DR. JÚLIO AURÉLIO MOREIRA COUTINHO RECORDA SUA PASSAGEM NA DIREÇÃO DO COLÉGIO ESTADUAL DE CABEDELO:

 

CAPITULO III:

 

 

      Assim afirmou Dr. Júlio Aurélio Moreira Coutinho: “hoje guardo comigo grandes recordações. São lembranças de um tempo onde o Colégio Estadual de Cabedelo, era uma grande festa, era uma alegria. A educação não era apenas o repetir aulas; não era apenas o sentido de transferir conhecimentos, mas era um verdadeiro festival de contentamento e de alegria. Lembro-me que, aos sábados a professora Telma Jorge de Senna, reunia os jovens na escola para ouvir e ensaiar as músicas The Beathes que eram os grandes ídolos da juventude naquela época. Assim, o colégio seguia em frente motivando os alunos a se integrarem ao coral, onde tínhamos jovens altamente motivados por causa da ação da professora Telma Jorge. Havia um coral que era muito bem ensaiado pela professora Sirena Gurgel. Depois a professora não pode mais continuar com o trabalho, então, foi substituída pela a professora Erenita. E depois pela professora Isa, assim estas professoras promoveram no colégio a arte do canto, a festa maior, porque onde tem música, tem festa, tem alegria, tem cultura”.

 

      “Lembro-me também da nossa Biblioteca, que tinha um acervo de livros dos mais modernos, atualizado com o contexto, sócio, político, educacional e cultural, além de livros científicos e de grandes nomes da literatura clássica mundial e nacional”.

 

      “Depois se formou o Grupo Folclórico que foi por mim denominado de Grupo Folclórico Aderbal Piragibe, um dos mais ilustres filhos do município, desconhecido até dos cabedelenses e autor do livro “Paraíba Anedótica”, cujo o nome do grupo folclórico foi escolher por mim para revelar a preservação das tradições do Colégio Estadual de Cabedelo, onde os jovens precisavam ser valorizados e estimulados para a grandeza de um futuro promissor. Pois entendo que numa escola pública tem que jovens, tem que ter vida e vida com a arte, a dança, a música, o folclore através das nossas manifestações populares, a exemplo, o Coco de Roda e Praieiro, a Nau Catarineta, a Lapinha, o Pastoril, enfim, todas essas danças folclóricas que margeiam o imaginário popular do povo cabedelense”.

 

      “Não poderia deixar jamais de citar a formação do nosso Centro Cívico, que funcionou muito bem e recebeu o nome de André Rebouças, onde os nossos estudantes passaram a ter mais conscientização da vida social, política, educacional e cultural sobre as questões dos problemas brasileiros”.

 

      Portanto, estas eternas lembranças me fazem recordar com muita saudade nesses 50 anos do Colégio Estadual de Cabedelo, que sempre esteve presente à força de sua juventude, com o ideal de um povo que nos ajudou a plantar as raízes que o tempo consolidou.

 

      Segundo as palavras do saudoso Altemar de Alencar Pimentel: “A mais árdua e vitoriosa campanha movida pela Câmara Municipal de Cabedelo, foi à criação do Colégio Estadual de Cabedelo, que recebeu o nome de Colégio Estadual José Guedes Cavalcanti, cuja propositura decorreu do próprio vereador, sugerida através do autor da criação do projeto do colégio estadual, Dr. Júlio Aurélio Moreira Coutinho. A ideia sensibilizou não apenas os membros da Casa, como também vários segmentos da sociedade cabedelense, inclusive a juíza Drª. Helena Alves de Souza e o vice-prefeito Francisco Figueiredo de Lima.”.

 

“A partir de então, a Câmara Municipal de Cabedelo, dirigiu-se ao governador do Estado Pedro Moreno Gondim, ao Secretário de Educação e Cultura Dr. Nominando Diniz e ao líder do governo, deputado Antônio Vital do Rêgo, conclamando-os a atender o pleito. Concedeu então título de Cidadão Cabedelense a cada uma dessas autoridades e conseguiu sensibilizá-las para a realidade da população do novo Município, em sua maioria de trabalhadores do cais, da pesca, sem condições de pagar escola particular para seus filhos ou oferecer meios para que fossem estudar em João Pessoa e logrou o desejo êxito”.

 

Ainda nessa entrevista, Dr. Júlio Aurélio, destacou os filhos de Cabedelo, aqueles que durante essa luta foram os primeiros a ocupar espaço na segunda gestão do Colégio Estadual José Guedes Cavalcanti e eles foram: Amália Xavier Pontes (vice-diretora e professora de história); Valdenice Cardoso (Português); Valdete Cardoso (Sociologia); José Roque (Ciências); Shirley (Inglês) e tantos outros que me falha a memória que também deram a sua contribuição. Não poderia deixar de citar os funcionários, Valdemir Adriano de Meneses, Fernanda Gomes e Dinalva Gomes.

 

Lembro-me ainda que o Colégio Estadual de Cabedelo tinha uma legenda: “Colégio Hoje, Estadual Sempre, Cabedelo Eterno”. Foi exatamente esta legenda do Colégio Estadual de Cabedelo que nos apontava um Norte para o desenvolvimento da educação em Cabedelo.

 

E para encerrar as suas sábias palavras em homenagem ao Colégio Estadual de Cabedelo, Dr. Júlio Aurélio, ex-diretor, finalizou agradecendo pela oportunidade e registrou em seu testemunho, o privilégio que Deus lhe deu para conviver com esta juventude cabedelense na busca de um caminho melhor para um futuro de tantas e tantas recordações extraordinárias. Obrigado Cabedelo pelos 50 anos de uma escola de alegria e que serão renovadas sempre com a fé em Deus, de Santa Catarina e o padroeiro, o Sagrado Coração de Jesus, tenho certeza que vai abençoar a todos nós e principalmente a nossa Fortaleza de Santa Catarina, que será sempre um símbolo da bravura desse povo tão generoso. Obrigado Cabedelo, muito obrigado.

 

 

Edição; Tadeu Patrício, educador.