A presente matéria
tem como objetivo estimular os amigos, amigas e demais estudantes, leitores deste
blog, para que visitem a exposição intitulada: A VERDADE DA REPRESSÃO E A
MEMÓRIA DA RESISTÊNCIA, conforme textos relatados abaixo.
A exposição percorrerá
por todas as capitais do Brasil e as cidades onde o episódio da ditadura
militar aconteceu com mais frequência envolvendo instituições, entidades e cidadãos dessas cidades na repressão e a
resistência a ditadura do Brasil. Na Paraíba, a exposição destacou relatos e
fotografias da trajetória política da primeira juíza de Direito do Estado e da cidade Cabedelo, Drª Helena Alves de Souza que fora cassada pela
ditadura militar durante o exercício de sua função. Para saber mais sobre este
fato e outros, faça uma visita à exposição que se encontra montada na Fortaleza
de Santa Catarina em Cabedelo-PB, na Casa do Capitão-Mor (sala do térreo),
aberta todos os dias da semana, das 08:00 às 17:00 horas, até o dia 19 de
Setembro de 2013. Sua presença é importante e não se esqueça de registrar sua
visita.
TÍTULO DA EXPOSIÇÃO:
A VERDADE DA REPRESSÃO - A MEMÓRIA DA RESISTÊNCIA
DITADURA NO BRASIL – 1964 – 1985
O
Golpe Militar de 1º de Abril de 1964 depôs o Presidente da República JOÃO
GOULART, eleito democraticamente pelo povo; violou a Constituição Federal;
fechou o Congresso Nacional; cassou mandatos de Parlamentares, Prefeitos e
Governadores; invadiu, depredou sindicatos, entidades estudantis e perseguiu
lideranças. Só no ano 1964 prendeu cerca de 50 mil pessoas e instalou, com o
apoio de segmentos conservadores da sociedade, a ditadura militar que durou até
1985.
O CONGRESSO NACIONAL FECHADO:
Os ditadores fecharam o Congresso Nacional e
extinguiram os partidos políticos, substituindo-os por apenas dois: Aliança
Renovadora Nacional (ARENA) apoiadora dos golpistas e o Movimento Democrático
Brasileiro (MDB), encarregado da oposição permitida.
ANO DE
1968:
Jovens assassinados – O Movimento Estudantil que
clamava por liberdade nas ruas foi duramente reprimido. Em um desses embates, a
polícia matou covardemente, o estudante secundarista EDSON LUIZ DE LIMA SOUTO,
de apenas 18 anos, enquanto jantava no calabouço, no Rio de Janeiro. Em protesto, estudantes e populares
saíram às ruas na passeata dos 100 mil estudantes.
RESISTÊNCIA ESTUDANTIL:
Artistas,
escritores, jornalistas e outros segmentos da intelectualidade não aceitaram a
mordaça do regime, insurgindo-se contra a censura e lutando por liberdade de
expressão. Músicas, filmes, livros, peças teatrais e jornais desafiaram os
ditadores. O teatro de arena representou uma espécie de refúgio para quem
defendia a liberdade.
CONTRA A
CENSURA DA CULTURA E RESISTÊNCIA CULTURAL:
“Assim não vem democracia nunca: eu esperando de vocês
e vocês esperando de mim”.
ESTUDANTES PRESOS:
A
maior prisão em massa do período da Ditadura Militar ocorreu no dia 12 de
Outubro de 1968, quando 900 Jovens foram detidos em Ibiúna (SP). O “Crime”:
participação no 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).
AI-5 – TORTURA ASSASSINATO EXÍLIO:
O
ato institucional nº 5, imposto pelos militares em 13 de Dezembro de 1963, foi
um mecanismo legal arbitrário que tornou ainda mais cruel à ditadura já
existente. O AI-5 fechou o Congresso Nacional, cassou mandatos parlamentares,
perseguiu, prendeu, torturou, exilou e baniu milhares de brasileiros e
brasileiras, instaurando o terrorismo de Estado.
1968–
RESISTÊNCIA OPERÁRIA:
Greve
da cidade de Contagem: A greve dos metalúrgicos de Contagem (MG), em Abril de 1968,
teve início com a paralisação e ocupação do Belga Mineiro e se espalhou por
outras empresas. Foi a primeira grande manifestação da classe operária contra o
arrocho salarial e por liberdade sindical, após o Golpe Militar de 1964,
inaugurando um novo modelo de sindicalismo, baseado na organização dos
trabalhadores nas fábricas. A ditadura militar se viu obrigada a negociar, e
apesar da repressão política, os grevistas ganharam um reajuste salarial de 10%
(dez por cento).
