ANAYDE
MEIRIZ nasceu na capital da Paraíba em 18 de fevereiro de 1905. Se
destacou durante os seus estudos, formou-se na Escola Normal em maio de 1922, aos dezessete anos
de idade. Passou, assim, a lecionar, alfabetizando os pescadores da então vila de Cabedelo.
Jovem e bela, Anayde foi a vencedora
de um concurso de beleza promovido pelo Jornal Correio da Manhã em 1925. Chamavam a atenção
os seus olhos de cor negra, que lhe valeram o apelido, em seu círculo de
amizades, de "a pantera dos olhos dormentes".
Para a mentalidade conservadora da sociedade brasileira à época, particularmente na
Paraíba, Anayde não era uma mulher bem vista por causa das ideias progressistas
que alimentava: como poetisa,
participava ativamente do movimento intelectual, envolvida em acontecimentos
artísticos e frequentando saraus literários;
como cidadã, defendia a participação das mulheres na política, em uma época em
que sequer podiam votar; ousava em sua aparência, vestindo roupas decotadas e
apresentando um corte de cabelo "à la garçonne". Além disso,
não se prendia a convenções no que dizia respeito a relacionamentos amorosos.
É importante destacar neste relato da saga de Anayde Beiriz que ela teve um namorado que foi o seu verdadeiro e grande amor, o estudante de medicina Heriberto Paiva, fato narrado no livro do escritor Marcus Aranha que teve como fonte de pesquisa o diário de Anayde Beiriz intitulado "Cartas do meu grande amor" - Dolorosas reminiscências do sonho desfeito da minha mocidade", cujo material inspirou o escritor Marcus Aranha para escrever o livro, cuja família autorizou a publicação das cartas do diário de Anayde Beyriz.
Passados três anos, Anayde iniciou um relacionamento amoroso com João Dantas em 1928. Ele político local ligado ao Partido Republicano Paulista, que fazia oposição ao então presidente do Estado (governador) da Paraíba João Pessoa. Depois do violento confronto político que deu origem ao Território de Princesa Isabel, João Dantas acabou se refugiando no Recife, mantendo o relacionamento com Anayde à distância, através de cartas.
É importante destacar neste relato da saga de Anayde Beiriz que ela teve um namorado que foi o seu verdadeiro e grande amor, o estudante de medicina Heriberto Paiva, fato narrado no livro do escritor Marcus Aranha que teve como fonte de pesquisa o diário de Anayde Beiriz intitulado "Cartas do meu grande amor" - Dolorosas reminiscências do sonho desfeito da minha mocidade", cujo material inspirou o escritor Marcus Aranha para escrever o livro, cuja família autorizou a publicação das cartas do diário de Anayde Beyriz.
Passados três anos, Anayde iniciou um relacionamento amoroso com João Dantas em 1928. Ele político local ligado ao Partido Republicano Paulista, que fazia oposição ao então presidente do Estado (governador) da Paraíba João Pessoa. Depois do violento confronto político que deu origem ao Território de Princesa Isabel, João Dantas acabou se refugiando no Recife, mantendo o relacionamento com Anayde à distância, através de cartas.
João Pessoa reagiu, mandando a
polícia revistar as casas dos revoltosos e suspeitos, em busca de armas que
pudessem ser utilizadas em uma revolta armada. Um desses locais foi o
escritório de João Dantas situado em um sobrado próximo a Rua Duque de Caxias centro da Cidade da Paraíba (atual João Pessoa),
invadido em 10 de Julho de 1930. Embora não tenham
sido encontradas armas, os policiais depredaram as instalações e arrombam o cofre, onde foi encontrada
a correspondência de João Dantas, inclusive cartas e poemas de amor recebidos de
Anayde.
No dia seguinte, o jornal governista "A União", e outros órgãos de imprensa estadual ligados à situação, publicaram o conteúdo das mesmas, visando atingir a honra de Dantas.
No dia seguinte, o jornal governista "A União", e outros órgãos de imprensa estadual ligados à situação, publicaram o conteúdo das mesmas, visando atingir a honra de Dantas.
Pouco dias depois, o presidente João Pessoa resolveu viajar ao Recife para tratar de assuntos pessoais acreditando que ninguém, além do motorista José Francisco de Sousa e o ordenança Tenente Antonio Pontes de Oliveira.
No dia seguinte, 25 de Julho, manda chamar o Vice-Presidente Álvaro de Carvalho e comunica que iria até o Recife para um passeio e, pediu-lhe reserva, acrescentando que desejaria absoluto segredo sobre este fato. O vice-presidente, no momento de receber o governo das mãos do Presidente João Pessoa, o advertiu para os perigos do passeio ao Recife em face dos inimigos que o presidente possuía em Pernambuco. Mas não foi por falta de aviso. Pois ainda estava recente o episódio da invasão ao escritório de João Dantas, que na certa não teria gostado de ver suas cartas e o diário íntimo no qual narrava suas peripécias amorosas com as senhoras donzelas da Paraíba expostas à execração pública. O vice-presidente chegou até oferecer o seu irmão Oswaldo para acompanhá-lo na viagem, mas o presidente João Pessoa esbravejou e dispensou o conselho. Quis o presidente que a viagem ficasse entre os mais íntimos.
