sábado, 17 de março de 2012

NAU CATARINETA DE CABEDELO SE APRESENTA NA PRAIA DE FAGUNDES - LUCENA. SAIBA MAIS....

Formação da 1ª Marcha da Nau Catarineta
Neste sábado, dia 16 de Março, às 21:00 horas, apresentou-se na programação da Festa de São José, Padroeiro da Praia de Fagundes no município de Lucena, o Grupo Folclórico Nau Catarineta, comandado pelo mestre Tadeu Patrício. 

- Estavam presentes na festa do padroeiro de Praia de Fagundes: Júnior Nery, radialista da Kebramar FM, acompanha de esposa e familiares; Janilson Melo Feitosa, presidente de honra da Associação Artístico Cultural de Cabedelo, que sempre acompanha o nosso nas viagens por toda à Paraíba; os padres que celebraram a missa realizada no pátio da Igreja de São José, além de toda comunidade e autoridades presentes, a exemplo do chefe de gabinete da Prefeirura de Lucena, senhor Paulo Morais que nos deu toda assistência; o Prefeito Bolão e toda sua comitiva que também prestigearam o evento. Para mim foi um momento super agradável, pois tive a oportunidade de reencontrar alunos e ex-alunos da Escola Estadual José Guedes Cavalcanti, que moram naquelas comunidades que ficam na outra margem do rio Paraíba, como Praia de Costinha, Fagundes, Gameleira e Lucena.

Apresentação da Nau Catarineta na Praia de Fagundes - Lucena.

- Na última apresentação que o Grupo Nau Catarineta de Cabedelo fez em fevereiro, último passado, no município do Conde/PB, lá contamos com a presença do Prefeito do Conde, Sr. Aluízio Régis e esposa, o secretário de cultura do Conde e ainda assessores do prefeito que prestigeram a apresentação cultural. Na ocasião, o prefeito  Aluízio Régis fez altos elogios ao grupo de Cabedelo e nos convidenciou ser um grande admirador da Nau Catarineta de Cabedelo, visto que na década de cinquenta, quando ainda criança, os seus país que veraneavam em Cabedelo, naquela época, o levada para assistir apresentação da brincadeira, quando Cabedelo ainda não tinha nenhuma rua calçada, nem energia elétrica, apenas muitos coqueiros e um povo muito alegre..

OS BRINCANTES: Ração (Marcos Totinha) e Vassoura (Marquinho).

- Mas o que é a Nau Catarineta? É uma manifestação popular anônima. Ninguém sabe ao certo quem a criou, tanto a parte poética, como seus cânticos e coreografias. De acordo com pesquisadores do folclore internacional, a dança do folguedo Nau Catarineta surgiu em Portugal, no século XVI, a partir de um romance intitulado " Nau Catrineta" do poeta lusitano Almeida Garret, cujo poema teria sido a grande fonte de inspiração que norteou os outros cânticos dessa manifestação popular.

Destaque: A figura de Dom João VI (Rener Jordão) e o Padre Capelão (Diego Cabral)

- E quando chegou no Brasil? De acordo com pesquisadores teria chegado ao Brasil no século XVIII e foi se desenvolvendo naturalmente com suas particularidades bem próprias e definidas de um bailado dramático, que narra episódios marítimos vividos pelos nossos irmãos lusitanos.


Duelo entre 1º Tenente da Nau Catarineta (Santigo Júnior) e o Comandante Espanhol Rodolfo
de Mascarenhas (Tadeu Patrício) na Defesa da Fortaleza do Dio, em Calicúte na Índia e prisão da Saloia.


