terça-feira, 2 de julho de 2013

O PRESIDENTE DO CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA RECEBE ARTISTAS CONTEMPLADOS PELA LEI CANHOTO DA PARAÍBA:


Chico César, Mestre Chico Tripa e Mestre Dona Zefinha


O Conselho Estadual de Cultura recebeu a visita dos mestres Coroné Chico Tripa e Dona Zefinha, contemplados pela Lei Registro de Mestres das Artes Canhoto da Paraíba, que reconhece os mestres da cultura popular paraibana e lhes concede a ajuda de custo de dois salários mínimos. Além deles, também foi contemplado o mestre José Hermínio Caieira, conhecido como Zé Hermínio, rabequeiro de diversos grupos de Cavalo Marinho do Estado.

Para a homologação, publicada em Diário Oficial desde outubro de 2012, levou-se em conta o mérito cultural e a idoneidade das candidaturas. A chamada pública, realizada via edital público, visou à ocupação das vagas disponíveis para pessoas que tivessem conhecimento e técnicas necessárias para a produção e preservação da cultura tradicional do Estado da Paraíba.

Foram realizadas 18 inscrições, tendo sido escolhidos três mestres da cultura popular. De acordo com o Conselho, o processo foi o mais transparente possível e baseado nas premissas da lei que rege o Edital. Ao todo, o Registro Mestre das Artes é formado por 30 nomes e uma vaga surge apenas quando um dos membros vem a falecer. Após o registro, o novo componente passa a receber uma ajuda de custo referente a dois salários mínimos e se compromete a repassar o conhecimento de sua arte.



Para Seu Francisco Alves, 82 anos, mais conhecido como “Coroné Chico Tripa”, foi o maior prazer de a sua vida ter recebido o reconhecimento do Conselho. “Estou satisfeito de coração”, disse. E falou sobre a importância da quadrilha junina “pra tirar o povo das drogas, da bebedeira. A quadrilha  reúne jovens e adultos, e é uma grande brincadeira”.

Já Maria José do Nascimento, conhecida por Mestra Zefinha, artesã que utiliza a fibra do coqueiro como matéria-prima há 46 anos, disse que “estou muito feliz por essa homenagem. Sou muito agradecida, pois vou investir no meu artesanato, abrindo um quiosque na Praça de Pitimbu, mostrando meu trabalho e ensinando meu ofício às pessoas adultas que queiram aprender.”


Perfis – Maria José é uma artesã residente de Pitimbu e trabalha com fibra de coco. Francisco Alves mora em Bayeux, trabalha com cultura popular e também é conhecido como “quadrilheiro”, por trabalhar com quadrilhas juninas. José Hermínio é um senhor de 84 anos, que mora em Santa Rita, também trabalha com cultura popular e é conhecido como “rabequeiro”, por tocar a rabeca. Todos eles têm cerca de 50 anos de contribuição às artes.


Mestre Zefinha – Dona Maria José do Nascimento, mais conhecida como Mestre Zefinha, 66 anos, reside na Praia de Pitimbu e há 45 anos trabalha com artesanato. “Desde os meus 22 anos trabalho com a fibra de coco e nunca imaginei que nessa altura da vida eu fosse ter um presente deste”, destacou emocionada.

Todo o material recolhido pela artesã é extraído de locais próximos, como a Praia de Acaú, distrito de Taquara e até do Conde. “Eu pago para alguém subir e retirar as palhas porque não tenho mais idade pra isso. Depois eu limpo, passo água e com ajuda de uma faca e tampa de latas faço fruteiras, frutas, animais, chapéus, bolsas e finalizo o acabamento com verniz, cola e pincel”, explicou a nova mestra.

Mestre Zefinha costuma participar de feiras de artesanato durante todo o ano, em João Pessoa.  Na praia de Pitimbu, recentemente, ela conseguiu colocar um quiosque na praça para vender seus produtos. Sobre o prêmio, ela diz: “Eu fiquei muito feliz com o convite, chorei de alegria. Eu vou poder ter uma vida mais digna agora, pagar minhas contas em dia e comprar minhas coisinhas. Além disso, vou passar a fabricar mais e investir no meu quiosque”.

Coroné Chico Tripa – Francisco Alves, 82 anos, é mais conhecido como “Coroné Chico Tripa”. Natural da cidade de Areia, desde 1954 mora em Bayeux, onde foi marcador de quadrilha junina e de escolas de samba. Nessa atividade de quadrilheiro, ele já foi apelidado de vários nomes. Seu primeiro “batizado” foi de José Bedeu, depois Zé Bode, Coroné Fredegoso do Ó, e por último, Chico Tripa, porque vendia essas partes do boi na feira.

Atualmente, é presidente da Federação das Quadrilhas do Estado da Paraíba, com sede em Bayeux, tendo recebido ao longo da sua vida mais de 60 troféus e o Título de Cidadão de Bayeux. Apesar de ainda brincar – como ele mesmo fala – e marcar quadrilha, ele repassou um pouco da sua experiência e tradição para o filho Wesley Cardoso Alves, o Coronel Falcão.

À frente da tradicional Quadrilha Fazenda Nova, de Bayeux, com 46 anos de existência e 48 componentes, ele diz ter ficado muito feliz com o reconhecimento do Governo do Estado por seu trabalho. “Em nenhuma época, em nenhum Governo, o artista paraibano foi tão valorizado. Quando eu soube da notícia eu não acreditei, pois eu achei que fosse chegar ao fim da vida sem ser valorizado. Não é somente eu que ganho não, é a quadrilha e, principalmente, a preservação da cultura local genuinamente paraibana”, destacou.

Mestre José Hermínio – José Hermínio Caieira é membro do Cavalo Marinho de Mestre Messias, rabequeiro dos grupos de Cavalo Marinho do Mestre Gasosa, Mestre Zequinha, Mestre Paulo e Mestre Jovelino. É também artesão, criador e membro do grupo de forró “Zé Hermínio e Seu Conjunto”. Já participou do CD “Música de Rabequeiros”, coletânea que reúne os mais importantes músicos dessa área no Brasil, tais como: Antônio Nóbrega, Siba, Cego Oliveira, Nélson da Rabeca e Maciel Salustiano







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