GREVE DE OSASCO:
A
greve da cidade de Osasco (SP), em Julho de 1968, teve início com a ocupação da
COBRASMA e se reproduziu em outras empresas. Assim como em Contagem (MG),
combinou a ação no interior das fábricas com a atuação combativa do Sindicato.
A repressão policial e militar foi violenta, com desocupação de fábricas,
intervenção no sindicato e prisão das lideranças.
1969 A 1975 –
RESISTÊNCIA ARMADA:
A
liberdade foi defendida com unhas e dentes no Brasil. Ao longo dos 21 anos de Ditadura Militar, dezenas de
organizações de esquerda combateram o regime. Agindo na clandestinidade,
promoveram ações armadas e capturaram diplomatas estrangeiros, especialmente
para trocar por presos políticos que estavam sendo torturados e assassinados
nas prisões.
CARLOS MARIGHELLA – Foi deputado
federal constituinte pelo Partido Comunista do Brasil (PCB) em 1946. Fundador e
comandante da Ação Libertadora Nacional (ALN), fuzilado em São Paulo por forças
policiais e militares em 4 de Novembro de 1969.
MÁRIO ALVES – Dirigente do PCBR (Partido Comunista Brasileiro
Revolucionário), assassinado sob tortura em 17 de janeiro de 1970.
CARLOS
LAMARCA – Capitão do Exército Brasileiro, do qual desertou em
1969 para assumir a resistência à ditadura. Foi comandante da Vanguarda Popular
Revolucionária (VPR) e, depois, do MR – 8. Assassinado no município de Pintado,
sertão da Bahia, em 17 de Setembro de 1971.
CARLOS ALBERTO SOARES DE FREITAS – Dirigente da Vanguarda Armada Palmares (VAR-PALMARES).
Preso no Rio de Janeiro, em abril de 1971, e desde então desaparecido político.
PAULO
STUART WRIGHT – Foi deputado estadual
pelo PSP, em Santa Catarina, cassado em 1964. Dirigente da Ação Popular
Marxista Lenista (APML). Preso em São Paulo, em setembro de 1973, e até hoje
desaparecido político.
JOSÉ PORFÍRIO SOUZA – Foi deputado estadual do PTB, em Goiás, cassado em
1964. Camponês, líder da guerrilha Trombas e Formoso (GO), na década de 1950,
quando militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Dirigente do Partido
Revolucionário dos Trabalhadores (PRT). Desaparecido político desde 7 de julho
de 1973, em Brasília.
1972 a 1974 –
GUERRILHA DO ARAGUAIA:
HELENIRA
REZENDE – Vice-Presidente da UNE
que se tronou guerrilheira no Araguaia, desaparecida política desde 1972.
MAURÍCIO GRABOIS – Principal comandante militar da guerrilha do Araguaia
e dirigente do PCdoB. Morto em combate, próximo a Serra das Andorinhas, em 25
de Dezembro de 1973.
DINALVA OLIVEIRA TEIXEIRA – Foi à única mulher a alcançar um posto de comando na
guerrilha do Araguaia. Segundo informações, foi executada após prisão, em julho
de 1974.
ÂNGELO ARROYO – Dirigente do PCdoB e um dos comandantes da guerrilha
do Araguaia. Sobreviveu à repressão militar que desestruturou a guerrilha, mas
foi fuzilado por Agentes Militares do DOI-CODI, em 16 de dezembro de 1976, em
São Paulo (SP), no episódio conhecido como “Chacina da Lapa”.
Na selva do Araguaia, ao sul do Pará, instalou-se o
principal foco de guerrilha, ligado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Os
guerrilheiros mantinham boas relações com a população local e eram militantes
bem formados, desnorteando as tropas militares com táticas criativas e profundo
conhecimento da região. Foram necessários 03 (três) investidas das tropas e 10
mil homens para acabar com 69 guerrilheiros. Apenas (06) seis sobreviveram.
A
RESISTÊNCIA DAS IGREJAS:
A resistência à ditadura contou com o
apoio da ala progressista da igreja católica. Bispos como Dom Helder câmara e
Dom Evaristo Arns tornaram-se símbolos desta luta e as comunidades eclesiais de
base colocaram-se claramente contra o regime. O movimento ecumênico, que reúne
diversas igrejas protestantes, também teve uma participação importante.
