Ernesto Batista (Economista - UFPB) |
O tema do meio ambiente e da mobilidade urbana de Cabedelo precisa
de um grande aprofundamento. A cidade está na mira de projetos e
empreendimentos de grandes impactos na vida da população e da sua estrutura
ambiental. A expansão das atividades portuárias e o projeto de duplicação da BR
230 no perímetro urbano da cidade não podem deixar de ser encaradas de frente,
sem subterfúgios em todas as suas dimensões, para que Cabedelo não seja
danificada em suas potencialidades urbanas, turísticas e ambientais, em função
de um porto importador de combustível poluente (pet coque), com trabalho humano
precário para a expansão da indústria do cimento na Paraíba, que tende a criar
um tráfego de milhares de caminhões por dia no epicentro da cidade,
comprometendo todo o espaço e outras oportunidades de desenvolvimento social e
econômico, em seu processo de conurbação com a nossa capital. Não se pode falar
em mobilidade social marginalizando essa questão.
Nem um poder público, ainda menos a população
(inclusive a que mora nas áreas de praias e condomínios da grande João Pessoa,
usuários da BR 230), que tende ser a mais prejudicada, não pode fechar os olhos
para a dimensão desses impactos em detrimento de atividades econômicas que
beneficiam principalmente a indústria cimenteira, de cerâmica e de transportes
de caminhões. Cabedelo não precisa adotar um modelo de desenvolvimento como
esse, que tem trazido danos profundos à sustentabilidade de outros municípios
brasileiros que se tornaram "beira de estrada" para o escoamento de
produtos agressivos ao meio ambiente, à cidade à saúde e ao patrimônio
histórico, cultural e turístico de uma região.
As atividades portuárias são importantes para a
Paraíba, mas não podem comprometer a estrutura e a vida da cidade-berço do seu
porto. O porto é um presente da natureza para Cabedelo e não pode beneficiar o
Estado submetendo a sustentabilidade e a dignidade do seu povo. O atual modelo
de expansão portuária com a sua geração de tráfego pesado com efeitos
poluentes, em franca expansão, deve ser repensada, enquadrada em normas
ambientais, nos critérios de sustentabilidade e de planejamento urbano como
previsto na Constituição federal, no Estatuto das Cidades, na Lei da mobilidade
urbana e outros direitos.
A população precisa chamar a atenção do
prefeito, do governo do Estado e de órgãos de controle ambiental principalmente
aqueles em nível federal que estão mais distantes e imunes a influências
políticas das forças econômicas locais.
O grito de socorro deve soar alto. E cada
cidadão, cada líder desse município precisa compreender a dimensão desse
problema para a tomada de atitudes em defesa do patrimônio ambiental e urbano
de Cabedelo. Qualificar esse debate e articular forças, inclusive para
enfrentar forças contrárias e o interesse de lobos em pele de cordeiro é o
desafio. O amparo legal e a mobilização social é a palavra de ordem sem
omissões, comodismos e conivências com o retrocesso.
Ernesto
Luiz Batista Filho
Diretoria
da ACICA (Associação Cabedelense para Cidadania)
Fórum
de Defesa Ambiental e Urbano de Cabedelo.
A associação de um homem só? Recebendo dinheiro de partidos políticos para se promover nas próximas eleições?
ResponderExcluirEste blog é um espaço democrático para as pessoas opinarem suas idéias, no caso a questão ambiental e de mobilidade urbana que vive o município de Cabedelo. Aqui não é espaço para acusações ou insinuações as nossas instituições, ou ao cidadão. Pois é sabido que o senhor é daquele tipo de “gente” que se esconde covardemente atrás de um pseudônimo pífio. E quanto à associação só lamento o seu grosseiro desconhecimento, pois mais uma vez o senhor está mal informado. Temos sim um bom quadro de associados e não nos interessa quantidade, mas sim a qualidade, já que os nossos associados são verdadeiros soldados, combatentes guerreiros que lutam por um Cabedelo mais justo, de igualmente social e humanitário, os quais estão antenados e vigilantes contra “aqueles” ou qualquer um que pretendam praticar qualquer tipo de crime contra o bem comum do povo de Cabedelo. Venha pra o debate e mostre a cara! E ai!
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