- Por que essa dança tem vários nomes? Isso acontece em razão da riqueza da nossa diversidade cultural, que ao longo dos séculos foram sofrendo alterações sem perder a sua característica náutica. Por exemplo, em outras regiões do Brasil é conhecida como: Chegança ou Chegança dos Mouros (Sudeste); Fandango ou Marujada do Cruzeiro do Sul (Sul); Nau Catarineta ou a Barca da Paraíba (Nordeste).
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Mestre (Anderson Gomes) 2º Guia (Valdir Ramos) Capitão (Jaelson Chaves)
Saloia (Roseana Gouveia)

- Qual a sua origem na Paraíba? Chegou na Paraíba em 1903 e em Cabedelo em 1910, quando um grupo de homens vestidos de marinheiros chegou a Cabedelo por via férrea, conduzida em um vagão da Great Westren, oriunda do município de Santa Rita, comandada pelo funcionário da empresa concessionária inglesa, Sr. Basílio Costa, cujo grupo se apresentou na rua ao lado da estação de trem de Cabedelo.

Orquestra da Barca; Bandolim (José Rocha); Violão (Duquinha); Surdo (Washington);
Percussão (Ronildo); Pandeiro (Geraldo); Caixa (Rodoldo).

- Como surgiu os grupos de Barca de Cabedelo? Há duas versões: a primeira é a registrada pelo pesquisador Altemar de Alencar em seu livro intitulado "A Barca da Paraíba" que registra a informação do Sr. Antônio Sávio, conhecido por Sr. Menininho. A outra informação é a que foi registrada pelo mestre Hermes Nascimento que relatou a formação de um grupo em 1912 na Praia de Ponta de Matos, comandada pelo mestre Gertrudes e a existência de outra Barca em Camalaú em meados de 1913, comandada pelo mestre João de Tonha, que foi uma descendência da formação da dessa primeira Barca da Praia do Ponta de Matos. De acordo com mestre Hermes Nascimento, as  Barcas eram formadas de pessoas humildes como: pescadores, artesãos, comerciantes, feirantes, estivadores, portuários e até marítimos.


Na saudação das espadas: 1º Tenente (Santiago Júniior) e o nosso Gajeirinho (Maxwell Rodrigues)

- E como foi desenvolvido o Projeto de Revitalização da Nau Catarineta? Após passar por quase uma década sem haver apresentações culturais da conhecida Barca de Cabedelo, onde a comunidade já achava que essa manifestação popular poderia ter chegado ao fim, em razão da falta de apoio dos órgaõs públicos, municipal e estadual, ainda em razão da idades dos mestres (Moacir Caetano, José Nazaré, Benedito Pereira, Aderaldo Ferreira Maciel, Hermes Nascimento, entre outros....), quando em 1998 um grupo de jovens idealistas, liderados pelo agente cultural Tadeu Patrício decidiram revitalizar esta manifestação popular tão característica do município de Cabedelo. Pois há mais de uma década encontrava-se desativada por várias razãos.


A Fortaleza do Dio dar sinal de Guerra, personificado pelo brincante: (Reynaldo Gouveia).

- Quais as primeiras atitudes tomadas por este grupo de jovens idealistas? Foi um grande desafio para os brincantes da nova formação, buscar as primeiras informações (conhecimento) do folguedo com os participantes da "velha guarda" da nau catarineta que não gostavam de ser incomodados nesse sentido. Pois os brincantes da "velha guarda" da Barca estavam com a sua auto estima embaixo, totalmente desmotivados, desacreditados e desconfiados de tudo. Haviam problemas de disputa de poder, vaidade, orgulho, alcoolismo, tudo isso dividia o grupo, impedindo assim a realização de ensaios e até apresentações. Mas como muito jogo de cintura fomos conversando e cada um deles naturalmente foi cedendo e dando a sua contribuição.

Prostados para oração e enfrentar os desafios da guerra.
- Neste projeto de revitalização, quais os grandes colaboradores? Contamos com a colaboração do folclorista Hermes Nascimento que foi a pessoa da "velha guarda" da nau catarineta que mais repassou os seus conhecimentos da brincadeira, ensinando os cânticos e as coreografias de cada jornada. Também contamos com o apoioi do presidente da Fundação Fortaleza de Santa Catarina, Professor Osvaldo da Costa Carvalho; Ex-prefeito Edésio Pereira Resende; Secretária do Bem-Estar e Ação Social, Graça Carlos Resende; Secretária da Educação e Cultura do Município de Cabedelo, professora Maria Ramos e do Secretário da Educação e Cultura, Dr. Carlos Mangueira que acreditaram no Projeto de Revitalização da Nau Catarineta e colaboração financeiramente através de Convênio para realização desta manifestação popular no município de Cabedelo, tendo como coordenador o agente cultural Tadeu Patrício.