ANISTIA –
1979:
“Se você
fizer um furo em uma barreira, a água se encarrega de trazer tudo” (Terezinha
Zerbini, ex-presidente do Movimento Feminino pela Anistia).
ANISTIA
PARA TODOS: 1979 - RETOMADA DA LUTA SINDICAL:
A greve dos metalúrgicos de São Bernardo, Santo André,
São Caetano e Diadema (SP), iniciada em 13 de março de 1979, representou um
marco no sindicalismo, com a emergência de novas lideranças como Luis Inácio
Lula da Silva. A greve foi severamente reprimida e a diretoria destituída e
presa, mas os operários resistiram apoiados pela população. A partir desta
greve a classe trabalhadora passou a atuar de forma autônoma na luta contra o
regime militar.
OPOSIÇÃO
LEGAL:
O movimento democrático brasileiro (MDB) foi o único
partido de oposição legal à ditadura militar, desde 24 de março de 1966, até
fins de 1979. Em vários momentos desde período, representou o sentimento
popular oposicionista: Há discurso do deputado Márcio Moreira Alves denunciando
a repressão policial; a anticandidatura de Ulysses Guimarães à Presidência da
República e a Apresentação proposta da anistia ampla, geral e irrestrita de
1979. O MDB abrigou partidos políticos clandestinos, como o PCB, como o PCB,
que teve muitos dos seus militantes e dirigentes assassinados pela ditadura:
Davi Capistrano da Costa; Elson Costa; Nestor Veras e Outros.
32ª DIAS
DE GREVE DE FOME:
Conquistas Populares – A Anistia foi uma conquista do
povo. Por meio de grandiosas manifestações, articulações políticas, civis e
internacionais, o Brasil clamou pela anistia ampla, geral e irrestrita. Na
esteira das mobilizações, os presos políticos promoveram uma greve de fome de
32 dias. Embora bem menos abrangente do que o esperado, a lei da anistia abriu
alas para o processo de abertura no país.
“Não
encontrei nenhum perigoso terrorista, apenas jovens idealistas que lutavam por
suas convicções” (Declaração do Senador Teotônio Vilela – MDB – Após visita a
presos políticos em greve de fome, em 1978).
FRASES QUE DIZIAM:
DCE LIVRE (UFSCAR) PELA ANISTIA AMPLA
E IRRESTRITA!!!
PELA CONSTITUINTE LIVRE E DEMOCRATICA E
SOBERANA!!!
DIRETAS
JÁ – 1985:
A
Retomada da democracia no Brasil ocorreu a conta-gotas. Depois da anistia, veio
à campanha pelas “Diretas Já” com comícios gigantescos, e, em 1986, o Congresso
Constituinte. Entretanto, o primeiro Presidente da República Civil foi eleito
pelo Congresso Nacional, em 1985.
FRASE DE
UM CARTAZ:
“Eu quero votar pra Presidente, venha
exigir seu direito no grande comício das diretas” - Dia 25 – Praça da Sé – 16 Horas.
COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE 46 FOTOGRAFIAS:
“Resgatando a memória e a verdade, o país adquire
consciência superior sobre sua própria identidade, e a democracia se fortalece”.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Presidenta Dilma Reusseff
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS
DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Ministra Maria do Rosário
SECRETARIA EXECUTIVA
Ramais de Castro Silveira
COORDENAÇÃO DOM PROJETO DIREITO À MEMORIA E À VERDADE
Gilney Viana
EQUIPE TÉCNICA DO PROJETO DIREITO À MEMÓRIA
E À VERDADE
DA SDH/PR
Jacqueline Silva e Luiz
Carlos Vidal maia
EXPOSIÇÕES - CURADORIA DE TEXTO
Rosina Duarte
PROJETO GRÁFICO
Rosana Pozzobon
PRODUÇÃO E MONTAGEM E DAS EXPOSIÇÕES
Agência Livre Para
Informações, Cidadania e Educação – Alice
IMAGENS – ICONOGRAFIA
Agência F4, Agência Estado e
Arquivo Nacional
SENADO FEDERAL
Roosewelt Pinheiro; Geraldo
Magela; Célio Azevedo
ARQUIVO
Senado Federal e Radiobrás,
JB
TEXTO E DIVULGAÇÃO
Rosina Duarte e Luana
Dalsotto
AGRADECIMENTOS
Equipe do Arquivo Nacional –
RJ
Equipe do Arquivo Nacional -
DF
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