senador romano e cristã desde a infância. Os pais de Cecília, sem que a filha soubesse, prometeram-na em casamento a um jovem patrício romano, chamado Valeriano. Se bem que tivesse alegado os motivos que a levavam a não aceitar o contrato de casamento. Mas a vontade dos pais se impôs de maneira a tornar-lhe inútil qualquer resistência. Assim se marcaria o dia do casamento e tudo estava preparado para a grande cerimônia. Todos da família estavam alegres com aquela união, menos uma pessoa que estampava no rosto uma exceção. Naquele dia, vestida de um belo traje de túnica dourada e alvejante peplo, não deixavam adivinhar que por baixo das vestes existia o cilício, e no coração lhe reinasse a tristeza.


Em dado momento quando estava sozinha com o noivo, disse a encantadora Cecília com toda a amabilidade e não menos firmeza: “Valeriano, acho-me sob a proteção direta de um Anjo que me defende e guarda minha virgindade. Não queiras, portanto, fazer coisa alguma contra mim, o que provocaria a ira de Deus contra ti”. A estas palavras, incompreensíveis para um jovem pagão, Cecília fez seguir a declaração de ser cristã e obrigada por um voto que tinha feito a Deus de guardar a pureza virginal.



E disse-lhe mais: “que a fidelidade ao voto trazia a bênção, a violação, porém, o castigo de Deus”. Valeriano ficou vivamente impressionado com as declarações da noiva, respeitou-lhe a virgindade, converteu-se e recebeu o batismo naquela mesma noite. Valeriano relatou o fato ao irmão Tibúrcio o que tinha se passado e conseguiu que também ele se tornasse um cristão.


O Prefeito de Roma, Turcius Almachius, teve conhecimento da conversão dos dois irmãos: Tibúrcio e Valeriano. Resolveu então denunicá-los perante o Tribunal Romano e exigiu que os irmãos abandonassem a religião quer tinham abraçado sob pena de morte. Diante da recusa formal, foram condenados à morte e decapitados. Também a jovem Cecília, teve de comparecer na presença do juiz. Antes de tudo, foi intimada a revelar onde se achavam escondidos os tesouros dos dois sentenciados. Cecília respondeu-lhe que os sabia e estavam bem guardados, sem deixar perceber ao tirano que já tinham achado o destino nas mãos dos pobres.


O Prefeito Almachius, mais tarde, cientificado deste fato, enfureceu-se e ordenou que Cecília fosse levada ao templo e obrigada a render homenagens aos deuses pagãos. De fato foi conduzida ao lugar determinado, mas chegando lá ela falou com tanta convicção aos soldados da beleza de sua religião e do amor de Cristo que estes se declararam a seu favor, e prometeram abandonar o culto dos deuses.

O Prefeito, Almachius, vendo novamente frustrado, deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores d’água. Cecília teria sido então protegida milagrosamente, e embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto de tornar-se intolerável, ela nada sofreu. Segundo outros mitos, a Santa “foi metida em um banho de água fervente do qual teria saído ilesa”.


Enfurecido ainda mais, o Prefeito Almachius ordenou então à pena capital. Foram três golpes dados sem que o algoz conseguisse separar a cabeça do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra que ficou três dias tombados ao chão. Os cristãos que vinham visitá-la davam bons e caridosos conselhos. Dizendo para entregar ao Papa todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outro pedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois de sua morte. Foi enterrada na Catacumba de São Calisto.

Segundo históriadores quando ela estava morrendo, ela cantou a Deus. É provável que tenha sido martirizada entre 176 e 180, sob o império de Marco Aurélio. Escavações arqueológicas não deixam dúvidas, sobre a existência dela, mas sua história só foi registrada no século V, na narrativa Paixão de Santa Cecília.


A popularidade e devoção dos músicos para com a Santa Cecília fizeram com que o novo calendário litúrgico da igreja católica conservasse sua memória como virgem e mártir romana, exaltando-a como o modelo mais perfeito de mulher cristã, que por amor a Deus, professou a sua virgindade publicamente, por isso sofreu o martírio.


Esta devoção religiosa e a proteção de Cecília, sobre a música sagra, devem-se de fato à sua grande paixão e dedicação a música, registrada somente a partir dos anos 486 dos primeiros séculos da era cristã.


Cecília era uma jovem de família nobre, que diariamente assistia a santa missa celebrada pelo Papa Urbano, nas catacumbas da Via Àpida, situada na Itália, onde era guardada por uma multidão de pessoas pobres, que nela conheciam a sua generosidade e compaixão para com aquela gente humilde e excluída daquela sociedade.


Inspirado nesse relato, o escultor Maderno italiano, a esculpiu a sua célebre estátua, a qual é festejada em todo mundo como padroeira dos músicos, ficando o dia 22 de Novembro, data do seu martírio para ser celebrada por todos os amantes da música mundial.


E desde o século V que o culto a Santa Cecília é realizado em uma basílica em Roma como o reconhecimento do seu martírio, onde é lida a liturgia das horas, em sua homenagem. Parabéns a todos os músicos.

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                               Tadeu Patrício, pesquisador cultural.

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