Mestre Tadeu Patrício comandando os cânticos das jornadas da Nau Catarineta.


- Quando acontece as apresentações culturais do grupo? Não há uma data específica para apresentação desta dança. Nós brincamos sempre nas datas comemorativas e cívicas do calendário nacional, além da realização de apresentações culturais nas comunidades, seja em praças, ruas, quadras esportivas e clubes, sempre através do Projeto Caravana Cultural na Comunidade que envolve na sua programação outras atrações culturais, valorizando assim outros seguimentos da cultura do município, uma espécie da descoberta de novos talentos em cada comunidade por onde passa o projeto caravana cultural.


1º Tenente (Santiago Júnior); 2º Guia (Valdir Ramos); Capitão (Jaelson Chaves);
Saloia (Roseana Gouveia); Dom. João VI (Rener Jordão); Padre Capelão (Diego Cabral).


- Quem patrocina este evento na comunidade? Apenas uma vez contamos com um patrocínio oficial, em 2009, através da Lei Municipal de Incentivos Fiscais à Cultura (Lei Padre Alfredo) - CONMIC, para realização de 12 apresentações nas comunidades cabedelenses. Mas hoje o referido projeto cultural continua com bastante dificuldade, tendo apenas  o apoio da própria comunidade cabedelense, do comércio local, além do apoio institucional da Fundação Fortalezas de Santa Catarina.


Diego Patrício, Personifica o Piloto da Nau Catarineta.

- Que apelo vocês fariam para conseguir um patrocínio da Prefeitura Municipal de Cabedelo ou das Empresas instaladas no município de Cabedelo? No caso da Prefeitura de Cabedelo, que se faça cumprir a Lei Orçamentária Anual do orçamento município, quanto aos recursos destinos à cultura popular, já que na lei orçamentária de Cabedelo, consta previsão orçamentária  de apoio e incentivo a cultura popular. É pena que a referida lei não é uma lei impulsitiva. Sendo assim continuamos escravo do bem querer do prefeito. esperando que tenha sensibilidade política e respeite as manifestações culturais do seu povo. Quanto a iniciativa privada, esperamos que os empresários estejam abertas ao diálogo com os artístas de Cabedelo; que incentivem a cultura dentro das possibilidades financeiras de suas empresas, pois vale a pena investir na cultura, porque não é despesa e sim serviço de inclusão social. Pelo menos os empresários saberão pra onde estão indo os seus recursos.


Marcos Totinha, Personifica Ração na Nau Catarineta 


Marquinho, Personifica o vassoura da Nau Catarineta.

Observação: A seguir vejam fotos da Festa do Padroeiro São José da Praia de Fagundes - Lucena, uma grande demonstração de organização e perseverânça de uma comunidade religiosa que acredita que, a participação de todos faz a diferança no trabalho pastoral.
Devotos participando da santa missa.


Celebração da Santa Missa



Paróco explica a histórica de São José e sua relação com a comunidada.



Barraca dos Caldinhos Típicos da Região.

Barraca dos Bolos, Cachorro Quente, Doces e Salgados.


Barraca da Caipirinha Tropical.



Redação: Tadeu Patrício









Um comentário:

  1. QUE LINDA FESTA!!! QUE PENA EU TER ESQUECIDO, E PERDI! PARABÉNS Á TODOS DE FAGUNDES E A NAU CATARINETA DE CABEDELO! PARABÉNS Á VOCÊ MEU NOBRE AMIGO TADEU, SUPER COMANDANTE DESTA NAU! MEU ABRAÇO Á TODOS!

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