quinta-feira, 23 de maio de 2013

COMO ANDA A INDIGNAÇÃO DO POVO DE CABEDELO?


Prezados Cabedelenses,

“Sou filho desta terra por que tenho que explicar? Aqui é muito mais bonita a lua cheia quem vem pra vê teima em ficar. Se um dia outra terra escolher para morar, tem que ter muito mais, um rio se encontrando com o mar...  Lá das bandas do Sanhauá corre, corre mansamente, o rio Paraíba que ferido de manchas pretas já não pode mais navegar"...

É mergulhando nos versos do compositor Tadeu Patrício que faço uma reflexão por que moro em Cabedelo? Cidade portuária, onde hoje convivo com a amargura e o sofrimento da população com a importação do coque de petróleo que dá sinais de franca expansão, sem controle de órgãos ambientais e com fortes impactos na população e no meio ambiente. Até o ano passada convivíamos com apenas uma fábrica de cimento. Agora já está firmado o protocolo para mais 4 fábricas cimenteiras e de cerâmica que já está em fase avançada de instalação para utilizar esse combustível. 


O Estado da Paraíba, pelo seu atraso e desarticulação com a economia nacional e globalizada foi "escolhido" para essa alternativa a partir do Porto de Cabedelo. Os estragos e a anulação de outras alternativas de desenvolvimento para esse município cheio de oportunidades de desenvolvimento turístico e de serviços tendem a ser grandes e graves. 

A administração do Porto de Cabedelo atua como testa de ferro e grande articulador dessas empresas que buscam vantagens econômicas a partir de uma matriz suja e altamente poluente a partir do coque de petróleo. Atualmente a população está em luta contra o projeto do DNIT que pretende retirar dezenas de imóveis residenciais e comerciais de todo perímetro urbano da cidade de Cabedelo para duplicar a BR a fim de atender à demanda de passagem de caminhões carregados de coque e outras matérias energéticas, com estimativa de 3000 caminhões por dia, agravando ainda mais a qualidade de vida da população.

A sociedade está tentando reagir. A partir das parcas condições de organização no município de Cabedelo e em no Estado da Paraíba estamos tentando chamar a atenção da imprensa e quiçá de outras regiões para esse problema. E vamos também cobrar a responsabilidade dos órgãos de controle federal e estadual e, iniciamos uma boa articulação como o Ministério Público Estadual e Federal. 

A sociedade civil organizada, conjuntamente com os moradores, comerciantes, estudantes e juventude cabedelense criou o Fórum de Defesa Ambiental e Urbana de Cabedelo que sempre está se reunido para debater o problema da sujeira deixada pelo petecook, escória e clinquer. Nesses encontros há uma grande participação da população e tem contado com a presença do Prefeito de Cabedelo, de Vereadores, de Secretários Municipais, dos vigários de Cabedelo, e outros agentes públicos para discutir o assunto. Vamos tentar definir uma agenda de mobilização com um calendário de ações para chamar a atenção do governo do Estado da Paraíba e da bancada dos deputados federais e senadores da república do Brasil. Toda Cabedelo está empenhada para vencer esta batalha no sentido de chamar à atenção dos poderes e órgãos constituídos para as suas respectivas responsabilidade, assim vamos construindo o movimento e fortalecendo a luta através da sociedade cabedelense em contraposição a esse processo que marcha na contramão da sustentabilidade e do esforço para alternativas de energias limpas e renováveis. Não queremos o progresso pelo progresso, mas o desenvolvimento com sustentabilidade e repeito a vida e os direitos dos cidadãos.


Esperamos contar com a participação de todos. Vamos à luta por um Cabedelo limpo e saudável!

Cordialmente,

Ernesto Batista e Tadeu Patrício.
Fórum de Defesa Ambiental e Urbano do Município de Cabedelo.

Um comentário:

  1. Consequencia do cabide de empregos e pessoas que gerenciam ,sem conhecimento de causa. Isso é Brasil!!!

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