Mas muita gente sabia em razão da publicação do jornal A União que noticiava a matéria, em letras grandes, que o presidente estava indo ao Recife, chagaria tal hora, que passaria pelo hospital para visitar um amigo, se dirigia ao jornal, depois a uma joalheria, tiraria retrato e ao fim da tarde se encontraria na Confeitaria Glória para tomar um chá. O Vice-Presidente Álvara de Carvalho quando soube da notícia ficou aborrecido e interpelou o diretor do jornal, tendo ele respondido que apenas cumprira ordens do presidente.
No dia 26 de Julho, João Dantas acompanhado do seu cunhado Augusto Caldas dentro de um bonde ao ler o Jornal A União da Paraíba viu a notícia. Puxou o relógio de algibeira, conferiu a hora, verificando que naquele momento seu inimigo estava na Confeitaria Glória. Desceu na próxima estação, pegou um carro de praça, tocou para lá, depois certificou que o revólver estava na cinta. Ao chegar, foi avistado pelo motorista do presidente João Pessoa que o reconheceu e ficou calado, misteriosamente calado. João Dantas entrando pela porta lateral à Rua Santo Amaro de onde o Presidente estava com Agamenon Magalhães e outros amigos sentados a mesa tomando um chá, ao se aproximar, puxou o revólver, e disse: João Pessoa, eu sou João Dantas e disparou o primeiro tiro que bateu catolé e os três seguintes se alojaram no peito do Presidente João Pessoa, matando-o lavava, com esse gesto, a sua honra ofendida, com sangue. Pois a tentar fugir da Confeitaria Glória foi atingido por um tiro de raspão na testa pelo segurança o Tenente Antonio Pontes. A bala não atingiu o cérebro e João Dantas que caiu tonto mais foi preso conjuntamente com o seu cunhado por Agamenon Magalhães, o Tenente Antonio Pontes e a ajuda de outras pessoas presentes ao episódio que logo levaram para a Casa de Detenção para ser sangrado mais tarde, por João da Mancha.
Enquanto isso, o presidente foi levado para a Farmácia Pinho, situada na Rua Nova, onde ficou deitando sobre uma mesa, morto, as mãos entrelaçadas, o peito coberto de sangue. Os médicos legistas Dr. Theodorico de Freitas e Dr. Arnaldo Marques botaram no atestado de óbito que João Pessoa morreu da seguinte causa mortis: "Ferimento penetrante no tórax com lesão no coração e pulmão esquerdo. Ferimento penetrante no abdome, com lesão na artéria ilíaca. Lesões externas provocadas por projéteis de armas de fogo: no tórax, região ilíaca e antebraço.
O presidente João Pessoa tinha 52 anos quando foi assassinado, deixou uma mulher e quatro filhos de menores.
Na Paraíba o vice-presidente Álvaro de Carvalho recebia a notícia por telegrama. Não acreditou de primeira, teve que pedir confirmação ao telégrafo. Mas era verdade e a cidade toda já sabia e estremecia. Cento e noventa presos foram retirados da cadeia para juntos à população enlouquecida procurar fazer vingança com as próprias mãos. Propriedades e casas dos adversários de João Pessoa foram incendiadas. De todos os cantos da cadeia, ouviram-se os disparos de armas de fogo e explosão de bombas. As chamas dos incêndios lambiam o céu.
Assim, a comoção tomava conta do país e especialmente da Paraíba. E não havendo mais nada a fazer, criticada publicamente pela sociedade por razões morais e políticas, Anayde sentiu-se acuada após o assassinato de João Pessoa, que causou comoção popular. Desse modo, abandonou a sua residência na Paraíba e foi morar em um abrigo no Recife, onde passou a visitar João Dantas, detido em flagrante e recolhido à Casa de Detenção naquela cidade.
No dia seguinte, 25 de Julho, manda chamar o Vice-Presidente Álvaro de Carvalho e comunica que iria até o Recife para um passeio e, pediu-lhe reserva, acrescentando que desejaria absoluto segredo sobre este fato. O vice-presidente, no momento de receber o governo das mãos do Presidente João Pessoa, o advertiu para os perigos do passeio ao Recife em face dos inimigos que o presidente possuía em Pernambuco. Mas não foi por falta de aviso. Pois ainda estava recente o episódio da invasão ao escritório de João Dantas, que na certa não teria gostado de ver suas cartas e o diário íntimo no qual narrava suas peripécias amorosas com as senhoras donzelas da Paraíba expostas à execração pública. O vice-presidente chegou até oferecer o seu irmão Oswaldo para acompanhá-lo na viagem, mas o presidente João Pessoa esbravejou e dispensou o conselho. Quis o presidente que a viagem ficasse entre os mais íntimos.
