quarta-feira, 25 de setembro de 2013

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DA PARAÍBA DEBATE MUDANÇAS DE NOMES DE RUAS, PRAÇAS, ESCOLAS, CONJUNTOS HABITACIONAIS E MONUMENTOS QUE HOMENAGEM OS PRESIDENTES MILITARES. SAIBA COMO FOI.....

Os deputados que ficaram até o fim da sessão de ontem, na Assembleia Legislativa, puderam acompanhar um debate recheado de radicalismo, entre Anísio Maia (PT) e Carlos Dunga (PTB), sobre o ciclo de governos militares que foi instado no País em 31 de março de 1964. 

O deputado Anísio Maia foi à tribuna acusar os governos militares de atrocidades inimagináveis nos dias de hoje, como pratica de tortura, supressão de direitos, perseguição, assassinatos, fechamento do Congresso Nacional, cassação de mandatos, censura à imprensa, fechamento de sindicatos, prisão de trabalhadores, padres, estudantes, religiosos, etc... 
O deputado petista aproveitou a ocasião para defender que sejam trocados os nomes das ruas, praças, conjuntos habitacionais, escolas e monumentos que homenageiam os presidentes militares. A troca de nomes, segundo Anísio Maia, é determinada por leis aprovadas pela Câmara de João Pessoa e pela Assembleia Legislativa.
“A lei de minha autoria, que a Assembleia aprovou e o governador do estado sancionou, obriga que seja feita a mudança de nome. A lei fixa prazo de um ano para que a mudança ocorra”, disse Anísio. 
Ele afirmou que a Escola Presidente Médici, bairro do Castelo Branco na capital, deve ser a primeira a mudar de nome. Já houve um debate entre os estudantes, que acolheram a ideia. 
Anísio também aproveitou para comunicar que ontem à noite seria realizada a primeira audiência pública conjunta da Câmara e da Assembleia para discutir com os moradores do Castelo Branco a possibilidade de troca de nome do bairro, da principal avenida (que também homenageia Castelo Branco) e da Escola Presidente Médici, que fica na localidade. A audiência de ontem à noite teve apoio do Comitê Paraibano da Memória, Verdade e Justiça e foi realizada no Colégio Santa Doroteia.
  
Na discussão da Assembleia, o deputado Carlos Dunga foi à tribuna rebater Anísio Maia. Dunga disse que não aceita que falem mal da ditadura militar, segundo ele, “a revolução”. “Os presidentes da revolução fizeram muito pelo Brasil. Criaram a SUDENE, expandiram e organizaram a telefonia, construíram a hidrelétrica de Itapu e Implantaram aeroportos. Na Paraíba, construíram vários conjuntos habitacionais”, disse Carlos Dunga. O deputado afirmou que não concorda com a tortura que aconteceu no período. 


O deputado Vituriano de Abreu (PSC) também entrou na discussão. Disse que participou do antes, do durante e do pós-ditadura. “A ditadura fez coisas boas, como o Projeto Sertanejo, para melhorar a agricultura no semiárido. Todos os agricultores tinham acesso ao Banco do Nordeste, que concedia empréstimos com juros subsidiados e carência de dez anos. Até hoje, o que há de estrutura em propriedades rurais veio do Projeto Sertanejo”, disse Vituriano.
Graças ao ex-presidente Ernesto Geisel, segundo ele, a zona rural recebeu os primeiros grupos de saúde na família, formados por médicos, dentistas e enfermeiras que percorriam a zona rural atendendo à população. “O presidente Geisel também colaborou construindo casas, inclusive na Paraíba”, disse o deputado Vituriano. 
“Mas nem por isso, eu deixo de protestar contra as torturas, assassinatos, a censura, fechamento do Congresso, cassações de mandatos e todo tipo de atrocidade que aconteceu na Paraíba e no Brasil, durante o período em que fomos governador pelos militares”, afirmou o deputado. 
Fonte: Correio da Paraíba – Matéria: Adelson Barbosa dos Santos.



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