Sobre este tema tão importante, se faz necessário uma reflexão quanto à participação da cidadania no exercício da POLÍTICA. Veja o que escreveu Dr. Valério Costa Bronzeado, promotor público estadual em Cabedelo.
“Quando os cidadãos participam e cobram serviços públicos os governos funcionam melhor e o desenvolvimento é mais rápido”.
A desvalorização da atividade política prejudica e degrada a democracia, advindo daí conseqüências terríveis. Muita gente confunde política, que é a arte de bem governar os povos, com politicalha ou politicaria, que é a o exercício da política mesquinha, estreita, de interesses pessoais e imorais. Por conta desta confusão, passa-se a desacreditar, a repudiar e a se afastar da política. Daí que, quando vejo alguém se dizendo HONESTO DEMAIS para participar da política, fico pensando o quanto essa pessoa está enganada. Por ser ela honesta, aí, sim, é que tem o dever cívico de participar da política.
É imperativo numa democracia o dever cívico que têm os cidadãos de participar dos negócios públicos. Se alguém reúne, de alguma forma, condições para ajudar a melhorar seu bairro, sua cidade, seu Estado ou seu País, tem, então, o DEVER CÍVICO de se engajar em alguma atividade política. A razão é simples: se competentes e pessoas de caráter íntegro se omitem nas questões de cidadania, então o espaço democrático gerencial e fiscalizador passará a serem ocupados justamente pelos incompetentes, desonestos, ladrões e impostores, isto é, pelos politicalhões e politiqueiros.
O engajamento político não é necessariamente a disputa de cargos eletivos. Basta à participação em alguma entidade civil, associação de classe ou mesmo em partido político. Assim, o cidadão terá oportunidade de discutir e manifestar seu ponto de vista sobre os problemas de sua cidade e de estar sempre vigilante contra a corrupção, a imoralidade, o desvio de finalidade e a correta aplicação dos recursos públicos.
O teatrólogo Bertold Brecht disse muito bem isto: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio, dependem das decisões políticas”. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce à prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Todavia, foi Platão, o pai da democracia, que viveu entre os anos 428 a 347 a C. quem, numa máxima brilhante, sintetizou: "O castigo dos homens capazes que se recusam a tomar parte nas questões governamentais é viver sob o regime dos homens incapazes".
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