sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A HISTÓRIA DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA TAMBÉM PASSA POR JACKSON DO PANDEIRO.



O Paraibano Jackson do Pandeiro foi um artista que conviveu desde cedo com a música e cuja carreira mudou os rumos da MPB e música do Nordeste.


Com seu estilo musical, ele revolucionou a música popular brasileira, Jackson do Pandeiro foi o maior ritmista da história da MPB. Compositor inspirado e instrumentista de raro talento, Jackson popularizou clássicos nordestinos, como Chiclete com Banana e Xote de Copacabana. A história da sua carreira reforça a herança da influência negra nas canções nordestinas, o que permitiu a ele, sempre com o auxílio luxuoso de um pandeiro na mão, se adaptar aos sincopados sambas cariocas e às músicas de Carnaval. Dono de um recurso vocal único, ele conseguia dividir seus vocais como nenhum outro cantor.

Jackson do Pandeiro (1919-1982)

José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, nasceu em Alagoa Grande, na Paraíba, em 31 de agosto de 1919. Vindo de uma família de brincantes de coco de roda, sua história reforça a influência da cultura negra na música nordestina. Em 54 anos de carreira, foi responsável, ao lado de Luiz Gonzaga, pela popularização nacional de canções nordestinas. Em 1948, foi trabalhar na Rádio Jornal do Comércio, em Recife.


Foi lá que ganhou o nome artístico Jackson, considerado mais sonoro. Somente em 1953, aos 35 anos, gravou o seu primeiro grande sucesso, Sebastiana - uma amostra das suas inovações estéticas, com improvisações de vocalizações com tempo variado.

Logo depois, emplacou Forró em Limoeiro, composto por Edgar Ferreira, e seu primeiro álbum, Sua Majestade - O Rei do Ritmo saiu em 1954 pela Columbia. Em Recife, conheceu sua mulher e parceira, Almira Castilho. Jackson e Almira formaram uma dupla no palco e na vida. A união durou até 1967, quando desfizeram a parceria e o casamento. No Rio, apresentou-se na rádio Tupi e Mayrink Veiga, e foi contratado pela Rádio Nacional. Jackson fez muito sucesso com O Canto da Ema, Chiclete com Banana, Um a Um e Xote de Copacabana. A crítica se encantava com sua facilidade para cantar gêneros musicais variados: baião, coco, samba-coco, rojão e marchinhas de Carnaval.


Com a Tropicália, houve o resgate da música nordestina. Gilberto Gil regravou com sucesso, em 1972, a música Chiclete com Banana. Anos depois regravou também O Canto da Ema e A Cantiga do Sapo. Gal Costa interpretou Sebastiana, e Alceu Valença convidou Jackson para cantar em dupla o coco elétrico Papagaio do Futuro.


Durante excursão empreendida pelo país, Jackson do Pandeiro que era diabético desde os anos 60, morreu aos 62 anos, no dia 10 de julho de 1982, na cidade de Brasília, em decorrência de complicações de embolia pulmonar e cerebral. Ele tinha participado de um show na cidade uma semana antes e no dia seguinte passou mal no aeroporto antes de embarcar para o Rio de Janeiro. Ele ficou internado na Casa de Saúde Santa Lúcia. Foi enterrado em 11 de julho de 1982 no Cemitério do Cajú na cidade do Rio de Janeiro com a presença de músicos e compositores populares, sem a presença de nenhum medalhão da MPB. Hoje seus restos mortais se encontram na sua terra natal (Alagoa Grande) localizado não no cemitério local, mais sim em um memorial preparado em sua homenagem pelo povo alagoagrandense.


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