quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

MILTON NASCIMENTO FEZ APRESENTAÇÃO NO EXTREMO CULTURAL, APÓS 12 ANOS SEM CANTAR EM SOLO PARAIBANO:




A Prefeitura Municipal de João Pessoa, através da Funjope trouxe para João Pessoa, o show de Milton Nascimento, após 12 anos sem cantar em solo paraibano. O show tem o mesmo repertório da turnê que ele vem cantando pelo país afora na comemoração dos 45 anos de carreira. Milton é considerado um dos maiores cantores e compositores da Música Popular Brasileira.



No terceiro Sábado da noite do Projeto Extremo Cultural – Onde o Sol Toca Primeiro, a orla ficou lotada de um público que cantou da primeira a última música, puxou canções em coro e saiu de lá com uma mesma palavra para definir a apresentação: “emoção”. Antes do show principal de Milton Nascimento, a programação teve início com a cultura popular, apresentada pelo Boi de Reis Estrela do Norte e a cantora e compositora paraibana Renata Arruda, natural de Campina Grande, prata da casa responsável pela abertura do show principal na noite do Sábado, 19/01 no Busto de Tamandaré que divide as Praia de Cabo Branco e Tambaú. Ela deu um show à parte, de talento e beleza rara.

Renata Arruda
Os ritmos de Renata Arruda – Antes de Milton Nascimento subir ao palco, a cantora e compositora Renata Arruda apresentou um show que dá sinais do que deve vir pela frente com a gravação do DVD comemorativo dos 20 anos de carreira: hits dos discos lançados, canções que ela incorporou ao repertório e algumas homenagens (Jackson do Pandeiro, Cassia Eller e a Paraíba).  “Ouro pra mim”, “Vitamina”, “Templo”, “Deixa” e “Ninguém vai tirar você de mim”, “Canudinho” fizeram o público cantar em coro.  “Que delícia tocar no Extremo Oriental. Não me canso de falar aonde quer que seja que eu vá da beleza desse lugar porque somos a Porta do Sol”, disse iniciando os primeiros acordes da canção Porta do Sol do compositor Fuba.


Para dar início a roda de samba, Renata Arruda devolveu a canção de Genival Macedo sua “roupagem” inicial em tom de samba. Considerado o hino popular da Paraíba, a música contagiou o público, que cantou verso a verso a declaração de amor, especialmente, a João Pessoa ao citar paisagens, lugares e a exuberância natural.  Renata também apresentou dois números em homenagem a Cássia Eller, Malandragem e o segundo sol e hits do cancioneiro de Jackson do Pandeiro a exemplo de Sebastiana.
Banda de Milton Nascimento

Com os músicos de sua banda já no palco por volta das 22:30h, o show foi iniciado com os instrumentais e vocais da música “Bola de Gude”, a exemplo do que Milton Nascimento vem fazendo desde 2012 em suas apresentações; seguida por “Canção do Sal” para dar início a uma série de clássicos: “Milagre dos peixes”, “O sol”, “Encontros e despedidas”. O coro de vozes acompanhando Milton só parou quando da execução de “Lilian”, canção instrumental que ele tem apresentado nos shows em homenagem a sua mãe. “Aonde eu possa andar, por países, lugares nunca vou achar coisa mais linda do que ela”, confessou.  A canção inspirada no jazz traz como trilha incidental a canção “Cravo e canela”. Para lembrar os tempos do Clube da Esquina, Milton Nascimento lançou mão da canção “Lágrima do Sul”, que aborda a questão racial. “Essa aqui eu fiz na época do Clube da Esquina. É uma música contra a apartheid na África”.




Intitulado “Milton Nascimento – Uma Travessia”, com caráter retrospectivo dos 50 anos de carreira, o show não poderia deixar de ter alguns clássicos associados mais a Milton do que a outros intérpretes como “Nos bailes da vida”, regravada por Joanna; “Nada será como antes”, registrada por Elis; “Fé cega, faca amolada”, também registrada por Maria Bethânia. E na sequência, mais hits: “Quem sabe isso quer dizer amor”, “Cravo e canela”, “Canção da América”, que ele pediu como afago para si que o público cantasse sem a voz dele. “Eu fiz essa música e ela ganhou outra dimensão. Se tem festa de entrega de diploma colocam ela. Em casamento, tocam ela.  Como eu sempre cantei para vocês, quero que vocês cantem para mim”, pediu.




O artista nasceu no Rio de Janeiro, 26 de Outubro de 1942. Hoje com 70 anos de idade tive a impressão de vê um artista no palco cansado e envelhecido pelo tempo, mas a sua voz e carinho com o público continua simplesmente genial. Milton Nascimento é reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos cantores e compositores da MPB. Mineiro de coração, ele tornou-se conhecido nacionalmente, quando a canção "Travessia", composta por ele e Fernando Brant, ocupou a segunda posição no Festival Internacional da Canção, de 1967.



Não poderia deixar de citar nomes de grandes parceiros e músicos que regravaram suas canções, como: 
Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina, Ivan Lins, 14 Bis, Roupa Nova, etc... E internacionalmente nomes como: Wayne Shorter, Pat Metheny, Peter Gabriel, . Em 1998, ganhou o Grammy de Best World Music Album in 1997. Foi nomeado novamente para o Grammy em 1991 a 1995.



Milton Nascimento já se apresentou continentes, a exemplo, América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e Áfri. O artista tem um apelido que durante vários momentos do show a multidão na areia da Praia da Praia de Cabo Branco e Tambaú gritavam carinhosamente pelo nome de Bituca.


Natural do Rio de Janeiro, filho de Maria Nascimento, uma empregada doméstica muito humilde, que foi mãe solteira. Tentou criar Milton, o registrou e o levou para a casa dos patrões, mas foi demitida e viu que não poderia criá-lo tamanha miséria a qual vivia. Sofrendo muito, entregou o filho para um casal rico criar. Milton, então, foi adotado. Sua mãe adotiva, Lílian Silva Campos, era professora de música. O pai adotivo, Josino Campos, era dono de uma estação de rádio. Mudou-se para Três Pontas, em Minas Gerais, antes dos dois anos e aos treze anos já cantava em festas e bailes da cidade.

Confira a Agenda dos próximos shows:
25/01 – Diogo Nogueira e Beto Brito (Ponto de Cem Réis)
26/01 – Alcione, Gustavo Magno e Diana Miranda (Busto de Tamandaré).

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