Mas muita gente sabia em razão da publicação do jornal A União que noticiava a matéria, em letras grandes, que o presidente estava indo ao Recife, chagaria tal hora, que passaria pelo hospital para visitar um amigo, se dirigia ao jornal, depois a uma joalheria, tiraria retrato e ao fim da tarde se encontraria na Confeitaria Glória para tomar um chá. O Vice-Presidente Álvara de Carvalho quando soube da notícia ficou aborrecido e interpelou o diretor do jornal, tendo ele respondido que apenas cumprira ordens do presidente.
No dia 26 de Julho, João Dantas acompanhado do seu cunhado Augusto Caldas dentro de um bonde ao ler o Jornal A União da Paraíba viu a notícia. Puxou o relógio de algibeira, conferiu a hora, verificando que naquele momento seu inimigo estava na Confeitaria Glória. Desceu na próxima estação, pegou um carro de praça, tocou para lá, depois certificou que o revólver estava na cinta. Ao chegar, foi avistado pelo motorista do presidente João Pessoa que o reconheceu e ficou calado, misteriosamente calado. João Dantas entrando pela porta lateral à Rua Santo Amaro de onde o Presidente estava com Agamenon Magalhães e outros amigos sentados a mesa tomando um chá, ao se aproximar, puxou o revólver, e disse: João Pessoa, eu sou João Dantas e disparou o primeiro tiro que bateu catolé e os três seguintes se alojaram no peito do Presidente João Pessoa, matando-o lavava, com esse gesto, a sua honra ofendida, com sangue. Pois a tentar fugir da Confeitaria Glória foi atingido por um tiro de raspão na testa pelo segurança o Tenente Antonio Pontes. A bala não atingiu o cérebro e João Dantas que caiu tonto mais foi preso conjuntamente com o seu cunhado por Agamenon Magalhães, o Tenente Antonio Pontes e a ajuda de outras pessoas presentes ao episódio que logo levaram para a Casa de Detenção para ser sangrado mais tarde, por João da Mancha.
Enquanto isso, o presidente foi levado para a Farmácia Pinho, situada na Rua Nova, onde ficou deitando sobre uma mesa, morto, as mãos entrelaçadas, o peito coberto de sangue. Os médicos legistas Dr. Theodorico de Freitas e Dr. Arnaldo Marques botaram no atestado de óbito que João Pessoa morreu da seguinte causa mortis: "Ferimento penetrante no tórax com lesão no coração e pulmão esquerdo. Ferimento penetrante no abdome, com lesão na artéria ilíaca. Lesões externas provocadas por projéteis de armas de fogo: no tórax, região ilíaca e antebraço.
O presidente João Pessoa tinha 52 anos quando foi assassinado, deixou uma mulher e quatro filhos de menores.
Na Paraíba o vice-presidente Álvaro de Carvalho recebia a notícia por telegrama. Não acreditou de primeira, teve que pedir confirmação ao telégrafo. Mas era verdade e a cidade toda já sabia e estremecia. Cento e noventa presos foram retirados da cadeia para juntos à população enlouquecida procurar fazer vingança com as próprias mãos. Propriedades e casas dos adversários de João Pessoa foram incendiadas. De todos os cantos da cadeia, ouviram-se os disparos de armas de fogo e explosão de bombas. As chamas dos incêndios lambiam o céu.
Assim, a comoção tomava conta do país e especialmente da Paraíba. E não havendo mais nada a fazer, criticada publicamente pela sociedade por razões morais e políticas, Anayde sentiu-se acuada após o assassinato de João Pessoa, que causou comoção popular. Desse modo, abandonou a sua residência na Paraíba e foi morar em um abrigo no Recife, onde passou a visitar João Dantas, detido em flagrante e recolhido à Casa de Detenção naquela cidade.
Dantinha assim era bastante conhecido na roda de amigos foi encontrado morto em sua
cela, degolado, em 3 de Outubro do mesmo ano, no início da Revolução de 30. Embora tenha sido
declarado o suicídio como causa
mortis à época, as
circunstâncias ainda permanecem obscuras.
Anayde morreu dias depois, aos 25
anos de idade, supostamente por auto envenenamento. Foi
sepultada como indigente no Cemitério de Santo Amaro na capital pernambucana.
Um belo e notável legado dessa mulher guerreira. Parabéns pelo trabalho Tadeu!
ResponderExcluirPara voce com carinho de amiga...
É Natal, e não foi apenas por ser Natal
que lembrei de você., e sim pelo que
representa nossa amizade.
Mesmo estando ausente dos amigos reais, e não conhecendo
alguns dos virtuais, isso não faz diferença,
o calor que aquece nossa amizade
não esfria com a distância,
meus pensamentos e desejos,
estarão com você da mesma forma.
Então... FELIZ NATAL!
BELA MATÉRIA!!! Parabéns, meu amigo! abraços,
ResponderExcluirBrasil ainda resgatará a história dessa fascinante mulher.
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