segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA NO BRASIL

      DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA NO BRASIL



       O Brasil criou uma data especial com o objetivo de reflexionar sobre a Consciência Negra na sociedade atual. Anteriormente, essa data estava relacionada ao dia 13 de Maio, dia da Abolição da Escravatura. Mas desde a década de 60, passou a ser celebrada no dia 20 de Novembro em referência a Zumbi dos Palmares, que morreu aos 40 anos em 1695.

       È um dia importante para o país, que pretende incentivar o debate sobre a IGUALDADE E A RESISTÊNCIA DOS POVOS NEGROS.

       Alguns estados do Brasil comemoram o feriado da Consicência Negra, mas não é um feriado nacional. Escolas, Movimentos Sociais e Culturais promovem palestras, atividades educativas, eventos e até desfiles para acabar com o preconceito, que possui raízes históricas profundas em nosso país.


ORIGEM DO DIA OFICIAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA NO BRASIL:



       Após a aprovação do Projeto de Lei nº 10.639, de 9 de Janeiro de 2003, instituiu-se oficialmente o dia 20 de Novembro no calendário escolar, para que todos comemorassem o Dia Nacional da Consciência Negra.
      
       A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas públicas que pode trabalhar junto aos alunos sobre os temas:

a) História da África e dos africanos;

b) Luta dos negros no Brasil;

c) Cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional;
     
           d) O resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, cultural, econômica e política ao longo da história do país.
     
           e) Entre outros temas....

O MITO:
       Zumbi foi o grande líder do Quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência anti-escravagista.
      
      Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos.
     
     Em um dos povoados do quilombo, foi capturado, quando garoto, por soldados e entregue ao Padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. O Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco).
      
      Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. “Zumbi” significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.

ZUMBI DOS PALMARES, O MAIOR ÍCONE DA RESISTÊNCIA NEGRA AO ESCRAVISMO NO BRASIL.


       O Dia Nacional da Consciência Negra não foi escolhida ao acaso, e sim como homenagem a Zumbi, líder máximo do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência negra, assassinado em 20 de novembro de 1695.
      
       Quem transformou esta data em Dia Nacional da Consciência Negra foi o Movimento Negro Unificado em 1978.
      
       A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade.
     
      Os quilombos representam uma resistência ao sistema escravista e também uma forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.


ORIGEM DO QUILOMBO DOS PALMARES:



       O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597, por cerca de 40 escravos foragidos de um engenho situado em terras pernambucanas. Em pouco tempo, a organização dos fundadores fez com que o quilombo se tornasse uma verdadeira cidade. Os negros que escapavam da lida e dos ferros não pensavam duas vezes: o destino era o tal quilombo cheio de palmeiras.

      Com a chegada de mais e mais pessoas, inclusive índios e brancos foragidos, formaram-se os mocambos, que funcionavam como vilas. O mocambo do macaco, localizado na Serra da Barriga, era a sede administrativa do povo quilombola. Um negro chamado Ganga Zumba foi o primeiro rei do Quilombo dos Palmares.

     Alguns anos após a sua fundação, o Quilombo dos Palmares foi invadido por uma expedição bandeirante. Muitos habitantes, inclusive crianças, foram degolados. Um recém-nascido foi levado pelos invasores e entregue como presente a Antônio Melo, um padre da vila de Recife.

     O menino, batizado pelo padre com o nome de Francisco, foi criado e educado pelo religioso, que lhe ensinou a ler e escrever, além de lhe dar noções de latim, e o iniciar no estudo da Bíblia.

     Aos 12 anos o menino era coroinha. Entretanto, a população local não aprovava a atitude do pároco, que criava o negrinho como filho, e não como servo.
    Apesar do carinho que sentia pelo seu pai adotivo, Francisco não se conformava em ser tratado de forma diferente por causa de sua cor. E sofria muito vendo seus irmãos de raça sendo humilhados e mortos nos engenhos e praças públicas. Por isso, quando completou 15 anos, o franzino Francisco fugiu e foi em busca do seu lugar de origem, o Quilombo dos Palmares.

    Após caminhar cerca de 132 quilômetros, o garoto chegou à Serra da Barriga. Como era de costume nos quilombos, recebeu uma família e um novo nome. Agora, Francisco era Zumbi. Com os conhecimentos repassados pelo padre, Zumbi logo superou seus irmãos em inteligência e coragem.

    Aos 17 anos tornou-se general de armas do quilombo, uma espécie de ministro de guerra nos dias de hoje.

   Com a queda do rei Ganga Zumba, morto após acreditar num pacto de paz com os senhores de engenho, Zumbi assumiu o posto de rei e levou a luta pela liberdade até o final de seus dias. Com o extermínio do Quilombo dos Palmares pela expedição comandada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, em 1694, Zumbi fugiu junto a outros sobreviventes do massacre para a Serra de Dois Irmãos, então terra de Pernambuco.

   Contudo, em 20 de novembro de 1695 Zumbi foi traído por um de seus principais comandantes, Antônio Soares, que trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo. Zumbi foi então torturado e capturado. Jorge Velho matou o rei Zumbi e o decapitou, levando sua cabeça até a praça do Carmo, na cidade de Recife, onde ficou exposta por anos seguidos até sua completa decomposição.

   “Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”. Seja qual for a tradução correta do nome Zumbi, o seu significado para a história do Brasil e para o movimento negro é praticamente unânime: Zumbi dos Palmares é o maior ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade. Os anos foram passando, mas o sonho de Zumbi permanece e sua história é contada com orgulho pelos habitantes da região onde o negro-rei pregou a liberdade.

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